Estou com sérios problemas de tireóide.
Os exames médicos indicam que a origem está no meu anticoncepcional, usado há quatro anos.
Procuro orientação para definir um novo método contraceptivo.
E cria-se um impasse. Devo optar por um método não hormonal. E levo o maior medo do DIU, apesar de ouvir alguns depoimentos favoráveis. Morro de medo dele e de engravidar.
Aliás, conversando com minha gineco, eu disse a frase definitiva: "Me apavora a possibilidade de engravidar de novo!".
Então um método definitivo nos parece o ideal.
Meu marido não pode fazer vasectomia, por problemas cardiácos e outros.
E saio da consulta com encaminhamento e entrevista agendada para realizar uma laqueadura. Saio feliz, pensando em toda a despreocupação futura.
Considero 2 filhos o ideal para a grande maioria dos casais. Exceto em casos de um padrão financeiro elevado ou de motivos pessoais.
Eu não tenho condições financeiras de ter outro filho. Já vivo com medo de não suprir as necessidades básicas dos que tenho.
Mas também acho que não tem espaço no meu coração para outro amor dessa intensidade.
Às vezes, meu eterno e cruel senso de culpa, acha que não consigo demonstrar todo o amor que sinto por Yuri e Caio, quanto mais se outra criança entrar nessa partilha...
Ao mesmo tempo, tento pensar que sou uma mãe maravilhosa a eles e que com eles me realizo completamente na maternidade.
Tento pensar em mim, na minha individualidade.
Nos planos de ainda poder interferir no meu corpo e talvez reencontrar o equilíbrio com a balança, o espelho e a auto-estima.
Que não desejo mais filhos, que desejo investir profundamente em mim, na minha carreira e em meus sonhos... sem abrir mão desses dois tesouros que tive a benção de pôr no mundo.
Então estou decidida.
Amanhã tenho a primeira entrevista.
Sei de duas perguntas que me serão feitas e para elas tenho a resposta na ponta da língua.
E se um de seus filhos vir a falecer?
Nenhum filho substitui o outro. Um novo filho não apagará a dor, nem o vazio nem a saudade da partida prematura de qualquer um deles.
E se você vir a casar novamente e seu novo marido quiser filhos?
Se isso acontecer, meu novo marido vai conhecer minha história e há de me aceitar com ela, inclusive com os filhos que já tenho e a impossibilidade de gerar outros. Se ele quiser, aceito adotar.
Mas ao mesmo tempo, devo confessar, existe uma pequena porção minha que se sente em dúvida.
Pensar em algo tão definitivo é assustador.
NUNCA mais gerar uma nova vida dentro de mim.
NUNCA mais sentir todas as maravilhosas emoções que a gravidez, o parto e um recém nascido já me proporcionaram.
Aceitar definitivamente que não, não darei à luz minha sonhada menina.
Encerrar essa etapa na minha vida. PARA SEMPRE.
Amanhã é a primeira entrevista.
Acredito que estou 98% decidida por fazer a laqueadura. Falta um empurrãozinho...
Acho que é um duelo entre RAZÃO x EMOÇÃO. E nesse caso, a razão precisa prevalecer.
Além dos mais acredito que tenho a VIDA INTEIRA para curtir e viver intensamente muitas experiências ricas com meus dois filhos maravilhosos.
E que ainda tenho outros frutos para deixar marcando a minha passagem.
2 comentários:
Dinha,
É uma decisão extremamente pessoal. Só acho que você está sendo muito radical em dizer que não há alternativas. Eu troquei a pílula pelo DIU neste ano, exatamente porque não me sentia pronta para uma laqueadura. Porque acho que nada é tão definitivo assim na nossa vida. Reviravoltas financeiras, emocionais, de forma de encarar a vida, acontecem. Então prefiro ter controle sobre essa possibilidade.
Se você está confortável com a decisão, toque em frente. Caso contrário, acho que ainda existem muitas alternativas possíveis. Beijão
Oi Dinha,
Tudo bem contigo? Vamos marcar aquele almoço? Semana que vem eu posso qualquer dia que tu puderes, exceto sexta-feira.
Olha só, eu uso DIU. Usei por 5 anos, tirei para engravidar da Fernanda e coloquei de novo quando ela estava com 3 meses. Eu me dei muito bem com o DIU. Acho a laqueadura uma ótima opção também, desde que tu encontre os 2% de certeza que estão te faltando!
Quando tu puderes me liga e vamos nos ver.
Beijão, querida.
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