quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Bodas de Estanho


Tem um trecho de um livro da Marina Colasanti (E por falar em amor) que me serve bastante no dia de hoje, quando completo 10 anos de casada, 14 entre namoro, noivado (meu Deus, sou uma senhora, do tempo em que ainda se ficava noivo!) e a foto acima, tirada às 20 horas do dia 28 de setembro de 1996:

“Amado meu que me olhas docemente
Sabes tu que debaixo do teu olhar
Me pergunto se ainda te amo
E como te amo?
E sofro em silêncio,
Porque tenho medo que minha dúvida
Apague o amor dos teus olhos
E eu não posso correr o risco do teu desamor
Se ainda não tenho certeza do meu...”

Hoje completamos Bodas de Estanho. Para mim, parecem de Cristal. O amor passa por um momento frágil, delicado, onde a transparência pode ser o que de mais bonito ele tenha para deixar. Não é a primeira crise, espero até mesmo que não seja a última.

Um dia escolhemos um ao outro para compartilhar a vida, com suas alegrias e suas dores. Éramos cheios de sonhos e paixão. As coisas mudaram bastante. Não sei se sou eu, se é ele. Provavelmente, são os dois, amadurecidos e calejados. Precisamos descobrir o que ainda resta daquele sentimento que nos uniu. Além dos belos filhos, quero mais motivações para as próximas Bodas que ainda planejo celebrar.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Na minha casa não

Sou do time que acha que política, religão e futebol não se discute. Às vezes pode acabar com velhas amizades. Mas às vésperas das eleições e com um texto tão bacana como este, não pude me abster.

"Fazia tempo que queria reformar minha casa. Foi-me indicado um profissional que diziam fazer um bom trabalho. Não apoiei, mas toda a minha família ficou satisfeita com a contratação dele. Diziam que, mesmo sem muita experiência, era um cara honesto e coisa e tal. E ele quase me convenceu com seus argumentos, devo dizer a verdade. Encheu-me de promessas, disse que faria isso, que resolveria tal problema, que mexeria nos alicerces. Em suma, que tudo ficaria como novo.

Mas, de uma hora pra outra, começaram a sumir coisas lá de casa. Uma caneta, alguns DVD’s, um rádio. Depois as coisas foram crescendo. Quando me dei conta, tinham-me levado até o carro. Confrontei o homem a quem havia contratado. Ele acusava seus ajudantes. Dizia que não sabia de nada, que estava focado apenas no trabalho.

Descobriu que as desconfianças em relação à sua equipe eram verdade mandou todos embora. Trouxe novos ajudantes. A reforma continuava, ainda que a passos curtos e lentos. Com mais problemas do que acertos. Nesse momento, já estávamos nos irritando. No entanto, as coisas continuaram a sumir de casa, mesmo com a nova equipe. O chefe seguia se eximindo da culpa sempre que pegava algum dos seus roubando. “Não sabia de nada”, dizia ele.

Um dia, acabou o prazo que ele tinha me prometido para entregar a casa. Faltou muito para ele chegar ao menos perto do que havia prometido. O pior é que, ao longo do tempo de trabalho, ele foi mudando tudo o que havia dito. Se tinha dito fazer uma coisa, ia lá e fazia outra. Se assumira compromisso com a minha família em relação a tal assunto, pouco depois parecia esquecer completamente.

Mesmo com tudo isso, o safado ainda teve a cara-de-pau de vir me pedir por mais tempo de trabalho. Sim, depois de todos os seus ajudantes terem me roubado, tanto os velhos quanto os novos, depois de ter me mentido descaradamente, depois de me prometer coisas que não chegou nem perto de cumprir, depois de se fazer de inocente frente a todas as acusações, ele ainda queria continuar dentro da minha casa com um contrato prorrogado.

Claro que eu jamais aceitaria isso. Não sou idiota. Minha família veio dizer que nas outras reformas isso havia acontecido também: coisas haviam sumido, as mentiras rolaram. Tudo bem, pode ter acontecido, mas nunca tão descarado quanto agora. Nunca mesmo. E, de qualquer forma, desde quando o erro do passado justificam o roubo de agora? Era só o que me faltava: deixar um ladrão, mentiroso e ignorante na minha casa por mais quatro anos porque “outros também fizeram”.

O problema é que combinei com a minha família que ninguém decidiria nada sozinho. O que a maioria decidir, será feito. A votação final ficou pra domingo. Só espero que as 180 milhões de pessoas que moram comigo mostrem-se mais inteligente do que parecem."

(Este texto é de autoria de Silvio Pilau, publicitário, excelente crítico de cinema e de livros, e um ótimo cronista, como no exemplo acima. Quem quiser saber mais sobre ele, acesse Viagem Literária.)

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Tudo vai dar certo

Gosto muito das revistas Vida Simples e Bons Fluídos. São publicações que falam de bem-estar pessoal, de Feng Shui, de terapias alternativas. Enfim, todos assuntos que, no mínimo, instigam minha curiosidade.
E ontem, enquanto passava a tarde com uma prima, com as crianças reunidas fazendo a maior bagunça, eu estava a me lamentar das últimas tempestades que ocorreram na minha vida. Numa pausa, olhei pro lado e vi a Bons Fluídos, com uma chamada que me “chamou” prontamente (desculpem, o inevitável pleonasmo).

TUDO VAI DAR CERTO. Com o pensamento positivo pode transformar a sua vida.

Era um artigo sobre neurolingüística e seus possíveis efeitos em nossas vidas. Mas parece que foi a sacudida (mais uma) que eu estava precisando. O conteúdo pode até parecer óbvio. Evitar palavras negativas (não, mas, porém), etc. Tinha uma frase que se aplicava muito à minha pessoa e que, inclusive, já ouvi de minha terapeuta. “Eu não SOU depressiva”, “Eu ESTOU depressiva”. Ou seja, é algo transitório que pode mudar a qualquer momento. E eu estou mudando.

Vou me mudar para uma casa pequena, de 60m2, quando já morei numa mansão de mais de 400m2. Vou ir para um bairro mais popular e populoso, com alguns índices de violência. Ficaremos mais distantes da escola do Yuri, dos médicos e da fisioterapia do Caio. Estou travando uma luta judicial para receber mais de 200 mil reais que me são devidos de uma herança e as coisas parecem nunca se resolver. Que morrer!

O quê? Tu não tens vergonha na cara, mulher? Tu és uma ótima profissional, tens uma linda família construída com muita verdade e luta. Tens poucos mas excelentes amigos que te admiram e te dão força. Teu marido segue te amando apesar das adversidades do relacionamento a dois, e lá se vão 14 anos de uma sólida história onde o amor prevalece. Teu primogênito é lindo, inteligentíssimo, amoroso, motivo de orgulho inesgotável. Teu caçula venceu a morte quando quase todos desacreditavam e é um guerreiro lindo e forte, ainda que em sua doce inocência. Queres reclamar do quê? Casas lindas podem abrigar pessoas infelizes. Pior: existem famílias numerosas onde o sentimento que impera é a solidão. A riqueza maior e a mais difícil de se manter são os afetos sinceros. Tu és abençoada, dona Cláudia.

Tomo essa nova fase como provisória. Estamos crescendo, financeira e emocionalmente. Somos e continuaremos a ser genuinamente felizes. Nossa família é uma fortaleza. Deus sempre esteve e continuará a estar conosco, olhando por nós. Temos amigos que nos querem bem. Temos tudo o que precisamos. TUDO VAI DAR CERTO.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Mix de notícias

• O Yuri me encheu de orgulho mais uma vez. Semana passada busquei sua avaliação na escola. Ele estava com problemas de concentração e relacionamento na escola. Vi que era algo “emocional” e desde então tenho tentado dedicar alguns momentos de exclusividade ao meu primogênito. Bem, deu supercerto! A professora disse que ele melhorou muito e é, disparado, o mais inteligente e participativo da turma! Pra completar, sexta ela mandou o caderno dele pra gente ver – eu nem sabia que ele tinha um caderno! Tão lindinho, tão caprichado, uma letra tão querida que copia os dados do quadro... “Canoas, 8 de setembro de 2006 – Lição de hoje: As vogais”... Morri de orgulho do meu fofucho!

• Falando em fofucho, ele me pediu pra fazer uma dieta, pois os colegas estão sempre chamando ele de “gordo” – sei bem o que é isso! Até aí tudo bem, que também estou tentando entrar nos eixos. Comprei várias frutas, legumes, verduras. Mas volta e meia, ele pergunta: “Mãe, não tem mais trakinas em casa?”. É de partir o coração!

• Cainho melhorou da bronquiolite, mas o pneumo dele indicou um tratamento preventivo com as famosas “bombinhas”. Eu, como sempre, aposto minhas fichas pra ver meu nenê sem dodói nenhum, faceirinho como ele gosta de ser.

• E falando em peso, eu que sempre acho o Caio magérrimo, fui desmentida pela balança. Apesar das constantes infecções, ele aumentou 200 gr! Está com 9kg800 e 80 cm. Alto, elegante e sempre gostoso! Gianecchini que se cuide!

• Vou ter que me mudar nos próximos dias e passarei a morar no mesmo terreno da minha mãe. Na verdade, vou morar na casa dela e ela, num anexo que alugava. Não quero entrar em detalhes, estou um pouco chateada, mas vou tentar não passar isso pros meus filhotes.

• Quarta-feira, dia 20, é feriado aqui em Porto Alegre, com comemorações farroupilha. Embora nem eu nem o Sandro sejamos dos mais tradicionalistas, o Yuri é uma “gaudério bom barbaridade”. E tirou umas lindas fotos vestido à caráter na escola (ai,ai, mais dividas pra mim... hehehe). Assim que receber as fotos, posto aqui.

Às minhas amigas de sempre, fiéis no colo, meu carinho e meu beijo.

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Saudades eternas - eu sei o que é isso...


Infelizmente eu aprendi o que significa sentir saudades eternas.
Eu tive um único irmão, que nasceu no dia em que eu completava 4 anos de vida. Um irmão que amei muito, que me ensinou muito, mesmo sendo ele mais jovem que eu.
Hoje faz 5 anos que meu amado Jon partiu. Uma partida doída, porque além dele ter apenas 25 anos na época, foi muito inesperada. Ele teve uma doença rara e silenciosa, quando detectada foi tarde demais, ele não teve mais do que 24 horas de vida.
Dentro da fé que quero ter, acredito que o Jon foi embora cedo porque era muito evoluído. Poucas pessoas sabem, mas meu irmão sofreu muito na infância, foi vítima de violência física e sexual. E nada disso lhe deixou com rancor, com cara feia pra vida. Ao contrário, o Jon tinha a maior fé nas pessoas, era super apaziguador, conciliador, amoroso. Ele só tinha qualidades, nos ensinou muito sobre “amar as pessoas como se não houvesse amanhã” (ele adorava Renato Russo).
Sempre vou sentir falta do meu irmão. Não há nada que preencha o vazio que sua morte deixou. Me sentia amada e compreendida por ele.
Quando enfrento problemas, sinto falta dele e da sua mão grande e certamente acolhedora. Não tenho mais seu ombro, seu colo, suas lágrimas solidárias.
Quando estou feliz, lembro dele. Do seu riso franco, aberto. Não tenho mais seu abraço, seus incentivos, sua alegria contagiante.
Ele foi embora e eu não lhe disse tantos “eu te amo” como ele merecia, não lhe dei tantos beijos como gostaria, não explicitei toda a importância que ele sempre teve e terá na minha vida.
Saudades eternas, gordo. De ti e de tudo o que não vivemos.
Te amo, eternamente.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Um buraco, pelamoderdedeus!

A semana tá terminando e eu tô mal pacas:

• A grande novidade que ia falar pra vocês parece que melou... tô super desesperada!

• O Caio finalmente tomou a vacina anti-pneumocócica (que foi uma novela: os médicos indicaram, eu não tinha dinheiro pra fazer - 520 reais, fiz pedido junto à Vigilância Sanitária do Município, eles acataram meu pedido, eles esqueceram o pedido, eu liguei diariamente cobrando, ela chegou, ele estava doente e não pôde fazer logo). E ele ficou MUITO mal - teve uma febre enorme, ficou com a perna super dolorida, gritou e chorou até às 6 da manhã (quase 20 horas após a aplicação da bendita).

• Aqui no meu trabalho, não sei se vou ou se fico. Parece que não serei mais demitida. Mas enquanto a definição não vem, estão me tirando o couro num monte de tarefas ingratas. E aí, a dúvida: me dedico ou não?

• Tenho algumas dívidas que não podem mais ser postergadas. E não tenho de onde cavar dinheiro...

Tudo o que eu queria, era um buraco enorme, bem fundo e escuro pra me enfiar!
Alguém tem, ao menos, uma pá para me emprestar?

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Só para lembrar...

Por mais que queiram me derrubar, existem duas forças que me motivam a permanecer sempre de pé.
Ou como costumo dizer, tenho uma riqueza maior e inestimável que ninguém me tira, só Deus abençoa.

P.S. Lindas amigas, não é preciso que se preocupem comigo. Fora as pentelhações normais do período de aviso prévio, estou ótima. Mas sigam na torcida, tenho esperanças de ainda esta semana compartilhar algo muito bom com vocês - melhor que emprego, inclusive!