quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Heróis do mundo real

É mais uma vez, tomada pela emoção e pela esperança, que vejo o triunfo de nossos paraatletas numa competição. A exemplo do Parapan, os brasileiros portadores de algum tipo de deficiência, deram show! São exemplos lindos de determinação e coragem!
E tal como escrevi naquela época, continuo achando admirável que um país que oferece tão poucos incentivos esportivos e políticas inclusivas consiga a nona colocação no quadro geral de medalhas, com 47 premiações.
Houve um destaque na mídia e li numa famosa revista semanal que os programas de incentivo à prática desportiva aumentaram consideravelmente. Bacana.
Mas gosto de reforçar a vitória maior, as histórias de superação individuais... De cada um da comissão paraolímpica brasileira.
Meu Caio tem 3 anos. E as calçadas de nossas ruas não estão prontas para recebê-lo, em seus carrinhos. Os olhares das pessoas não estão prontas para enxergar um menino que não anda. E ele tem apenas 3 anos.
Imagino a luta desses atletas, de suas famílias, de seus verdadeiros amigos. A torcida fiel! De não desistirem ao primeiro não, ao preconceito velado ou assumido. Um verdadeiro teste de resistência - de vida! Até chegarem aos mais altos lugares do pódio mundial.
Dia desses, assistindo um boletim com resultados dos Jogos Paraolímpicos, o Yuri me diz que tem vontade de chorar. Eu ensaio um discurso sobre como são admiráveis estes atletas, e que não devemos chorar por eles... Ao que ele me responde: "Mas é isso, mãe, tenho vontade de chorar porque acho muito lindo eles serem deficientes e serem campeões".
É, meu filho, lindos campeões. Provando mais uma vez, para todo o mundo, que não existem limites para a determinação. E que realmente deficiência não é incapacidade. Uma lição que vale ouro.

4 comentários:

Amábile disse...

a limitação tá na cabeça e nos olhos preconceituosos e cá pra nós os atletas especiais com suas dificuldades fizeram muito , mais muito mais bonito que os ditos normais , com todos os seus patrocinios e cobertura jornalistica. Ainda pergunto pq a cobertura da paraolimpiada não foi a mesma da olimpiada se afinal fomos muito melhor nelas. A resposta é simples pq ainda não estamos preparados pra aceitar as diferenças , o que é absolutamente triste. e a valorizar estas diferenças . Espero e rezo , e educo a minha tropa para que o Caio e outra tantas crianças tenham um mundo mais justo e que os respeite ndependente de suas limitações.
Bj Dinha. Acho que falei demais ...

Andressa disse...

Ah, eles fizeram bonito demais da conta, não foi não? Também me emociono com a garra, a luta, a vontade, a gana destas pessoas iluminadas que fazem mais do que julgamos possível ou provável: um testemunho de coragem e fé!
Beijos querida!

Valmendel disse...

É Dinha, esta superação nos mostra o quanto a gente é acomodado. Eles, com todas as suas limitações, vão muito mais além do que muitos de nós, ditos "normais". Temos é que seguir seu exemplo; bjs

Anônimo disse...

Dinha, foi lindo mesmo.
Agora, me causa espanto o nosso comodismo, em contentarmos com apenas uma dúzia de medalhas de nossos atletas considerados 'normais'...
Fogo, né?

Beijos enormes