segunda-feira, 3 de março de 2008

O Poder da Mente

Uma pessoa na qual tenho a maior credibilidade me reforçou semana passada de que estou certa. O Caio vai andar, vai falar. Vai se desenvolver tão bem que quem o conhecer daqui alguns anos não acreditará nas dificuldades vencidas por este pequeno grande.
Confesso que fico receosa. Não com as previsões em si, mas na minha expectativa de que a melhora seja assim tão significativa. Sempre acreditei no potencial do meu filho mas tenho medo de pedir dele mais do que ele pode me dar. Ao mesmo tempo tenho em meu coração a quase certeza de que sim, ele pode, ele quer, ele vai.

Em setembro último, reencontrei no Hospital de Clínicas, a Ana Luíza*, “colega” de UTI Neo do Caio. Ela nasceu prematura, com 26 semanas de gestação. Teve cegueira da prematuridade, hemorragia cerebral, precisou fazer reconstrução do intestino. Ficou internada 104 dias (quase o dobro do meu guerreiro). Depois, voltou e fez duas cirurgias: uma pra colocar a DVP (exatamente como o Caio) e outra para abrir seu crânio que estava fechando prematuramente (a tal cranioestenose que chegaram a suspeitar que o Caio tivesse). Os prognósticos dados à menina (atendida pelo mesmo neurocirurgião “sensível” que comparou o Caio à uma alface)? Vegetativa, para sempre. Lembro muito do quanto eu e a mãe da Ana Luíza chorávamos no ombro uma da outra, do quanto conversávamos com Deus, do quanto defendíamos o amor materno como instrumento de cura. Pois tive a felicidade de ver a Aninha (2 anos e 8 meses) caminhando e chamando sua mãe de “mã-mã”. A surdez, antes diagnosticada, foi revertida pelo amadurecimento cerebral da menina. A mãe dela me conta que tudo foi assim, de um dia pro outro, os neurônios acharam o caminho, as conexões se fizeram corretas e lá está Aninha se negando a ser carregada no colo.

Neste final de semana fiquei sabendo de mais uma grande vitória. William* é colega de fisioterapia do Caio. Teve uma anóxia profunda ao nascimento. Iniciou a fisio logo após a alta hospitalar, aos 4 meses de vida. Somados ainda à sua agenda, a fono, a hidro, a equoterapia. Conheci-o com 3 anos. Numa cadeira de rodas adaptada, muito pouco sustentava o próprio pescoço e não falava. Muito sacrifício, muita dor, me relatava a mãe. Pouco antes do Natal, encontrei-o com sua mãe na rua e ele apontava e falava alegremente: “Caminhão! Vrrruuuum!”. Pois sexta, fiquei sabendo que William, aos 5 anos, começou a caminhar! Ainda precisa que sua mãe o guie, segurando suas mãos. Mas já venceu, está de pé!

Eu posso visualizar inúmeras vezes ao dia, meu Caíto correndo, contando suas coisas, cantarolando. Não é utopia, é um sentimento que insiste em preencher meu peito.
Não desprezo o poder e os avanços da ciência. Estou consciente que os progressos do Caio devem ser compartilhados com os tratamentos, acompanhamentos e medicações. Mas não é mérito exclusivo deles.

Ana Luíza e William têm mães amorosas, persistentes. Que não desistiram ao primeiro “impossível” que ouviram de médicos experientes. Carregaram seus filhos nos braços e uma fé quase inabalável nos corações. Quero ser como elas, luto pra isto.

Respeito opiniões diversas com a maior humildade, mas meu tempo vivido com o Caio me fez aprender ou ter a certeza sobre algumas coisas. Sei que nossa mente tem o poder de transformar situações. Querer, e acreditar que é possível, é sim 50% do caminho para as realizações. A fé num Deus, numa força, numa energia pode transmutar nossos destinos. O amor incondicional é poderoso, talvez o mais poderoso de todos os sentimentos.

Caio é um guerreiro. É um vencedor. E ainda hei de vê-lo imponente, de pé, sorridente como ele só, ratificando minhas crenças.

* Os nomes foram trocados para preservar a identidade das crianças.

8 comentários:

Anônimo disse...

O que te falar amiga?
Só obrigada por me ensinar que o amor pode muito mais do que supomos e por compartilhar suas vitórias comigo.
Tenho certeza que em um futuro bem próximo será a minha vez de contar a minha mãe que "aquele menino lindo da foto de papai-noel" está dando seus passinhos por todos os lados.
Beijos

Anônimo disse...

É isso mesmo Dinha...
Cada um tem seu tempo, o Caio ainda vai sim, mesmo que não no tempo que vc deseja...
O amor incondicional que vcs dão a ele, vai sim, ajudar e muito...
Torço muito por ele e por vcs...
tenha fé em Deus amiga...
Beijos!!!
: )

Pathy disse...

Dinha, tenho certeza de que o nosso Deus, o Deus dos impossíveis, ainda vai fazer o Caio ficar de pé, sim, imponente, como vc imagina. Não desista. Esta vitória, Deus está gerando pra vc!
Quero estar pertinho pra ver isso contigo viu?
Ah, voltei das minhas férias e ao blog, aparece lá depois.
Beijocas lindona!

Anônimo disse...

Dinha, nosso guerreiro ainda vai nos surpreender muito! Ele vai fazer tudo que a gente imagina e muito mais. Porque ele é muito amado, muito querido, faz parte de uma família maravilhosa, uma mãe que pode tudo, um irmão que cuida dele como ninguém. E vai vencer qualquer obstáculo, estou certa disso.

Anônimo disse...

Acho que nem preciso te dizer o quanto acredito no Caio também. E os dois casos que você citou só reforçam minha idéia de que, independentemente dos méritos de todas as terapias, é o amor, afeto e ambiente de inclusão criado na família que faz a diferença. E o Caio tem a sorte de contar com isso! Bjs! Te amo!

Anônimo disse...

Amada, nem preciso dizer, né?! Eu acredito sempre!
Adorei saber que o Caio gostou do dvd, mas faltou dizer se o Yuri gostou do ovo?? Ele não gostou??
O Yuri e o Caio estão lindo demais nas fotos!! Vontade de entrar dentro do monitor e morder os dois!
Beijos

Anônimo disse...

Amada, nem preciso dizer, né?! Eu acredito sempre!
Adorei saber que o Caio gostou do dvd, mas faltou dizer se o Yuri gostou do ovo?? Ele não gostou??
O Yuri e o Caio estão lindo demais nas fotos!! Vontade de entrar dentro do monitor e morder os dois!
Beijos

Eva disse...

Já falei algumas vezes do quanto acredito no poder da mente e das várias vezes que já observei ocorrerem "milagres" perto de mim.
Não só a nossa mente é poderosa, a do Caio também é. Vejo nos olhos dele a garra de viver que ele tem. Mais do que isso: a alegria de viver. E eu acredito que isso é que vai fazer toda a diferença na vida dele.
Beijinhos