domingo, 18 de fevereiro de 2018

Uma mulher em construção

Ontem eu postei uma foto de biquíni. Foi uma foto de amor e coragem. As pessoas muitas vezes não entendem as selfies. Sim, no meu caso, é consciente autoafirmação. Eu preciso me olhar e lembrar que sou bonita, que posso e devo me amar. Durante muitos anos isso me foi negado. Escondi meu corpo porque ele era ridicularizado. Me enxergava com os olhos distorcidos e cruéis do outro. E me cobria de infelicidade e mais gordura, como que querendo me esconder do mundo inteiro. O processo de resgate de mim mesma foi longo e doloroso. Por isso mesmo, hoje tenho o maior orgulho de cada passo que dei e sigo dando.
Em dezembro de 2016, me permiti usar biquíni pela primeira vez em mais de 25 anos. Ainda obesa, mas ali começava de verdade, meu processo de autoaceitação. A transformação do mindset, do padrão mental. Não tirei quase fotos, pois ainda me constrangia. Sabia do abismo que separava meu corpo do modelo socialmente aceito. Mas, a passos de formiguinha, me preparava pra mudança externa - aquela que, também lentamente, tinha iniciado internamente um par de anos atrás... 


Quatorze meses depois e dezessete quilos a menos, comprei mais biquínis. Roupas curtas e justas. Amo o corpo que estou construindo. Ainda fora dos padrões. Mas hoje o amo como ele é. Porque ele tem as marcas da minha história. Porque ele sustenta minha alma nessa existência. Porque ele gerou meus dois amados filhos. Porque me dá prazer. Porque é meu e é perfeito, sim. Então teve foto de biquíni, sim. Era só pra mim, mas gostei tanto que partilhei em alguns canais. Não pra receber elogios, até porque não é disso que se trata. Trata-se de cuidar de si mesma. Do poder de mudar, não o que os outros acham que deva ser mudado, mas aquilo que te incomoda. Do mais legítimo amor próprio. Com letras maiúsculas. Levou quase 46 anos, mas exatamente como está descrito na minha bio, hoje eu amo a mulher que me tornei porque lutei bravamente para ser ela (e sigo lutando amorosamente por sua evolução contínua).

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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

O lado bom da vida

Estava voltando de Porto Alegre com Caio. O motorista do ônibus precisa de ajuda para posicionar corretamente a rampa para meu filho poder desembarcar. Pede ajuda a um transeunte que se nega e ainda o destrata. As pessoas seguintes, desviam o olhar com indiferença, como que com medo que também fossem solicitadas. Resolvemos, apenas eu e ele. Chego em casa com o natural cansaço das quartas-feiras: trabalho + fisioterapia do filhote em outra cidade. Minha vizinha deixou com meu filho mais velho, de presente pra mim, lindos maracujás. Esse é o saldo que fica do meu dia. Sempre vou escolher olhar para o lado bom. Obrigada pela gentileza, Telma.