terça-feira, 28 de abril de 2009

Momentos

Inventando uma brincadeira com o suporte do ovo de Páscoa...

Olhem a alegria ao perceber os sons que ele emitia lá dentro!

Um dia, atacado do refluxo, só deu pra dormir sentado, mas conectado, né? (Tá no DNA pelo jeito!)

De pernocas cruzadas, meditando... e lindo, como always!

sábado, 25 de abril de 2009

Rapi-Dinhas Nossas

Então que é impressionante como a vida de uma (temporariamente) desempregada pode ser agitada. Especialmente se ela é dona de casa e mãe - ainda mais de dois.

* Caio retornou à AACD e finalmente colocou as goteiras. Ele tem estranhado não poder mexer o calcanhar, mas é assim mesmo. A fisioterapeuta nos deu uma semana de direito à adaptação, quando poderemos fazer alguns intervalos de 15 minutos ao longo do dia.

* Esperando a goteira, Caio estava sem tênis desde janeiro, quando os dele deixaram de servir. A goteira costuma aumentar o pé em um ou dois números e é mais larga. Então precisávamos dela para escolher o calçado adequado. Fizemos isso ontem e foi mais fácil do que pensei. Em princípio todos os modelos com velcro tamanho 26 servem.

* Ele ainda refez os exames de sangue que alteraram na última crise. Os resultados ficam prontos na quarta. Ansiedade, ansiedade...

* Dia 21 foi aniversário do Sandro. Exatos 17 anos que fomos apresentados. Menos de um mês depois, iniciava o namoro. E o resultado, vocês leem por aqui.

* Falando em tempo e tudo o mais, ele voa mesmo, né? Daqui a 22 dias, meus príncipes estão de aniversário. Yuri vai fazer imensos 9 anos!!!! E Caio, meu guerreiro amado, há 4 me dando lições diárias. Estou organizando uma festinha megasimples, porque não há muitas condiçõe$ para gastos "não necessários". Mas ao mesmo tempo, Yuri sempre teve suas festinhas. E Caio também terá.

* Yuri está ótimo na terceira série e eu cada dia mais orgulhosa. De sua inteligência e seu coração. Volta e meia, "do nada", sou agraciada com beijos, abraços, cafunés... Não existe nada melhor no mundo.

* Aliás, Caio também aprendeu a fazer cafuné. E ama! Claro que sua coordenação motora faz com que seja um cafuné mais selvagem, hehehehe... Mas o que vale é o amor do seu coraçãozinho.

* Dia 04, os meninos farão sua revisão pediátrica pré-aniversário. Ainda me preocupo com o peso do Yuri, mas seus hábitos alimentares mudaram bastante - para melhor - então acho que estamos no caminho. E se é pra enxergar a metade cheia do copo, Caio vai fechar um ano sem a necessidade de antibióticos. Já é uma, né?

* Andei um tanto deprimida, mas acho que reencontrei as forças outra vez. No devido tempo, tudo dará certo.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Porque gosto tanto da internet - 2

Porque foi através da internet que ganhei de presente amizades valiosas. De pessoas que têm carinho, sinceridade, disponibilidade. Que sempre reservam um espaço na sua agenda e, principalmente, no seu coração pra lembrar de nós. Que construíram por meus filhos um afeto que muito me emociona. E que aprenderam a gostar da gente como somos - com todos os nossos defeitos e algumas qualidades, mas essencialmente pelo que somos.
Sempre comento que essa globalização me faz ter acesso a mundos e opiniões que talvez não fizessem parte da minha vida "real", do meu perímetro geográfico, do meu círculo "natural" de amizades. Mas em todos os momentos, especialmente os não tão bonitos assim, lembro que é essa mesma globalização e tecnologia que me mostram frequentemente o quanto carinho, solidariedade e generosidade ainda fazem parte do ser humano.

Amo a internet porque através dela ganhei amigas, comadres, irmãs de alma. Como a Márcia, mais um anjo que Deus nos enviou. Por email mesmo, que Ele também é high tech.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Quem cresce, se diverte!

O post de ontem foi só um desabafo mesmo.
Caio está bem, semana que vem refará alguns exames. E meu coração, aos poucos, vai desacelerando.
E eu tinha lido uma crônica da Martha Medeiros, na ZH de domingo muito bacana, que acho que tem a ver comigo. Porque sofro. Mas não cultuo o sofrimento. Ele apenas "faz parte". Mas não é de longe, o mais importante, o mais absoluto. Sei que vim para este mundo para crescer e ser feliz. E é o que estou tentando fazer...

"... um dos sintomas do amadurecimento é justamente o resgate da nossa jovialidade, só que não a jovialidade do corpo, que isso só se consegue até certo ponto, mas a jovialidade do espírito, tão mais prioritária. Você é adulto mesmo? Então pare de reclamar, pare de buscar o impossível, pare de exigir perfeição de si mesmo, pare de querer encontrar lógica para tudo, pare de contabilizar prós e contras, pare de julgar os outros, pare de tentar manter sua vida sob rígido controle. Simplesmente, divirta-se.

Não que seja fácil. Enquanto que um corpo sarado se obtém com exercício, musculação, dieta e discernimento quanto aos hábitos cotidianos, a leveza de espírito requer justamente o contrário: a liberação das correntes. A aventura do não-domínio. Permitir-se o erro. Não se sacrificar em demasia, já que estamos todos caminhando rumo a um mesmo destino, que não é nada espetacular. É preciso perceber a hora de tirar o pé do acelerador, afinal, quem quer cruzar a linha de chegada? Mil vezes curtir a travessia.

(...)

Dores, cada um tem as suas. Mas o que nos faz cultivá-las por décadas? Creio que nos apegamos com desespero a elas por não ter o que colocar no lugar, caso a dor se vá. E então se fica ruminando, alimentando a própria "má sorte", num processo de vitimização que chega ao nível do absurdo. Por que fazemos isso conosco?

Amadurecer talvez seja descobrir que sofrer algumas perdas é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar à dor para justificar nossa existência."


Quer ler o texto na íntegra? Clique aqui.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Dor e medo nunca são simples

Caio teve uma nova convulsão ontem.
A terceira em pouco menos de um ano.
Foi uma convulsão do tipo parcial ou "simples" como dizem os médicos. Mais fraca e com menos riscos que as anteriores.
Mas para uma mãe ver o filho doente nunca é "simples".
Para ajudar ainda mais minha natural angústia, nosso plano de saúde está em greve devido uma grande crise financeira. Precisamos correr para o SUS. Onde, graças a Deus, fomos muito bem atendidos.

Ele já está em casa, teve alta ontem mesmo.
E hoje já está com seu comportamento normal, sem nenhum tipo de alteração.
O que sempre demora a normalizar, depois de uma crise dessas, é meu coração.
Durmo ainda menos, assaltada por temores.
Vigio meu filho de forma mais atenta, procurando identificar uma respiração diferente, um olhar, um movimento involuntário.

Está tudo bem.
Caio brinca, sorri e ouve música, como se não houvesse acontecido nada ontem.
Os exames não apontaram nenhum fator específico que pudesse ter desencadeado essa convulsão. Ela é inerente ao seu quadro neurológico. Ou seja, apenas "faz parte".
Simples assim, me dizem os médicos.

Mas tenho medo.
E ter medo dói.
E dor é sempre triste.
Por mais que eu saiba que faz parte, para meu coração materno nunca é simples.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Coelhinho da Pascoa, o que trouxesses pra eles?

Ninho para intolerantes à gluten e lactose: Ovos de chocolate de soja, Trufas Soy, barrinhas de Choco Soy, tubinhos de coelho com ovinhos à base de gordura vegetal hidrogenada, cacau em pó e lecitina de soja e um pacote de merengues (suspiros). Ficou bom, né?

É meu, ninguém tasca, eu vi primeiro...

O coelho prometido para este ano era "pobre". Imagina quando ele ficar "rico"!

E dá pra comemorar e ganhar várias guloseimas, mesmo com alergia alimentar!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A Páscoa - Republicando

Páscoa é a festa da vida, do maior de todos os milagres, que é a ressurreição de Cristo.
Eu particularmente sempre gostei muito da Páscoa. Dela tenho felizes lembranças da minha infância, do meu irmão, de nós dois recortando papéis para forrar nossos cestos feitos em caixa de sapatos, da expectativa pelo amanhecer de domingo... daquela inocência que a gente perde com o passar dos anos e não volta mais.
Mais do que nunca, essa comemoração me toca em especial. Porque todos que nos acompanham sabem que acredito sinceramente que tudo o que conseguimos superar até hoje é fruto de fé e amor constantes, com o dedo direto de Deus.

Celebramos então a vida, em toda a sua força, em toda a sua magia.

Celebramos vitórias aparentemente pequenas (para quem, afinal, tem o coração pequeno), mas que ganham a imensidão de um milagre alcançado.
Hoje, quando estamos a lembrar o Homem que venceu a morte e tornou-se símbolo eterno da fé e do poder de Deus, eu oro ao Pai e agradeço por tudo. Por todos os caminhos que trilhamos e pelas amizades, risos, lições, carinho e até mesmo lágrimas que colhemos ao caminhar.

Porque NADA é maior, mais importante do que o presente que ganhamos todos os dias: Yuri e Caio, lindos, sadios, amados. E isso, ninguém nos tira. Só Deus abençoa.


Uma Feliz Páscoa a todos, com muito amor no coração.

Cláudia, Sandro, Yuri e Caio

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Porque gosto tanto da internet

Às vezes acho que sou daquelas pessoas que mantém a ingenuidade a qualquer preço.
Ainda consigo achar a internet um lugar e uma oportunidade maravilhosos de adquirir conhecimento, conhecer gente, fazer amigos.
Foi navegando na web que aprendi muito sobre as doenças que acometem meu filho por sua neuropatia e pude falar com maior entendimento com seus médicos.
Na web também ganhei colo, ajuda, carinho. De uma intensidade, envolvimento e sinceridade muito maiores do que aquele que, na maioria das vezes, eu esperava, em vão, receber de quem convive conosco.
E foi na web que fiz amigas maravilhosas.

Como uma mulher linda, inteligente, íntegra, verdadeira, batalhadora, pra lá de talentosa e super mãe. Eu até já disse para ela que tive "medo" de início. Eu achava que eu não era merecedora de uma amiga desse naipe. Mas como o tempo, os encontros e a vida só têm fortalecido esse sentimento, eu acredito que é porque nos escolhemos mesmo.
Então hoje, no dia do teu aniversário Letícia, eu só quero reforçar minha admiração, meu imenso carinho e te oferecer minha eterna e sincera amizade. E te agradecer por me deixar fazer parte dos teus dias.
Te amo!
Saúde! Luz! Amor! Sucesso! A cada dia mais!
Feliz Aniversário!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Gentileza gera gentileza

Caio foi encaminhado à AACD Porto Alegre para receber uma órtese para as perninhas.
Chegando lá, passou por uma avaliação geral e recebeu ainda, gratuitamente, as órteses para as mãos e uma cadeira de rodas anatômica, sob medida, que deverá chegar em breve.
De alguma forma, tentamos retribuir o carinho, a atenção, o interesse.
E hoje, Caio recebeu uma cartinha da AACD.
Comprovando aquilo que já sabemos.
Gentileza gera gentileza.
Colhemos aquilo que plantamos.
Aquilo que damos, tornamos a receber.
Não é preciso muito. Às vezes, um gesto e boa vontade são mais que suficientes.
Para despertar um ciclo lindo e justo de energia que faria do mundo um lugar muito melhor se todos se motivassem a levá-lo adiante.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Uma viagem que pretendo fazer

Pensei em nomear esse post como "Um resgate que pretendo fazer".
Mas, francamente, não sei se há o que se resgatar.
Ainda assim quero tentar.
Há um ano tenho travado um diálogo intenso e cheio de argumentos e contraargumentos comigo mesma.
Quero rever meu pai. Mas o medo ainda é maior do que a vontade.
Por conta das mágoas da separação do meus pais e vários outros fatores, como o alcoolismo do meu pai, fiquei 25 anos sem vê-lo.
Só o reencontrei no velório do meu irmão. Depois da morte do Jon, em 2001, vi ele em outras três ocasiões. A última vez foi em 2005, com Caio ainda bebê.
É conflitivo pra mim.
Minha mãe não aceita bem que eu o veja.
E eu o recebo como um estranho, um desconhecido, do qual tenho má impressão - causada pelas lembranças das surras que ele dava na minha mãe. Mas, ao mesmo tempo, carrego lembranças remotas de minha infância, de estar no colo dele e ser chamada de "bonequinha".
Num de nossos encontros, ele me disse que, apesar de não termos nos visto, "não houve um só dia em que eu acordasse e não lembrasse que tinha dois filhos longe de mim". Ele não teve outros filhos. Hoje, só tem a mim...
Tenho medo de procurar um pai e me decepcionar.
Por isso converso comigo mesma que vou tentar encontrar um conhecido e aprofundar uma amizade, talvez.
Penso se tenho direito de negar a meus filhos o convívio com o único avô que eles têm.
Claro, que também penso que talvez ele não queira ser avô ou não seja um à altura do que desejo para meus meninos.
Mas acho que não cabe a mim decidir.
Acho que devo dar uma chance ao destino e que aconteça o que estiver escrito para nós.
O que não significa que este querer seja fácil pra mim.
TODO dia eu penso em pegar o telefone e marcar um encontro.
E TODO dia, eu arrumo uma desculpa.
"Está muito cedo".
"Ele deve estar almoçando".
"Ele deve estar tirando um cochilo".
"Essa semana tem feriado".
Mas uma coisa eu (acho que) decidi. Não quero levar essa pendência para outra encarnação.
Resgatar algo ou enterrar o assunto de vez.
Óbvio que, no meu íntimo, torço pela primeira opção. E morro de medo de sofrer se a segunda prevalecer.
Mas quero dar este passo. Por 32 anos tenho ouvido um lado da história, com detalhes. Penso em ouvir o outro lado. Quero viajar um pouco e ver o que existe (se é que existe) de bom e válido em nossa trajetória.
E assumir publicamente esses sentimentos significa que estou realmente disposta a tentar.

1973

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O pequeno polegar

Caio está usando um abdutor de polegar, em ambas as mãozinhas.
É uma órtese removível que impede que ele faça o movimento involuntário de fechar a palma da mão, o que poderia vir a atrofiar seus tendões e músculos ligados ao dedo polegar.
Fomos fazer e optei por uma órtese azul.
Acho que dá um tom mais divertido ao que parece problemático e que é tão somente nossa condição.
Caio tem me surpreendido a cada dia.
Com a ajuda dele e a fé em Deus, tenho me sentido com a força e esperança renovadas.
São quase quatro anos de luta e tenho certeza absoluta que nenhuma trilha, nenhum passo foi em vão.
Ele tem se esforçado muito para ficar de pé com ajuda do parapódium.
Sua visão está praticamente normal, ele busca brinquedos e objetos de seu interesse com bastante agilidade para seu quadro.
Tem mostrado um ótimo cognitivo.
Ele adora Cocoricó. Tem trocentos DVDs. E sempre começa a rir quando começam as vinhetas dos DVDs (inclusive a Xuxa). Aí dia desses coloquei um do Cocoricó de histórinha, que fazia tempo que ele não assistia. E nesse, primeiro aparece o logo da Cultura, sem som nenhum. E ele desandou a rir! Ou seja, ele viu (enxergou), reconheceu, associou! Devo dizer, fiquei muito emocionada!
E o novo tratamento de fono?
Estou muito feliz comigo e minha intuição.
A Aline tem feito estímulos físicos que em pouco mais de duas semanas já mostram resultados.
Ok, sem exageros. Nada de palavras novas, mas muitas sílabas, muita vontade de falar.
Espero que eu tenha dindin pra manter o tratamento, que está sendo particular, com um bom desconto - vou ter!
O controle do tronco está cada vez melhor.
Estou ansiosa pela chegada da cadeira de rodas e esperando a goteira para poder comprar novos tênis (dizem que a goteira aumenta em até duas numerações o calçado de quem usa).
Estamos fechando 3 meses sem nenhum tipo de espasmo neurológico.
Continuo acreditando que este será o NOSSO ANO.
Eu visualizo muitas coisas boas pra gente.
Confesso que visualizo Caio andando, falando, indo à escola.
Principalmente, visualizo ele sendo feliz.
Meu pequeno-grande, como sempre o chamo.
Grande é nossa luta, maior é nossa persistência.
Grande é tua coragem, maior é tua luz.
Grande é meu amor por ti, maior é minha admiração.
Obrigada por ser meu, filho!