Quando engravidei do Yuri, eu tinha duas metas: o parto normal e a amamentação. Me parecia o óbvio, o mínimo a esperar do meu papel de mãe. Minha bolsa rompeu, fui hospitalizada, e mesmo com ocitocina e 6 horas de espera, a dilatação e as contrações não aconteceram. Ele nasceu de cesárea e eu me senti um pouco frustrada, como se tivesse sido “incapaz” de dar à luz naturalmente ao meu filho. Em compensação, ele saiu do útero para o seio e ali permaneceu durante 1 ano. Nascia ali uma linda relação de amor, proteção e provimento. Mas não foi fácil: o seio doía, sangrou, o leite empredrou. Mas eu ia atrás de ajuda e persisti. Com o tempo, amamentar se tornou um prazer imenso – físico e emocional. Nos primeiros seis meses ele não conheceu o significado de águas, chás, etc. E cresceu muito sadio, gordinho, até que decidiu por conta própria que queria outros sabores, com 1 ano de idade.
Quando engravidei do Caio, o caminho já me parecia definido: cesárea e amamentação por, pelo menos, 1 ano. O destino nos pregou uma peça, ele nasceu prematuro, de parto normal, os médicos não conseguiram detê-lo mais tempo. A sensação do meu filho saindo de dentro do meu corpo é maravilhosa e indescritível, uma emoção única. Mas ele precisou de UTI Neonatal, nos primeiros 7 dias de vida não pôde tomar leite nenhum. Dos 7 aos 14 recebeu o meu leite, que era ordenhado mecanicamente, por sonda. Dos 14 aos 21, uma mamadeira bastante flexível, pois ele tinha uma insuficiência respiratória grave que causava taquicardia quando ele se esforçava para mamar. Somente aos 21 dias pude pegá-lo em meus braços e oferecer o seio. Era tarde, ele já não sabia fazer força, meu leite estava escasso por todo o stress. Quando ele teve alta, com quase dois meses, o leite em pó era seu alimento oficial. Houve quem me cobrasse o fato de não amamentá-lo. Mas não consegui, nossa história era outra.
O que quero compartilhar, com meus relatos, é exatamente isso: cada trajetória de mãe com seu filho é única. Continuo defendendo o parto normal e a amamentação. Aprendi que na vida, na maioria das vezes, as coisas não são questão de vontade, mas de possibilidade. Eu não pude ganhar o Yuri de parto normal, mas o amamentei o quanto ele quis. Eu não pude amamentar o Caio, mas ele veio ao mundo de parto normal. Só que o mais importante de tudo isso é que os amei (e os amo) da forma que posso, com minhas limitações e imperfeições. Mas dentro da minha capacidade faço o meu melhor por eles e é isso que fica de nossa relação. Sempre que posso (até mesmo com a autoridade de quem viveu experiências diversas), aconselho: Tente o parto normal, vale muito à pena. Esforce-se na amamentação, é muito gratificante. Mas se não der, não se escabele. O mundo não acaba por isso. O que conta mesmo é alimentar nossa relação com os filhos com doses diárias de amor e verdade.
7 comentários:
Dinha, nada a acrescentar, você disse tudo. Um grande beijo, querida.
Dinha, a vida nos prega peças, nem tudo é do jeito que a gente quer, mas o importante que no fim, tudo acabe bem! Beijos pra vocês, que têm uma história linda.
Bem, eu ainda nao passei por isso, mas quero muiiito passar!!!
E tomara que seja loguinho, hihihi...
Beijo grande pra ti...
Bacana, Dinha.
Beijos
Do parto normal não posso falar, mas amamentar é simplesmente MARAVILHOSO.
Sentir o calor do bebê em nossos braços, poder alimetá-lo, acalmá-lo quando necessário, dar um "gole" de manha, quando preciso, é muito gostoso.
A Rafa mamou até os 9 meses, mesmo eu tendo que dar NAN como complemento a partir dos seus 10 dias, por causa do meu escasso leite. Poderia ter desistido, porque a maratona de peito e mamadeira é complicada, mas vale a pena, e vale muiiito mesmo.
Bjs, Aline
dinha, concordo com vc. se der pra ser do jeito q a gente quer, melhor, mas se não der, tudo bem. o mais importante é o amor. bjos
Oi querida
Adorei este post.
Um beijão pra ti.
Cassandra
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