terça-feira, 31 de maio de 2011

A cuequinha

Eu sempre digo que sou uma mãe que sonha tudo para seu filho, independente (ou apesar) de sua deficiência. Mas, não é bem assim. Em alguns episódios, já pude perceber que às vezes eu "subestimo" a capacidade do Caio.
Como sou metida a buscar razões em tudo, fico pensando porque faço isso. A terapeuta ocupacional dele diz que é superproteção de mãe. Que eu gosto de tê-lo assim, bem embaixo da minhas asas, dependente de mim. E que este comportamento não tem ligação com a paralisia dele, mas sim com meu sentimento de dominação. Será? Eu penso que eu quero sonhar tudo, mas também tenho medo de sonhar demais e me decepcionar. E frustrá-lo com as expectativas que, afinal, fui euzinha aqui quem criou.
Não dá para saber.
Mas a real é que meu filho é maior que tudo essa confusão de sentimentos, relação mãe e filho e psiquê. Ele sempre me surpreende.

O episódio do cocô é um claro exemplo disso. Caio usa fraldas e eu nunca cogitei algo diferente. Para mim era natural e esperado que, como não caminha, não pudesse controlar suas necessidades fisiológicas. Fraldas a vida inteira me parecia o caminho óbvio e inquestionável.
Até que Caio começou a apresentar, sem explicação, alteração nos hábitos alimentares, ou algo que o valha, uma constipação crônica horrível. Não havia laxante ou supositório que o ajudasse. E ir ao hospital para fazer o esvaziamento do seu intestino se tornou parte da nossa rotina. Até que um belo dia, não consigo lembrar o contexto, por mais que me esforce, levei o Caio ao vaso sanitário. A partir daquele dia, ele nunca mais teve constipação! Passou a usar o wc quase com pontualidade britânica. Salvo uns dois episódios de indisposição intestinal, ele nunca mais fez o "número 2" na fralda.
A dificuldade maior é que ele não consegue pedir para ir ao banheiro. Vez ou outra sinaliza sua impaciência, bate as pernas. Mas, na maioria das vezes, ele espera que eu o leve e, nos horários que o levo, ele faz o serviço.

Tudo isso, me apontam seus médicos, é sinal de uma grande maturação cerebral e física. Comemoramos! E aí eu já estava satisfeita que só.

E agora, começa tudo de novo. Caio chora toda vez que vai colocar as fraldas. Mais que isso: reclama, "me xinga". Algumas tardes, passa o tempo com elas secas. Em outros dias, não. Mais uma vez, eu não estava preparada para isso...

Caio quer usar cuecas. Para que ele não chore tanto, a tática agora é a seguinte: tiro a fralda molhada (ou não) e coloco a cuequinha. Elogio ele por não ser mais um bebê e sim um rapaz... Ele fica feliz que só. Deixo um tempo assim, aí enrolo, brinco e colocamos a fralda outra vez. Mas, ao que tudo indica, o que era impensável para mim, pode vir a acontecer. Quando o inverno passar, a monitora da escola disse que vai fazer um intensivão com ele e me ajudar no desfralde, porque Cainho indica que está pronto.

E eu, mais uma vez, sigo aprendendo com esse meu mocinho... Aprendendo a apostar, a não ter medo de acreditar e ser feliz.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mais uma vez, Por que Heloisa...

Eu já escrevi sobre o livro Por que Heloisa aqui. E também já tive um email publicado no blog da própria autora dele, a Cristiana Soares. Por que Heloisa entrou em nossas vidas como um grande presente. Ajudou muito o Yuri num momento em que estava tão difícil entender as diferenças entre o irmão e as demais crianças da sua idade. Se tornou uma gostosa ferramenta de aprendizagem e inclusão na escola do Yuri, se tornando livro de leitura da turma.

Por que Heloisa é, antes de tudo, um livro gostoso de ler. Daqueles que dá vontade de reler diversas vezes. Parece que a gente sempre encontra um novo detalhe, um novo olhar... Mais de três anos depois que eu o ganhei, sigo repassando ele sempre que posso, como um referencial de leitura para entender, sem dramas, a paralisia cerebral do Caio. E o livro continua nos sendo uma grata surpresa.

Agora, levei-o para a escola do próprio Caio. Emprestei para a monitora dele ler, para que ela pudesse explicar, aos colegas que perguntam o que o Caio tem "de diferente", numa linguagem acessível aos pequenos de 5-6 anos. Das mãos dela, já passou pela professora e diretora.

Recentemente Yuri precisou fazer em sua disciplina de Educação Artística um desenho à mão livre reproduzindo o trabalho de algum ilustrador. Poderiam ser consultados, como referência, livros técnicos ou de literatura diversa. A escolha era livre. E Yuri, mais uma vez, escolheu Por que Heloisa. O livro que tocou nossos corações e nossas vidas de sobremaneira... Ele se inspirou no talentoso traço de Ivan Zigg. Claro que não podemos fazer comparações técnicas. Mas, pela primeira vez, Yuri tirou uma nota excelente em Educação Artística, ele que sempre se culpava por desenhar muito mal, por não ter este dom... Não tenho pretensão de estar criando um novo Ivan, mas a inspiração e a energia de que vem dessa preciosa parceria que criou esse livro tão especial é impressionante. É o Por que Heloisa, mais uma vez, transformando nossas vidas.


Se você não leu ainda, eu recomendo demais. Por que Heloisa, de Cristiana Soares, ilustrações de Ivan Zigg, Companhia das Letrinhas.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O adaptado

Então, oito dias após o início, Caio parece plenamente adaptado à escola.


Fica feliz na hora de ir, chega sorrindo para colegas, profes e funcionários. Segundo a monitora me relata, presta atenção em todas as movimentações e atividades e quer participar de tudo. Já faz lanches e já jantou por duas vezes na escola, aceitando tudo o que ela oferece. Já chegou a ficar quatro horas, sem nenhum problema. Passou pelo primeiro final de semana e recomeçou na segunda-feira sem demonstrar estranhamento com a nova rotina. Segundo avaliação delas (professora + monitora), Caio está superando as melhores expectativas, tanto para uma criança com deficiência, quanto para uma criança que nunca tinha freqüentado uma creche ou escola antes.


A professora e a monitora fizeram uma lista de materiais adaptados, que a diretora já encaminhou para o processo de compra. No início desta semana tive uma entrevista com a nutricionista da Secretaria de Educação, para que ela autorize toda a adaptação na dieta do Caio, criando um cardápio personalizado para ele e para que seu leite e outros alimentos entrem na cesta básica que a Prefeitura entrega mensalmente à escola.


E Caio já apresenta alguns progressos de comportamento, longe da mãe superprotetora aqui... Está tomando água, coisa que eu não conseguia fazer, e está usando o copo ou caneca para beber sucos (comigo era só na colherinha).
Já fez um tema de casa, com ajuda da mamãe, claro, mas ele ficou muito feliz em levar nas suas mãozinhas uma peteca artesanal para a professora...
A mesa de atividades da cadeira tem ficado na escola e ele já brinca com o lápis.


A quarta-feira ainda é um dia difícil, afinal ele faz fisio até o meio-dia. Daí mal dá tempo de chegar em casa, almoçar, fazer a higiene e ir para a escola. Nessas duas quartas, ele chorou e dormiu. Mas é perfeitamente compreensível.


Nos demais dias, já não dorme à tarde e nem quando chega em casa. Vai dormir só à noite, no horário super adequado. Aliás, ajudar a regular o sono era uma das minhas grandes metas com a escola e eu não imaginava que ia acontecer tão fácil...


Agora, a mudança mais gritante, em pouco mais de uma semana de aula, é o bom humor do menino! Caio pode ainda não saber me dizer em palavras o por quê de estar tão bem ou o quanto está alegre. Mas é uma outra criança! Sorri da hora que acorda à hora de dormir.


Eu torço muito para que Caio se desenvolva mais, que aprenda novas coisas... mas o mais importante, parece, já está acontecendo... ele aprendeu a ser feliz todos os dias! E nós, vamos de carona com ele.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O primeiro dia do resto de nossas vidas

Caio iniciou na escola essa semana. Mais precisamente dia 17, dia do seu aniversário, o que acho bastante emblemático.

Eu não sei se saberei traduzir a importância e a alegria desse acontecimento. Num primeiro momento, já é, independente do futuro escolar do Caio, uma vitória. Para o menino que diziam, não completaria uma semana de vida. E que, teimoso e indo muito além desse prognóstico inicial, diziam então, seria completamente vegetativo. Pois essa semana, esse mesmo menino estava em sala de aula, numa escola regular, recebendo canções e abraços dos novos colegas pelo seu 6º. aniversário. Já vencemos, sei disso. Mas queremos mais.

Essa escola entra na minha vida como um presente. É uma escola pública, municipal. Desde que me mudei para junto da minha mãe, convidam o Caio para freqüentá-la. Eu, lááá, atrás, nem cogitava essa hipótese. Confesso: por ser pública, num dos bairros mais pobres e violentos da minha cidade. E mais: porque há 3, 4 anos atrás, Caio também me parecia completamente despreparado para freqüentar uma escola.

Como eu costumo dizer, ainda bem que o mundo dá voltas. Caio tem se desenvolvido cada vez mais e, principalmente, eu tenho aprendido cada vez mais como funciona o mecanismo da tal, antes assustadora, paralisia cerebral em seu corpo, sua cabecinha, seu cotidiano. Quando comecei a pesquisar se o caminho seria uma escola especial ou regular, esta, a do meu bairro, foi apontada como uma das melhores no quesito inclusão, com uma experiência de vários anos no atendimento a alunos com as mais diversas deficiências. O que vejo, nos primeiros dias, é que realmente é.

Durante todo o processo burocrático, entre inscrição, avaliações psico-neuro-pedagógica e social e a matrícula propriamente dita, foram mais de 4 meses. Mas a escola sempre esteve de portas e coração abertos. Eu ligava, ia lá, pentelhava mesmo. E seus profissionais me mostravam que também estavam esperando ansiosamente o Caio e que queriam oferecer o melhor para ele. Estou, com muita alegria comprovando isso, na prática.


No dia da matrícula, fui com o Caio. A diretora fez questão de agendar um horário em que ela estivesse presente pois quer participar de tudo pessoalmente. Me sabatinaram por mais de uma hora sobre todas as necessidades dele, hábitos, etc. Medicações, alimentação, posicionamento (pegar no colo, deitar, deixar de pé), as idas ao banheiro, as brincadeiras favoritas dele... Propuseram agendar um encontro entre eles e a equipe que acompanha o Caio na ACADEF, buscando uma sintonia de métodos e objetivos. Senti um tratamento diferenciado, para usar um termo da moda. Caio não é mais um. É UM aluno, ele, o Caio.

No dia seguinte, o começo da adaptação. Já no portão foi uma festa, várias “tias” (as monitoras), profes e pessoas da Secretaria mesmo vieram recebê-lo. Muitas vieram, reconhecê-lo, uma vez que a menina que minha mãe cria freqüentou ali toda a educação infantil, e ela ia buscá-la sempre com o Caio, então o conhecem desde o primeiro ano, aproximadamente.

Os colegas foram avisados, uns dois meses antes, de que receberiam um novo colega. Que ele era especial. Que não caminhava ainda. E eles estavam esperando ansiosamente por ele, o anúncio de sua chegada foi muito comemorado.

Caio entrou um pouco desconfiado, logo começou a chorar. Ainda assim, ele foi levado para sua sala, a do Jardim A. Eu fiquei bem afastada*, num corredor, só ouvindo alguns movimentos. O choro durou uns 15 minutos. Tempo dele tomar uma mamadeira, afinal já era mesmo a hora do lanche da tarde. Detalhe: mamou no refeitório! E logo os colegas deram as boas vindas oficiais. Fizeram uma rodinha, disseram seus nomes e idade, se apresentando a ele. Depois, cantaram parabéns. Pronto. O menino estava conquistado!

Ele ficou por aproximadamente uma hora. Quando fui pegá-lo, ele fez um “denguinho”. Mas tanto a professora quanto a monitora avaliaram seu comportamento, para o primeiro contato, como muito bom.




O segundo dia foi ainda melhor. Eu vou explicando ao Caio que agora ele terá a escola e irá conviver com os colegas todos os dias. Então, logo depois do almoço eu avisei-o que estava na hora de ir para a escola. Ele foi muito sorridente todo o trajeto. Chegando lá a festa na recepção, por parte de professoras e auxiliares se repetiu e ele esbanjou sorrisos.

E aí minha surpresa: fui mandada embora! Como a escola fica a 5 minutos da nossa casa e planejaram que no segundo dia seu tempo de permanência seria de 1h40, me liberaram para voltar para casa, dar um volta... Qualquer eventualidade, claro, ligariam no meu celular.

Sensação estranha essa viu? A de ver, de um dia para outro, a independência do filho que se julga tão dependente, tão frágil... Mas é uma sensação boa. De que está tudo no caminho certo.

Fui buscá-lo no horário combinado e ele estava na pracinha com os colegas. Me enterneço e acredito mesmo no seu futuro nessa escola: uns 4 ou 5 coleguinhas não queriam brincar nos brinquedos da praça. Estavam em volta do Caio. Uma colega lhe alisava os cabelos, outro lhe segurava uma das mãozinhas. Vejo que elas já são acostumadas com essa diferença. Se aproximam sem medo, com naturalidade e carinho. Fico feliz que só...

A monitora me conta que ele realmente chegou muito feliz, mas mal mamou e já dormiu. Ela deixou ele dormir uns 20 minutos, afinal hoje ele teve fisioterapia pela manhã até quase o meio-dia. Foi o tempo de chegar em casa, almoçar, fazer a higiene e ir para a escola... Óbvio, temos que dar esse tempo para ele. É muita novidade e muita atividade junto! Aí ela o acordou para ele participar da integração com os colegas. E me conta que ele ficou muito bravo, “brigou” com ela. Mas durou poucos minutos, logo foi acalmado pelos colegas. Quando eu cheguei para buscá-lo ele estava 100% confortável e alegre junto ao grupo.



E hoje tem mais... é seu terceiro dia e ele deve ficar mais de 2hs. A previsão é adaptá-lo ao turno de quatro horas e meia em uma semana, dez dias. Caio está sendo avaliado como respondendo muito bem nesses dois primeiros dias. É sociável e interativo, com boa capacidade de integração.

Às vezes me arrependo de não tê-lo colocado na escola antes. Mas acredito mesmo que é tudo no tempo certo, quando tem que ser, no tempo de Deus. Caio já teve a imunidade muito fragilizada. Já foi uma criança muito “complicada” de lidar. Acho que este é o momento certo. Ele está pronto. Eu também, claro.

Certo que estou cheia de medos e inseguranças. Se ele vai conseguir se adaptar a esta rotina puxada de terapias de reabilitação mais escola. Se vai ter progressos no desenvolvimento com essa convivência. Se será feliz...

Mas acredito mesmo, o mais importante já aconteceu. Demos o primeiro passo. Ainda que não seja nessa primeira escola (por mais que eu esteja acreditando que sim, já é!), confio que Caio há de encontrar seu lugar. Acho sim que vai ser transformador. Foi o primeiro dia de uma nova vida inteira de descobertas.

Ou ainda, como me disse uma amiga muito especial, Caio começa na escola no dia do seu aniversário. É renascimento! Caio renasce para novos desafios, para mais oportunidades de superação, para novas e intensas alegrias. Assim seja! Confio.


* Yuri recebeu autorização da diretora, por ser aniversário de ambos, e entrou na sala no primeiro dia, fotografou e filmou vários momentos.

* Querem ver a festa que os colegas fizeram ao Caio pelo seu aniversário? Assistam aqui!












 






terça-feira, 17 de maio de 2011

Hoje

Hoje é o dia mais especial da minha vida.
O dia em que, há 11 anos, me tornei mãe.
O dia em que, há 6 anos, aprendi ainda mais a exercitar a fé e a esperança.
Foi num 17 de maio que descobri o que significa sentir dentro do peito, todos os dias, em todas as situações, um amor incondicional.
O dia em que a vida me presenteou com meus dois tesouros, meus meninos, meus filhos!
Eu acho essa coincidência fantástica mesmo... uma benção que agradeço sempre.
E que a cada ano me emociona mais.

Desejo a meus meninos as coisas mais lindas da vida, as melhores emoções, os amores mais verdadeiros, as amizades mais parceiras, as maiores realizações.
Exatamente tudo o que eles trouxeram aos meus dias.
Amo vocês, Yuri e Caio. Parabéns!

17/05/2011

sábado, 14 de maio de 2011

Uma nova estrada

Então que ando sem tempo e sem internet decente.
E aí eu queria escrever sobre um conflito recente com o Yuri e os desafios da educação pais-filhos, sobre alguns planos pessoais meus, sobre o movimento do "mamaço", sobre abobrinhas como Dado Dolabella e Neymar não saberem usar camisinha, sobre a dieta mara que tem tranformado a silhueta do Cainho, sobre a proximidade de mais um aniversário dos meninos...

Mas eis que hoje recebo o aguardadíssimo telefonema da escola.
Sim, Caio foi aceito. Sim, tem monitora.
Sim, matriculamos na segunda-feira, conversamos sobre ajustes necessários.
E, se quisermos, terça, dia do seu aniversário, começamos a adaptação!!!!

Eu não vou conseguir dimensionar o tamanho da minha alegria, da minha esperança.
Tento frear a empolgação, provavelmente será um aprendizado coletivo - do Caio, meu, das profes, dos colegas. É esperado que existam dificuldades. Rezo para que saibamos superá-las, transpô-las. Ou conviver e crescer com elas.

De qualquer forma é uma nova estrada que se abre para meu menino.
Um caminho que parecia impossível há cinco anos atrás. Há quatro. Três.
Uma nova possibilidade de paisagem que foi acontecendo ao longo da nossa luta, da nossa fé.

Compartilhei tempos atrás no Facebook. Não penso que vai ser fácil. Mas imagino que pode ser fascinante, como tudo o que Caio ensina a mim e aos que tem o coração aberto para aceitar sua alma radiosa.

"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez."
Jean Cocteau

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O presente mais valioso

Então que a semana foi uma correria, nem tive tempo de postar antes.
O Dia das Mães foi tranquilo, a homenagem na escola do Fifo ainda será - amanhã, sábado.
Ganhei um desejado secador de cabelo e flores.
Mas o presente mais valioso, não tem dúvidas.
O cartão feito por meu Yuri. Ok, ele nem caprichou muito artisticamente... mas ter um acróstico feito com meu nome, mostrando que, apesar dos conflitos que, afinal "fazem parte", ser vista com tantas qualidades pelo filho pré-adolescente... É aquela história: não tem preço!

Carinhosa
Linda
Amorosa
Unica
Dedicada
Inteligente
é a minhA vida

domingo, 8 de maio de 2011

Dia das Mães

Eu tive duas mães. Uma biológica e uma de criação, de "coração".
São exemplos distintos da maternidade e foram inspiradoras para o meu desejo sempre natural e gigante de ter meus filhos.
Mas, sonhos à parte, vou contar a minha verdade.
Não é fácil. Nem tudo são flores - e nem me refiro à condição do Caio, especificamente. Criar filhos é, cada vez mais, um desafio.
Existem os conflitos, as incertezas e, confesso, em alguns momentos até sinto saudade da minha irresponsável individualidade que deixei de ter no momento em que dei à luz pela primeira vez.
Mas eu também desconheço amor mais forte, mais perfeito. Nunca vi aprendizados tão inspiradores do que o ser mãe nos acrescenta à vida.
Às vezes eu penso que, se houvesse uma máquina do tempo, eu voltaria atrás e mudaria algumas coisas em minha vida. Mas, sobre meus filhos, eu só tenho a agradecer à Deus. Acredito que maternidade é benção e vocação. E eu acho que tenho as duas, nas figuras dos maiores presentes que a vida já me deu: Yuri e Caio. São eles, os meus frutos mais lindos, que fazem cada dia valer à pena, cada luta ter sentido.
Eu já quis ser muitas coisas na vida, mas nenhuma me traz mais alegria e satisfação do ser ser a mãe deles.
Obrigada, meus grandes amores!