quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Todos os dias para a igualdade

Na sexta passada, dia 21, comemorou-se o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Eu acho bacana e, mais do que isso, fundamental divulgar datas assim. Ainda que eu concorde em parte com algo que li certa vez: os dias que são comemorados são os de minorias. 

Ok, abstraia-se daí as datas explicitamente comerciais: dia das Mães, dos Pais, dos Namorados, etc. O dia da Mulher, por exemplo, é uma visão machista, antiga e estereotipada de nosso papel na sociedade. O dia do Índio, outra data que não há nada a comemorar, visto que nosso país não oferece nenhuma política pública eficaz de preservação à cultura destes povos. Enfim.

Como mãe de uma criança com deficiência, acho sim, importante ter um dia assim. Também teve o dia mundial da Paralisia Cerebral. Tem do Autismo. Hoje mesmo, dia dos Surdos. Bacana porque são oportunidades de lembrar o mundo que existe a diversidade. E que estas são pessoas que podem ser atuantes, úteis, felizes, plenas como as demais, a despeito da deficiência que venham a ter. Acho que estas comemorações são ótimas oportunidades de ensinar mais sobre o que ainda é desconhecido de uma maioria. E não porque os portadores de deficiência sejam minoria, afinal, segundo o Censo 2010 do IBGE, somente no Brasil eles representam quase 25% da população. Mas porque ainda existe o preconceito e eu tendo a crer que ele ainda é mais fruto da desinformação do que da má vontade simplesmente. E que datam assim sirvam para que seja lançado um olhar mais cuidadoso do poder público para as nossas lutas que, longe de ter um dia, são as batalhas do cotidiano.

No entanto, sou obrigada a confessar que no meu mundinho ideal, aquele que sonho, quero ainda uma sociedade sem calendários a lembrá-la do valor e dos direitos do próximo, seja ele quem for: índio, negro, caucasiano, mulher, homem, deficiente, atleta...

Tenho divulgado muito esta imagem, pois acho ela a síntese perfeita do que quero dizer: Caio brincando de igual para igual com outras crianças, no parque, num brinquedo adaptado a cadeirantes que permite sua perfeita interação. 



Eu sonho este mundo para o meu filho. Onde ele seja apenas visto com igualdade. Que seus direitos sejam plenamente respeitados. Sem vantagens ou benefícios diferenciados. Quero para meu Caio apenas a igualdade de oportunidades. O acesso à saúde, educação, ao lazer, às brincadeiras de criança. Quero apenas que ele possa sorrir como qualquer menino de 7 anos merece. Não quero que lhe lancem olhares de admiração, espanto, comiseração. Quero apenas que ele possa ouvir mais vezes, perguntas simples e lindas como a desta inesquecível tarde: "Oi, como é teu nome? Vamos brincar?".

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