quarta-feira, 1 de março de 2017

A vida com menos peso

Dos meus 44 anos, lembro de ter sobrepeso em pelo menos 35 deles. Comida sempre me foi compensação. E a gordura se tornou uma proteção – um “não se aproxime”, para pessoas e as dores que elas poderiam me causar. O corpo mais equilibrado sempre vinha nos momentos mais felizes de minha vida.

Na última década, acumulei desgostos sobremaneira, que me tornei uma obesa mórbida. As pessoas me sugeriam cirurgias para conter a compulsão alimentar. Mas eu tinha consciência de que eu precisava, primeiro, resolver aqui dentro de mim todos os excessos e pesos condensados numa existência de mágoas, dores, traumas. Quando eu conseguisse, perder peso seria natural.

De 2013 para cá, uma reviravolta. Interna. Mas grandiosa. Terapias, treinamentos, autoconhecimento. E o enfrentamento de tantos fantasmas e crenças que me limitavam a uma vida pesada. Então vem uma perda de peso, gradual, natural – como eu previa. Porque decidi não carregar mais pesos desnecessários. Optei por não engolir nem armazenar sentimentos ou situações que não sei e nem faço questão de digerir. Entendi que não preciso de uma capa de gordura a me proteger das dores do mundo. As dores vêm. E posso dar conta delas na raça e na coragem. E então começo a ficar mais leve para a vida.


Meu manequim caiu do 54 para o 46. Passei de obesidade mórbida para severa. E aceitei que eu poderia ser assim e ser feliz, com meu corpo. Mas, incrível, vou escrever mais a fundo sobre isso, Carl Rogers disse: “Curioso paradoxo: quando me aceito como sou, posso então mudar”. E eu resolvi mudar mais. Eu, que em atendimentos mediúnicos, tenho dado muito o recado de que as pessoas podem escolher os pesos que carregam e muitos são absolutamente desnecessários. E desperto: os recados vem por mim, porque são também pra mim!

2013 - 2017

Tenho buscado minha contínua evolução. Por que então, não harmonizar e mostrar, sem medos, ao mundo, a transformação deste ser, que deixou de carregar tantas coisas “feias” consigo?Equilibrar a fachada com um interior que já não carrega mais pesos, nem na alma e no coração. Que não precisa mais se proteger e tem descoberto os melhores sabores da vida longe da comida. Este é meu desafio de agora. Hoje, sou uma obesa moderada. Mas leve por dentro... Aqui fora, em breve, hei de ser também!

Um comentário:

Ana Paula disse...

Texto perfeito Dinda, reflete exatamente as mudanças que tens passado e leva as pessoas a refletirem sobre a somatização dos males emocionais e o que eles causam no físico. Compartilhando agora.💐💐💐