quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Halloween

Yo no creo en brujas pero que las hay... las hay...

Das saudades que carrego comigo

Eu acho que sou uma pessoa depressiva, melancólica ou sei-lá-o-quê. Volta e meia, quando olho pra dentro de mim mesma, percebo que carrego muita saudade.

Sinto saudades de parte da minha infância. De tomar banho de chuva e fazer cabanas com lençóis entre cadeiras. De recortar papel para forrar o cesto de Páscoa. Sinto saudades da Ivanisa e da Ana Raquel, minhas primeiras amigas, e das noites dormidas uma na casa da outra. Dos campeonatos de amarelinha na escola. Lembro da Maria Alice e da Marion, professoras queridas que elevaram minha auto-estima e apontaram talentos que eu nem sabia possuir. Ainda posso sentir o cheiro dos “waffels” quentinhos que minha avó fazia. E lembro também de seus dedos a decorar os beijinhos pros meus aniversários, das idas ao cinema e dos vestidos lindos que me comprava. De como eu me sentia a própria Bela Adormecida quando dormia em sua cama com dossel.

Sinto saudades da adolescência e de quando o futuro me parecia longe e ao mesmo tempo tão urgente. Às vezes sonho em me reencontrar com a Rã, a Deca, a Maria Cristina, a Alexandra, a Rosemeri e a Cass, todas juntas. Me vejo descendo correndo as escadas do colégio, com a pressa de quem tinha um compromisso inadiável com o agora. Lembro das folias no ônibus de manhã cedo e descubro que já fui bem humorada no começo do dia.

Sinto saudades de Santa Tecla e de Laguna e de tudo que aprendi com minha “prima” Claudia. De como me sentia inserida num núcleo familiar. De como era simples dar risada. Lembro que ainda os amo e o quanto sinto falta deles, pelo pouco tempo que o cotidiano permite sobrar à nossa amizade.

Sinto saudades da Fabico, de ter a agenda cheia de atividades diversas. Dos anos de natação que alargaram minhas costas. De subir a Riachuelo atrasada para as aulas de inglês no Cultural. Sinto falta de ver todos os dias meus 3 mosqueteiros: Gérson, Jairo e Felipe. E de ser o Dartagnan deles.

Sinto saudades de quando eu e o Sandro íamos ao cinema no Fusca 78 e tudo era tão mais simples. Sinto uma falta absurda do meu irmão, do exemplo e esteio que ele sempre me foi. Às vezes, posso jurar que escuto sua risada forte ou até mesmo sua mão segurando a minha.

Sinto saudades do Yuri mamando no meu peito, dos cockers que já tive, de conversar com a Jana todos os dias na vídeo locadora. Sinto saudades das árvores balançando no Parque Universitário. Dos dias que antecederam o nascimento do Caio.

Sinto saudades da psicóloga Elena e da maneira firme e ao mesmo tempo doce de me fazer assumir, sem culpas, minhas fraquezas, meus temores, minha humanidade. E que falta me faz o Vine, sempre disposto a me ouvir, a me oferecer lições através da sua sábia juventude, com sua suave ternura. Às vezes até mesmo das minhas amigas do LV sinto saudades, querendo-as trazer para ainda mais perto, como se o lugar onde elas estão – dentro do meu coração – não fosse perto o suficiente.

Sinto saudades das pessoas que deixei no caminho ou que seguiram estradas diversas das minhas. Especialmente sinto saudades de quando não sentia medo, mas quase não me lembro mais, porque já faz muito tempo. Mas, principalmente, sinto saudades de quando ainda nem sabia o que significava sentir saudades.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Meme Honroso

Tia Cris me convidou pra participar deste Meme e me senti muito honrada, devido à admiração que nutro por ela.

As regras do meme são:
1) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2) Abra-o na página 161;
3) Procurar a 5ª frase completa;
4) Postar essa frase em seu blog;
5) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro.

Agora, gentem, que dificuldade! Eu não achava um livro em minhas proximidades físico-geográficas com 161 páginas! Isso que, sem grandes pretensões intelectuais, tenho uma meia-dúzia sempre por perto...

Era um debate autêntico com jovens universitários sabatinando conhecidos políticos e personalidades, como Ademar de Barros, ex-governador de São Paulo; José Pinheiro Neto, o homem das ligas campezinas, Embaixador Lincoln Gordon, Embaixador dos EUA e os deputados federais, Unirio Machado e Dautel de Andrade e alguns deputados estaduais, entre eles, Cândido Norberto.
(Causas e concausas da vida de um comunicador - João Firme de Oliveira por Clarice Ledur - 2a. edição).

Regra 6) Repassar para outros 5 blogs.
Repasso para a , Chris, Jotaka, Claudinha e Grilinha.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Minhas estrelas

O Caio ganhou da dinda Aline no Dia das Crianças um brinquedo de encaixar. São 6 estrelas, uma dentro da outra. E elas também podem ser transformadas em torre.
O Yuri adorou o brinquedo e está sempre a usá-lo com o mano, tentando estimulá-lo.
Neste final de semana o Yuri pegava a mãozinha do Caio, levava até a estrelinha e fazia ele encaixar as peças. E de novo. E mais uma vez. Foi assim 10, 20, inúmeras vezes. E toda vez que eles acertavam o encaixe o Yuri vibrava e o Caio soltava a risada. Até que o Caio sozinho pegou uma estrelinha e encaixou na maior. Nós aplaudimos! Mas olhei para o Yuri e duas lágrimas escorriam-lhe a face. E ele me revela: “Ái, fiquei muito feliz agora, mãe. Tô até com vontade de chorar. O Caio tá ficando cada dia melhor. E eu sei que ele vai melhorar pra sempre, mãe”.
Difícil mesmo foi eu conseguir segurar as minhas lágrimas.
Sempre digo que o Yuri é meu filho companheiro. Naquele momento tive a comprovação máxima disso. Aquela pessoinha ainda tão jovem e inocente já traz em si grandes sentimentos. Ele se importa muito com o irmão. Sofre pelas dificuldades dele, vibra por cada pequena conquista. Tem medos, dores e expectativas iguais às minhas. Mas acima de tudo tem fé. E ama profundamente este mano tão especial.
E naquela inocente brincadeira com as estrelas, pude ver mais uma vez as bênçãos que tenho. Deus me deu duas estrelas lindas para iluminar meus dias. Uma a me trazer tantos aprendizados, tantas lições sobre humildade, paciência, perseverança. Outra a encher meu coração de ternura e de uma fé ainda maior, de que somos muito felizes e ainda vamos ser muito mais. Assim seja.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Sssshhhhh - Silêncio!

Não perturbem! Motorista exausto após dirigir por horas em sua super direção cheia de luzes e sons.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O carro novo

O Caio já teve 4 (!) carrinhos de bebê. Os primeiro era herança do mano Yuri. À medida que o Caio foi crescendo e começamos a perceber que o pescoço pendia para os lados, trocamos por outro, porque achamos este modelo muito "duro". Dei de presente à recepcionista da agência, quando ela ficou grávida. Sua filha, que vai completar um ano, ainda usa ele.

O segundo, também herança do mano, já estava bem desbotado e quebrou algumas peças após alguns meses de uso. Daí ele ganhou um terceiro, da avó materna. E mais um, da tia (este já usado). Levamos este para a praia e conseguimos acabar com a suspensão e as rodas dele. Como era importado, não achamos peças de reposição. E o que a avó presenteou, perdeu duas rodas anteontem.

Modos que, ontem, compramos um quinto carrinho de bebê. Da Galzerano, com suspensão, tubos reforçados. Caíto, que tudo entende, se sentiu todo feliz no novo carrinho, super anatômico, acolchoado e tudo o mais. Mas já avisei ele, é o último, meu filho! Porque sei que este vai durar o tempo suficiente até que Caio não dependa mais dele pra correr o mundo!

4 meses e o primeiro carro

1 ano e 1 mês - o segundo modelo

1 ano e 9 meses e a terceira versão!

2 anos e o quarto carrinho!

P.S. Pra quem não percebeu este post foi só uma desculpa esfarrapada pra um momento nostalgia do meu ex-bebê... E para criar a expectativa: em breve, fotos do novo meio de locomoção do Cainho!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Se ele dança, eu danço

Sem assunto pra escrever um post quilométrico, deixo uma foto inspiradora.


Às vezes tenho medo da minha fé. Porque acredito demais que falta pouco para que eu deixe de segurar as mãozinhas do Caio e ele saia dançando sozinho.
Agora, me respondam: não é a "alface" dançante e sorridente mais linda desse mundo?

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Nasceu Miguel!

Hoje eu soube que nasceu o Miguel. Um menino lindo, sadio, com quase 3 quilos e incríveis olhos azuis. O nascimento de Miguel pôde reforçar em meu coração a certeza de que a fé realmente tudo pode e o amor sempre vence, como sempre costumo dizer.

A recente mamãe em questão é Camila, uma jovem linda de 25 anos. E a mãe da Camila é uma pessoa especialíssima em minha vida, que soube se tornar uma amada amiga mas, principalmente, o modelo de mãe que desejo ser para meus filhos.

A Camila teve problemas no parto e nasceu cianótica (com a pele em tom azulado devido à falta de oxigenação), já com comprometimento neurológico. Passou a infância tendo fortes crises convulsivas. Sua mãe, minha adorada Kika, me contou o sem-número de vezes em que conduziu à Camila ao hospital segurando sua língua para que ela não asfixiasse durante as crises. Ou das ocasiões em que precisou reanimar a filha com respiração boca-a-boca. Os prognósticos médicos dados à Camila, mais de duas décadas atrás? Que ela teria retardo mental profundo, que não conseguiria se alfabetizar e que jamais teria capacidade de ser “sequer uma empacotadora de supermercado” – mais uma vez palavras brilhantes de um sábio doutor.

O que a mãe da Camila fez? Mandou este médico à m*, com todas as letrinhas! E não aceitou, não se conformou e, principalmente, não acreditou nestes prognósticos. Ela sempre acreditou e se apoiou em duas coisas: em Deus e no amor que tinha por sua pequena Camila.

Para encurtar a história, a Camila parou de ter crises convulsivas no final da infância, aprendeu a ler, tornou-se uma jovem que encanta a todos por sua doçura, gentileza, humildade. Casou-se, faz faculdade de pedagogia e hoje amamenta seu primeiro filho.
É uma mulher realizada e que soube realizar seus pais. A Kika costuma me dizer que ama incondicionalmente os três filhos que têm (e eu posso atestar isso). Mas que é a Camila a que sempre lhe proporcionou mais orgulho. Não pela sua história de superação, o que já seria um motivo mais que justificado pra corujice materna. Mas porque sempre foi a filha mais doce, dedicada, preocupada com seus pais.

No primeiro aniversário do Caio a Camila foi a responsável por um dos momentos mais tocantes. No quadro de fotomensagem dele, onde os convidados deixavam uma dedicatória ela escreveu docemente: “Caio, um vencedor sempre serás. Beijos, Camila”. E na hora de ir embora, veio se despedir de mim com palavras que nunca hei de esquecer. “Obrigada por nos convidar. Amamos muito toda a tua família e quero que acredites sempre que teus dois filhos são grandes bênçãos do Pai Celestial. O pequeno Caio traz em si um grande propósito e ainda vai encher teu coração de muita alegria e orgulho. Eu amo ele, te amo e a todos vocês e estou muito feliz de estar aqui hoje”. Ditas assim, com fluência e carinho, as palavras da mulher que um dia tacharam de deficiente mental permanente.

É, eu sei disto. A fé tudo pode, o amor sempre vence. Kika, Camila, Caio, me ensinam isto todos os dias.
Bem-vindo, Miguel. Um afortunado já és, de nascer de uma pessoa realmente especial, como tua querida mamãe Camila.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Dia do Médico

Desde o nascimento do Caio tenho passado por transformações e aprendizados. Já tive raiva de alguns médicos, que se acharam donos da verdade. O tempo nos mostra que se eles eram detentores de algo, era de arrogância e do engano mais profundo.

Mas não é deles que quero falar. Quero agradecer aos excelentes médicos que cruzaram nossas vidas.

Ainda lembro do Dr. Ricardo Meyer, o primeiro pediatra do Yuri. Que me ensinou pacientemente tudo o que sei sobre maternidade, persistência, amor e limites. Ele foi embora do Sul, mas deixou saudades e grandes lições que carrego até hoje e tento passar adiante sempre que possível.

Reverencio ainda as importantíssimas médicas que acompanham o Caio. A pediatra dra. Jaqueline Volkmann Amaral, que com sua doçura e a sabedoria da antroposofia tem transformado o Caio num menino de ótima imunidade e nos ajudado a diminuir nossa agenda de especialistas. E a neurologista pediátrica, dra. Fabiana Eloísa Mugnol, que nos traz a verdade, o tratamento eficaz e o apoio para seguir acreditando que podemos ainda mais.
A Jaque e a Fabi lutam juntinho comigo para que o Caio tenha cada vez mais qualidade de vida. Tudo o que conquistamos até hoje, compartilho com elas.

No Dia do Médico agradeço à Deus por tê-las colocado em nosso caminho. Agradeço pelo atendimento mais do que humanizado. Torço pelos seus êxitos pessoais e profissionais. E rezo, de coração, para que a medicina tenha cada vez mais “Jaques” e “Fabis” para atender a todos nós. Porque elas são exemplo de como cuidar da vida do próximo com responsabilidade, envolvimento, competência e carinho.


Caíto todo se achando em sua nova fase. Repararam que não existe mais o bebê conforto a lhe apoiar o pescoço?

E ele quer ainda mais e faz pose pra máquina de suas recentes conquistas!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Dia delas, presente meu

Mais um Dia das Crianças se aproxima.
E mais uma vez agradeço à Deus os presentes que recebi.
P.S. Eu tenho mais de 1.000 fotos do Yuri e do Caio. Mas algumas me são realmente especiais, que não me canso de olhá-las (e até de publicá-las). Esta é uma. Meus dois presentes brincando, interagindo. E especialmente iluminados pelo Pai.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O nosso jeito

Mandei para meus amigos, um email com a foto do Caio sentado. E lá falo que do jeito dele, ele está vencendo. E que nós, do nosso jeito, estamos muito felizes e orgulhosos. Aí pensei no que é o “nosso jeito”...



É o nosso jeito de ver as coisas, buscando sempre valorizar a metade cheia do copo.
É o nosso jeito de lutar, com muita força, mas motivados pela doçura do amor. É o nosso jeito de nunca desacreditar, de manter uma fé teimosa ao mesmo tempo em que tentamos equilibrar e racionalizar as expectativas.
É o nosso jeito de viver tudo intensamente. As dores, os medos, as inseguranças. Ao mesmo tempo, o nosso jeito de vibrar com cada coisinha pequena como se ela fosse a mais grandiosa conquista de todo o universo.
É o nosso jeito de chorar e rir o tempo todo, porque as emoções nos transbordam o corpo e transcendem a alma.
É o nosso jeito simplesmente de amar, amar e amar. E quando estamos cansados ou desmotivados, amar ainda mais. Sem medo de parecer piegas. Amar o tempo todo, todos os detalhes. Porque é assim o nosso jeito de viver.

Pensamento positivo

Sempre reitero como são gratificantes as coisas que aprendemos com nossos filhos.
O Yuri agora me pede para rezar todas as noites com ele. E lá vou eu. Mas semana passada ele incluiu entre as orações favoritas, um dizer que eles evocam todos os dias antes de começar a aula. Adorei! Acho que estimula a auto-estima da criança, que acho fundamental em todas as etapas da vida, mas especialmente neste período de tantos aprendizados novos.
Sei que há controvérsias sobre a neurolingüística e tudo o mais, mas acho muito bacana. Acho que pensar positivamente pode fazer uma grande diferença no resultado final. Pesquisando na internet, chamam de A Oração do Segredo. Sei lá, mas que achei muito lindo o Yuri proferindo tais palavras achei. E quero sempre seguir seu exemplo iluminado.

"Sou feliz, alegre e forte,
tenho amor e muita sorte.
Sou feliz e inteligente,
vivo positivamente.
Tenho paz, sou um sucesso,
tenho tudo o que eu peço.
Acredito firmemente
no poder da minha mente
porque é Deus
no meu subconsciente".

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Lisura

Tô em dúvida quanto à honestidade do contador que instalei ontem.
Acho que ele rouba. A meu favor.
Ou foi contratado por minha terapeuta pra aumentar minha auto-estima.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Corujice descontrolada

Sei que o Caio é todo lindo, gostosinho, querido... Mas se ele nasceu assim é porque eu já tinha experiência em fazer menino lindo... Não é de babar ao ver meu meninão com 7 anos e lembrar que ainda ontem ele era meu bebêzinho?


quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Um olhar sobre o futuro

Eu acho que uma das linguagens mais significativas vem do olhar. Tenho a fama de não conseguir esconder meu estado de espírito, basta me dirigir um olhar e a pessoa sabe se estou bem ou mal.
Penso no olhar do Caio, no quanto ele é expressivo.
Dia desses escrevi sobre o
olhar que espero do mundo, para nós e como um todo.

Estamos vivendo um período muito bom, de conquistas muito significativas.
Esta semana tivemos revisões na neurologia, gastro e otorrino. Caíto deu show em todas, recebemos alta “trimestral” do otorrino (o mesmo que 60 dias atrás queria lhe botar um dreno!). Na neurologia, os exames indicam que a neuroplasticidade segue à mil na cacholinha tão amada de meu filhote. Ano passado tínhamos seis consultas mensais com especialistas diversos. Hoje, com os progressos que o Caio faz, mantemos apenas a neurologista, mas com ótimas perspectivas. Choro. Estou feliz e me sinto abençoada.

Aí lembro também de um
texto maravilhoso, que muito me marcou. Onde uma mãe de uma criança com PC fala sobre o poder do olhar. Que os olhos podem ser orgãos de carinho ou ferrões. Que eles têm o poder de amaldiçoar ou abençoar.

Sempre que meus olhos pousam em meus filhos, eu estou os abençoando. Nos dois, Caio e Yuri. Quando reconheço meus traços reproduzidos em seus rostos. Quando penso na perfeição da vida, da genética, do amor. Quando os vejo sorrindo e lhes sinto verdadeiramente felizes. Quando os vejo dormindo e respiro seus sonhos infantis. E isso se torna ainda mais forte, claro, quando olho para o meu pequeno guerreiro.

Meus olhos não enxergam meu Caio como um deficiente, um fardo, um castigo. Meus olhos abençoam a criança forte, alegre, que aprende a vida passo-a-passo ao mesmo tempo em que partilha lições grandiosas. Meus olhos abençoam as vitórias gigantescas que são cada nova sílaba, cada sorriso puro, cada médico que sai de nossa agenda (ainda que agradecendo sua passagem por ela). Eu sofro pelo que poderia ter sido e não foi. Mas abençôo tudo que poderia não ter sido e hoje é.

São olhos de mãe, claro. E por isso mesmo mais tendenciosos, mais complacentes. Mas são, acima de tudo, olhos marejados de fé e amor.

Hoje, ao acordar, meus olhos depararam com uma cena ainda inédita. O Caio estava sozinho em seu berço, completamente sentado! Sem ajuda, sem apoio. O fez sozinho. A felicidade transbordou em forma de lágrimas por estes mesmos olhos.

Mais uma vez, minha fé se renova, fortalecida em tudo o que vivemos, do início até o abençoado dia de hoje. E o tempo, que às vezes me é tão doloroso, como
postei semana passada, se torna nosso aliado. Começo a ver o futuro com olhos engrandecidos pela esperança. Sempre abençoando cada dia vivido, cada dia esperado. E, especialmente, abençoando meu amado Caio.

Olhando e abençoando... desde sempre!