quarta-feira, 2 de abril de 2008

Um menino de muitos sobrenomes

Sempre penso que existem assuntos que não gosto de repetir. Mas a indignação e até mesmo a dor que aperta meu peito, me fazem não ser forte como queria e volto atrás de minhas decisões. Dia desses ainda postei o “Sentir-se amado”, inspirada pelo carinho imenso de minhas amigas.

Hoje estou ferida.

Sei bem que falei que amor não se cobra. Mas estou muito triste por volta e meia ter a confirmação de que meu Caio é excluído no seio de sua própria família. É essa dor que me consome e que me faz ter tanto medo de uma sociedade despreparada para receber meu filho e lhe ofertar amor, estudo, lazer, emprego. Independente de suas deficiências.

As pessoas se omitem. Até perguntam “como ele está?”, mas não estão prontas para ouvir as respostas porque não fazem nada a respeito delas. Ou perguntam “o que o médico disse?”. Mas trazem neste questionamento um verdadeiro pavor de que a resposta não seja nada menos do que um impossível, porque imprevisível, “ele vai ficar 100% curado das seqüelas dentro de X tempo”.

Alguns o olham de canto de olho. Outros, viram o rosto.
Alguns querem saber de todos os prognósticos (e nem eu, nem os médicos os temos). Outros nem perguntam.
Alguns até brincam com ele, com um sorriso constrangedor nos lábios. Outros, o ignoram solenemente.
Não são poucas as vezes que me pergunto o que dói mais: a indiferença ou o preconceito velado.


Esta é parte da família do Caio. Pessoas que bradam no peito os valores da família, mas que na hora de pôr o discurso em prática sempre têm um compromisso mais importante do que seus ideais falsamente alardeados. A família que gasta mais de um salário mínimo em brinquedos e futilidades e não pergunta se eu tenho os 10 reais semanais do leite ou se vai dar pra comprar todos os 12 vidros mensais de anticonvulsivante. Que pergunta dos exames, mas que nunca pode ofertar uma carona e nos faz levar 4 horas em descolamentos em ônibus e metrô.

Eu até não cobraria alguma atitude, se eu não visse isso ser feito para outras pessoas. Que nem são “da família”. Então, se meu Caio tem os valorizados genes familiares, o que lhe falta? Sob a ótica da família, eu não sei responder. Sob a nossa, posso afirmar: falta respeito, solidariedade, amor, doação.

Mas, deixa pra lá. Perdem eles.
O Caio é Lacerda Mariante Fagundes.
E Amorim, Ruschel, Pasqual, Souza, Bouzada, Ribeiro, Villas, Sant Martin, Sodré, Silva, Pires, Rolante, Garigan, Medeiros, Frenzel, Oliveria, Seeman, Freitas, D'Ávila... e muito mais, em nome de um amor muito maior e verdadeiro.

26 comentários:

Mile disse...

oi Dinha,
como uma descrente convicta da importância de genes familiares, e crente na mesma medida da importância do amor e do afeto, concordo contigo: perdem eles...
bjs no coração e nas bochechas do Caíto e do Yuri,
Mi

Anônimo disse...

ei, tá faltando o Kalko nessa lista!

Anônimo disse...

Dinha , muito me honra fazer parte da família que acolhe o Caio!Beijos mil da Dani de Floripa

Grilinha disse...

Caio Grilo

Faço questão que seja Grilo também, da parte da familia de Portugal, eheheh ;-)

Tenta não dar tanta importância. Bem sei o que sentes...

Beijos grandes

Alessandra disse...

Ei ! Falta o Pena nesse sobrenome tb ! Meu outro Caio Pena !

Anônimo disse...

É Dinha eu acho que os genes nesta hora não fazem a menordiferença, sei bem que tem amigos que devems considerar muitos mais que qualquer parente. Nem sempre o laço de sangue é mais forte e verdadeiro que uma amizade. E o Caio merece todo o amor do mundo mas só se for verdadeiro e espontaneo, porque ele não precisa de esmolas de amor, a gente bem sabe que só da tua parte ele tem amor que nunca acaba e que da parte que me toca ao ver meu sobrenome ai nesta lista tb.
Amo vcs incondicionalmente.

Anônimo disse...

Que emoção fazer parte desta família de guerreiros e vencedores !!!!
Bjosssssssssssssss

Anônimo disse...

Dinha, querida, os amigos são a familia que escolhemos! Pense nisso em momentos como esse. Com certeza essas pessoas precisam evoluir muito ainda para chegar em determinado nível ( de saber o verdadeiro significado do que é amor, a solidariedade, carinho, companheirismo, compaixão....).
Todos vcs da família estão muito além de gente "pequena" assim.

Bjs,bjs,bjs

Unknown disse...

"Vamos pedir piedade, Senhor, piedade! Dê-lhes grandeza e um pouco de coragem".
Tá, eu sei que denuncia a idade lembrar Cazuza assim, mas nada mais me ocorre. O Caio é tão lindo, tão tudo, tão especial que realmente é digno de piedade quem não o ama incondicionalmente!
Ah, e o Caio não é Agnoleti, não, é Barbosa quem nem a minha nega. Se o critério pra figurar na lista é amor pelo nosso guerreirinho, eu estou totalmente inside.
Cheiro bem especial, Amada, pra Vc e pros seus Frutos lindos!

Anônimo disse...

Dinha, sonho com o dia de poder abraçar vocês pessoalmente. Sei que nada vai mudar quanto ao que sinto, porque você é minha irmã independente da distância. Mas ainda assim cada dia mais quero poder te abraçar, e dar um apertão nos meninos (posso??rs).
Também tenho muita dificuldade em aceitar que dentro de uma família pode haver não-famílias. Mas vivo isso de perto, diariamente. e é triste. Mas assim como à você, os amigos (família, do coração) sempre salvam.

Beijos!!

Greice

Anônimo disse...

Dinha,
pois nós tenho O orgulho em fazer parte desta linda família!!!

Beijos

Lili disse...

Dinha, vocês estão num lugar especial do meu coração, fico emocionada por fazer parte desta linda e grande família.
Beijos
Lili

Anônimo disse...

Amada,ainda bem que temos como "escolher" a nossa família de verdade,né,amiga ??? E que o Caito perpetue todos os seus sobrenomes... beijos,linda eobrigada pela linda homenagem!

Anônimo disse...

Dinha, querida, já te respondi pelo paralelo e vai por aqui também: que orgulho de entrar oficialmente para a família querida do Caio. Ele já mora no meu coração desde sempre e é o priminho gostoso da Isadora Villas!
E eu PRECISO ir aí conhecer vocês...

Adriana disse...

Dinha, é Barreto também!
Amiga, as pessoas doam o que têm... Como é que pessoas infelizes podem doar felicidade? Como uma mal-amada pode doar amor?

Pense nisso!

Anizia e Donisete disse...

Claudia, estamos contigo, nossas crianças precisam de amor, respeito e carinho. O nome de teus filhos já está grande, mas, eles podem ser Rosa também, porque são as flores mais importantes do jardim da nossa vida e, principalmente, netos do S. Luiz e da D. Silvana, dois avós maravilhosos, que, lá do alto, velam por todos nós.
Quanto ao transporte,não sofre mais, quando tiver que levar teu filho ao médico ou aonde for, liga, busco e levo em casa . Aviso , ficaremos tristes se tu não ligar. Com carinho, Anizia, Donisete, Carol e Lipe.

Anônimo disse...

Dinha linda, fiquei roxinha de orgulho de fazer parte dessa lista tão especial. Como costuma dizer meu pai: ame a quem te ama e chame a quem te chama. Tô aqui para o que der e vier! Bjs mil
PS: O que são essas fotos da Páscoa? Amei!

Anônimo disse...

Opa!

Familia Beltrao de Queiroz incluida, ne'?

Ou vc acha que nos e o Max iriamos ficar fora dessa? ;-)

Um grande beijo, Dinha. E nao deixe isso tudo te abater. O seu coracao e' maior do que isso tudo.

Anônimo disse...

Você me fez pensar tanto agora.

Anônimo disse...

Amo vocês e ter vocês na minha família é uma benção!
Beijos

Cassandra disse...

Dinha,
O Caio e o Yuri merecem todo o carinho do mundo. E que sorte eles deram, hein? Eles têm a melhor mãe do mundo, já pensou se fossem filhos desses "parentes" tão despreparados?
Um grande beijo pra ti e pros teus lindinhos.

Cassandra disse...

Dinha,
O Caio e o Yuri merecem todo o carinho do mundo. E que sorte eles deram, hein? Eles têm a melhor mãe do mundo, já pensou se fossem filhos desses "parentes" tão despreparados?
Um grande beijo pra ti e pros teus lindinhos.

Néa e Arthur disse...

Olá Dinha!Sempre passo por aqui mas só deixei scrap 1 vez.Acho lindo o amor e os cuidados que vc dá ao Caio sei que vc tem outro filho e imagino como seje difícil de dividir em duas.Não ligue pra essas pessos pois elas não merecem .Elas só estão perdendo por não conhecer o Caio que vc e nós conhecemos.Um guerreiro,verdadeiro lutador!!!!!!!!!Aquele que acorda e faz o dia de tantas pessoas ser diferente.Ele pode ser VALONE tbm?Parabéns o seu filho é um presente maravilhoso!!!!!!!!!!!!
Beiojos

Anônimo disse...

Dinha, eu também sei por experiência própria que "ter o mesmo sangue" não quer dizer nada.Há amigos que com certeza são milhares de vezes mais importantes que os familiares. Como vc mesma disse: perdem eles...
Beijos!

karina disse...

Se não colocar Marinho aí eu rodo a baiana,faço um escândalo, e ainda faço birra, heim?????? como assim? e o Caio não é meu também???? ah, se não é....

Dinha, fiquei, mais uma vez, emocionada com seu post. Lindo, o que me faz pensar se o Caio de fato precisa de gente assim (acho que não precisa não, ele já tem todo amor do mundo, mas você precisa de um aconchego, né? e a gente espera isso da nossa família, sim).

Eu imagino que é difícil, o mundo não vai, mesmo, se adaptar ao Caio. Mas o Caio vai dar conta de tudo, tenho certeza disso. Em pouco tempo que te "interconheço" já vi melhoras incríveis nele... esse menino vai looonge, você vai ver...

Beijos.

Anônimo disse...

Olá, fiquei conhecendo o blog através da Cristiana Soares. Olha, tem uma escola perto da minha casa onde várias crianças com PC vão fazer exercícios. Eu simplesmente AMO pará-las, brincar, perguntar pras mães como elas estão... mas fico me perguntando: será que as mães gostam disso? Será que não parece que eu apenas faço isso por pena? O que quero dizer é: às vezes as pessoas realmente não sabem direito como agir, simplesmente porque aquela é uma realidade diferente da que elas vivem. Nem sempre é por mal ou por preconceito.Temos que lutar sim pela inclusão. Dentro de casa principlamente, com nossos filhos, para que seja uma geração melhor. Só quis te mostrar que talvez nem todos que têm essa ou aquela atitude o fazem por ser indiferente ou preconceituosos. Muitos são inábeis mesmo para lidar com situações desconhecidas. Eu acho que às vezes exagero com essas crianças que encontro sempre na rua. Faço taaaanta festa, pareço uma louca... Mas, te garanto, minhas itenções são boas. São, principalmente, mostrar que pelo menos pra mim essas crianças não são invisíveis. Bem, é isso. Beijos na família e FORÇA!!!! O Caio e o Yuri são lindos, heim?