sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Eles

Se tem uma coisa que me alegra, me orgulha e me emociona é a sintonia de meus filhos, como irmãos. São parceiros, se amam, se entrosam. Não é preciso mais nada!


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A torta da Zazá

Que o Caio ama o Cocoricó, seus clipes musicais e personagens, quase todo mundo sabe.
O que a gente não sabia (ou no meu caso, tinha medo de não ser) é que ele ama porque entende todo o programa.
Ele tem os DVDs de Clipes 1 e 2, que rolam diariamente lá em casa, vai pra praia, etc... febre mesmo!
E esta semana ele ganhou um DVD com episódios da turma do sítio do Júlio.
Eu achei que ele não ia dedicar a mesma atenção, uma vez que é muito mais diálogo do que música e sempre tenho dúvidas do quanto o pequeno déficit visual dele pode atrapalhar sua interação com a TV. Para minha total surpresa e alegria, ele amou as histórinhas. Pude perceber que ele conhece os personagens, suas vozes e tudo o mais. E parecia acompanhar com o olhar atento todo os episódios.
O DVD rodou duas vezes. Na terceira vez, ele já reconhecia suas partes favoritas. Quando iniciava o diálogo, ele já começava a rir... E imitou o cavalo Alípio cheirando a torta da Zazá no forno, franzindo o nariz e tudo! E ria muito e gritava junto com a Zazá o seu "aaaahhhhh", pela torta que queimou!
Ficamos muito felizes. Pelo generoso presente. Por ele ter curtido tanto. Por percebermos o quanto ele entende e interage. São as pequenas grandiosas vitórias de nosso menino!
Nos Dias Quentes do Verão, a torta da Zazá queimou. Mas para nós teve um sabor delicioso...

Irmão amoroso

O Yuri, todos sabem, é um irmão maravilhoso pro Caio.
Tá sempre brincando, estimulando o irmão. É cuidadoso, manda beijos, faz muito carinho. Canta, lê, dá mamadeira e até faz dormir.
Ontem à noite, saímos eu, ele e o Caio de ônibus - íamos encontrar o Sandro mais adiante.
Ele me pede pra segurar o Caio no colo e eu permito porque isso deixa os dois muito felizes.
Uma senhora, no banco ao lado nos pergunta:
" - Ele tem paralisia cerebral?"
O Yuri corre na minha frente e responde:
" - Tem sim. A senhora não acha que ele é lindo?"
Ela sorri um pouco desconcertada, mas parece ainda insistir em nos desconcertar:
" - Sim, é muito bonito. Ele não caminha?"
E seu Yuri de novo:
" - Não, mas só por enquanto. Mas ele manda beijo, canta do jeito dele e é um irmão maravilhoso".
A senhora não fez mais perguntas.
O Yuri se vira pra mim:
" - Viu mãe, como eu cuido bem do Caio, defendo ele, amo ele? Eu não tenho vergonha das dificuldades do meu irmão. Tenho orgulho dele. E acho que ele me ama também".

Como diz uma amiga minha, às vezes acho que o Yuri é uma sábia alma velha num corpo de criança.

Yuri, meu amor, Caio e eu te amamos muito sim e também temos muito orgulho de ti!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Volta às aulas

A alegria do meu Yuri ontem, ao recomeçar as aulas, era contagiante.
A empolgação com o material novo, os novos cadernos de heróis. A expectativa do reencontro com os amigos, conhecer a nova professora, acenar para a anterior, orgulhoso da nova etapa a ser vivida. Ele me contou do "friozinho na barriga" com as coisas novas que vai aprender e se ele vai mesmo conseguir aprender (não tenho a menor dúvida, meu anjo!).
Me emociono e me orgulho, como sempre, ao ver cada novo passo de meu filho. Seu crescimento, sua ânsia em desbravar novos caminhos, seu coraçãozinho sempre empolgado com a vida que a cada dia se abre mais e mais para ele.
Segunda série, terceiro ano. Estou certa de que estás pronto, meu filho. Sei que vais dar show e dar mais motivos ainda pra mãe bobona aqui verter muitas lágrimas.
Quando liguei pra casa ontem, no final do dia, mal te continhas pra me contar as novidades do teu primeiro dia.
Hoje vais novamente arrumar a mochila, colocar o uniforme, pentear o cabelo para o lado e abusar do perfume (aluno charmoso é outro papo). E tua escola e a vida por si só seguirão te recebendo de braços abertos. Vai e arrasa. Fica com Deus. Te amo!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Pra quem tava com saudades nossas

Seguem umas fotinhas tiradas por minha prima e comadre Gabi, dinda do Yuri.
Reparem no bronze, na boa forma e nos cabelos dourados do meu primogênito e no sorriso sempre contagiante do meu Caíto (o espichado que não engorda nunca). Créditos à madrinha então, que tbém aparece aí. Se Deus quiser, agora em março teremos máquina digital outra vez.






quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Milhões unidos no besteirol

Eu prometi pra mim mesma que não ia me manifestar sobre o Big Brother Brasil. Porque em suas oitava edição, o reality show conquistou adeptos que, a meu ver, elevam o programa à categoria futebol-política-religião. É melhor não se discutir a respeito. Mas o que vi ontem não consigo deixar passar.
Estava eu zapeando entre os canais de TV quando, ao passar pela Globo, assisti Pedro Bial dizendo: "estamos chegando aos 25 milhões de votos". Na hora, passei adiante até encontrar uma programação do meu agrado. Mas depois parei pra pensar. Como assim 25 milhões de votos?
Tanto se fala que o povo brasileiro é acomodado, não se mobiliza, não luta, não é solidário... Acho que estão todos errados. Afinal, pelo menos 25 milhões de atenções foram dispensadas. Para quem? Ao eliminado da semana!
Ah, isso sim é importante!
Ainda esta semana, final do dia, eu voltando pra casa, num trajeto de ônibus que dura aproximadamente 45 minutos. Atrás de mim, uma jovem e um senhor conversavam animadamente. Por pelo menos 30 minutos o assunto foi o BBB, as intrigas, os namoros, os participantes favoritos. Lá pelas tantas, o senhor muda radicalmente o rumo da conversa. "E as aulas da tua menina já recomeçaram?". "Não, ia ser dia 11 de fevereiro, depois dia 20... agora parece que vai começar só em março". "Ah é? O que aconteceu?". "Ah, nem sei direito."
?????!!!!! Como assim? A moça sabe tudo sobre o anjo, o líder, a votação pro paredão e não sabe por que as aulas da filha estão sendo adiadas? Isso, meus senhores e senhoras, é a famosa alienação.
Não condeno quem encontre no programa momentos de lazer, todos precisamos de uma pitada de cultura inútil vez ou outra. Não assisto Big Brother, mas também perco meu tempo com bobices televisivas. Cada um com seu gosto.
O que não aceito são 25 milhões de pessoas gastanto seus telefones e pagando impostos por uma bobagem tão grande. Ou parando no meio do trabalho pra votar no eliminado. Não vejo estes esforços para derrubar taxas abusivas. Não percebo tamanha movimentação para barrar leis esdrúxulas no Congresso. Se 25 milhões de eleitores levassem seu voto tão a sério quanto num paredão do BBB, poderíamos ser poupados da presença de Clodovil Hernandéz em Brasília, por exemplo.
Mas este, não é um problema do Brasil. É de cada um de nós e de nossas escolhas.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Um carma, por amor

Foi com o coração carregado de emoção, ternura e uma sensação de plenitude que terminei de ler o livro "O Amor me trouxe de volta", que ganhei no final do ano. E queria compartilhar um pouco do que li e (acho que) aprendi.
Muito se fala em carma (ou karma, como preferirem). Mas constantemente é um termo associado a coisas ruins, sendo um comparativo sinônimo de fardo. Só que na verdade, não é assim que o carma deve ser sentido. Ele é tão somente a nossa missão, o nosso propósito para esta encarnação. E está diretamente relacionado à ligação de nossas almas com outras almas. O pagamento ou resgate de questões pendentes não precisam vir necessariamente pelo sofrimento ou na mesma moeda. Podemos pagar um mal feito recebendo amor.
E ter esta consciência é maravilhoso!
Devo admitir que minha leitura se iniciou tendenciosa porque tenho alguns indícios somados à minha crença pessoal de que o Caio é uma alma que decidiu voltar pra mim. E já influenciada por estes sentimentos, encontrei pontos ainda mais fortes de identificação no livro que me fizeram reforçar minha opinião. E isso não tem nenhuma relação com as deficiências dele, mas somente à história de um amor e uma ligação muito fortes que se mantém para todo o sempre.
Pude, sob esta ótica, entender muitas coisas. Tive alguns questionamentos respondidos.
Mais do que nunca estou certa de que fui escolhida por meu filho. E pude entender perfeitamente que não fui escolhida para ter um menino com paralisia cerebral para pagar por algo. Fui escolhida por ele pelo amor que ele me tem desde outra vida. Talvez ele esteja pagando um preço por essa escolha, por antecipar este reencontro. E se foi assim mesmo, ele decidiu pagar por me amar demais. Decidiu pagar para estar ao meu lado.
Amor. Amor. Amor. Sempre falo dele, quando falo em meus filhos, mas especialmente do Caio, da minha esperança no seu desenvolvimento, do meu apoio incondicional.
Agorinha ainda teve o post Terapia do Amor.
Porque é tão somente com amor que posso cercar aquele que tanto quis estar comigo.
Sei que o amor cura. Sei que ele pode tudo. Sei que meu Caio é um carma, e sim, eu o mereço muito. Mereço seu amor. E ele merece todo o meu também.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Ao infinito e além

Caíto consultou com a Dra. Fabi, hoje, sua neurologista.
Apesar de às vezes achar este acompanhamento mensal um tanto desnecessário e cansativo, cada consulta acaba sendo uma injeção de ânimo pra mim.
Ela reforçou que, como eu já tinha observado, o Caio está com as mãos bem mais coordenadinhas e sem se contrair. Sua visão também apresentou sensível melhora. E a Fabi me reforça o quanto o Caio é maravilhoso, desenvolvendo-se mês a mês. Na grande maioria dos casos de PC, ou a criança fica com seu desenvolvimento estagnado ou alterna períodos de grande melhora com a estagnação. No caso dele, todo mês é um detalhe que mudou, uma função que ele aprendeu, um músculo que começou a trabalhar. Isso nos mostra que o cérebro dele está em constante exercício e aprendizado, o que só reitera que nossas expectativas de dias melhores não são nada infundadas.
Meu pequeno valente, o herói dos meus dias, não conhece limitações. A exemplo de Buzz Lightyear ele sabe que pode conquistar o infinito e além. E eu viajo junto na sua coragem e ousadia. Porque o céu pode ser o limite, mas nossa esperança é ilimitada.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

A terapia do amor*

Um dia desses conversava pelo MSN com uma amiga pra lá de especial. E comentei com ela o quanto me sinto diminuída às vezes, ao confrontar minha realidade com a de outras mães de crianças com PC. O tratamento do Caio é restrito meramente à fisioterapia motora (ele fazia fisioterapia respiratória também, mas teve alta clínica), ao uso da medicação anticonvulsivante e a exercícios de estimulação em nível global – envolvendo postura, coordenação motora, audição, visão e fonoaudiologia – propostos pela pediatra, neurologista e fisioterapeuta dele. Ou seja, elas nos ensinam alguns exercícios ou brincadeiras pra fazer em casa e nós nos esforçamos para repetir. Mas é tudo feito de um modo bem empírico, quase instintivo.

Comentei com minha amiga que me dói e me culpo por não ter recursos para oferecer a ele mais terapias, como a fono, hidro e equoterapia. Algumas amigas minhas ainda fazem acupuntura, sessões de reiki e inúmeras outras terapias auxiliares com seus filhos. Penso que o Caio está tendo (lembro sempre, APESAR da minha eterna ansiedade) um ótimo desenvolvimento em relação a tudo o que seu pequeno cérebro já sofreu – anóxia, meningite, hidrocefalia. Lembro que transformamos um cérebro 80% lesionado num cérebro com 95% da área preenchida por neurônios sadios e perfeitos, prontos a aprender. E me questiono se o resultado não poderia ser uma melhora ainda maior, com respostas ainda mais efetivas do meu pequeno, se tivéssemos acesso a outros tipos de tratamento. Mas esta minha doce amiga me reconforta ao lembrar que nossa família disponibiliza ao Caio, com grande riqueza, uma terapia fabulosa: a do amor incondicional.

E aí sempre relembro de quando o prognóstico era absolutamente sombrio. Quando não havia futuro a se esperar. E quando meu amor gritou: eu não aceito! Ainda que soe arrogante da minha parte sempre tive consciência que meu amor resgatou meu Caio mais de uma vez, para compartilhar comigo esta encarnação. Então tento absorver as palavras da minha querida e realmente acreditar que os progressos alcançados por meu filho, a grande maioria deles considerada impossível por muitos médicos, se deve sim à terapia do amor, que lhe ofertamos todos os dias, de maneira intensa e completa.


Sob essa ótica, é com grande alegria que vejo suas mãozinhas cada vez menos contraídas, pouco a pouco mais coordenadas para pegar e manter seguro o objeto de desejo. É cheia de esperança que percebo seu olhar cada vez mais direcionado às pessoas, aos desenhos, à vida. E aplaudo incessantemente cada vontade dele de sentar, levantar. E me soa como maviosa sinfonia cada sílaba, cada risada sonora. Meu filho vive e é feliz, abençoado seja!

Em nome deste amor, quero mais. Estamos lutando arduamente para que o Caio tenha direito a todos os tratamentos possíveis. Para que meu filho siga florescendo lindamente para a vida, sempre regado pelo amor, este agente transformador de tudo.

A quem passar por aqui peço uma prece, uma vibração positiva, um pensamento carinhoso. Para que a caminhada siga firme rumo a seu propósito. Assim seja!

* Para minha querida Dê.