segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Adeus iminente

Quem me conhece sabe o valor que dou aos meus animais, especialmente cães que sempre tive vários. Sou suspeitíssima para falar, mas acho que eles nos trazem lições de vida que somente seres humanos com muita sensibilidade tem a capacidade de disseminar. Mas existe o momento difícil, inerente à vida, que é o momento do adeus.


Ninho, o nosso Cocker Spaniel de 12 anos e 4 meses está indo embora.
Luninho, o filho da matriarca Luna.
O branco e bege que muitos achavam que o nome vinha do leite em pó.
O amigo amoroso, mas de personalidade.
O brincalhão que sempre adorou bola e balões.
O filhote que perdeu seu posto de “primogênito” da família, com o nascimento do Yuri.
Aquele que se tornou um parceiro, um guardião, um verdadeiro anjo da guarda para este “irmão” mais novo.
   

Ninho com menos de 30 dias (e eu grávida do Yuri!)

Aos 3 meses - parecia de pelúcia!

Quando eu fui pra maternidade, meu marido conta que o Ninho, então com 8 meses, sentiu muito minha ausência. Cheirava meu lado da casa, o meu banco no carro quando ele chegava das visitas ao hospital... Mas quando eu retornei, trazendo um outro “filhote” pra casa ele sofreu muito. Ficou mal, deixou de comer, passou a nos ignorar.
 
Ninho, sendo apresentado ao "mano Yuri" e passou a cuidar muito dele

Até que um dia tive a idéia de apresentá-los oficialmente. Coloquei um lençol velho na minha cama e deitei o Yuri, desenrolado de suas várias mantas de inverno. Trouxe o Ninho, lhe acarinhei e falei: “Ninho, este é o Yuri, o teu maninho. Ele veio pra ficar junto da nossa família e quando crescer, vocês vão brincar muito. Nós te amamos muito, Ninho, mas agora vamos dividir nosso amor também com o Yuri, está bem?”. Foi o que bastou. Ninho desceu já saltitante e abanando o seu “toquinho” de cauda. Daquele dia em diante, passou a vigiar o Yuri. Zelava por seu sono, vindo sempre me avisar quando ele acordava em seu bercinho. Não deixava estranhos se aproximarem dele. E logo aconteceu o que eu previa: eles viraram parceiros de brincadeiras. Na verdade, Yuri fez gato e sapato do mano Ninho. Puxava as orelhas, as patas. Deitava em cima dele. E nunca recebeu uma mordida, um rosnado sequer em troca.

Yuri pulando sobre o "santo" Ninho
Aos 2 anos e meio, Yuri aprontou aquele que seria o grande susto da sua infância. Eu trabalhava fora e o pai o buscava na creche. Um belo final de tarde, ao descer do carro, já na garagem de casa, Yuri decidiu se soltar da mão do pai e espiar por baixo da porta automática que se fechava. Ninho se desesperou ao ver o que ia acontecer e se jogou entre a porta e o contrapeso que a sustentava. Eu credito à piedade divina que a porta trancou e Yuri ficou apenas com um pequeno galo e um leve arranhão no queixo, sem nenhuma seqüela neurológica. No hospital o médico nos disse que se a porta o tivesse apertado uns centímetros mais para baixo, ele seria estrangulado.
Ao chegar em casa é que percebemos o Ninho. Com o corpo cheio de graxa e uma grande falha nos pêlos. Ele tentou travar a porta para que nada acontecesse ao “irmão”! Nem preciso dizer que nosso amor por este membro da família e suas quatro patas só aumentou, né?

Yuri com 5 anos, Ninho com 6 - e a parceria continuava

Eu teria muitos episódios pra dividir, para mostrar o quanto Ninho nos é especial. Mas acho que estes dois definem o que ele é para nós: um filho muito amado!

Então é triste ver que ele está partindo.
De uns meses pra cá, a catarata nos olhos aumentou. Ele ainda enxerga, mas muito pouco.
Não tem mais quase olfato.
Cansa com facilidade.
Mais recentemente, tem tido enorme dificuldade para subir ou descer qualquer pequeno degrau. Suas pernas ficam cambaleantes. Alguns dias, sequer consegue levantar-se. Provavelmente a displasia no quadril, que costuma acometer os cães idosos desta raça.


Esta semana ele vai fazer uma avaliação veterinária.
Morro de medo que indiquem a eutanásia.
Não quero ter que tomar esta decisão.
Rezo para São Francisco que ele ainda tenha mais um tempo e com qualidade.
Que exista um remédio, um fortificante.
Mas sei que ele está indo embora.
Vai ser triste dizer adeus.
Espero que o céu dos cachorrinhos o acolha com o mesmo amor e alegria com os quais convivemos por mais de 12 anos.

Na praia, agora em dezembro... sempre lindo!

2 comentários:

Dani Paulino disse...

Dinha querida, sei quanto é duro perder um de nossos bbs. Tb amo os animais. que São Francisco, que eu costumo chamar de São Chiquinho esteja abençoando vcs. Bjs

Roberta Berrondo disse...

Linda a história do seu cão, perdi meu velho companheiro no reveillon : http://mulherdetrintaetantos.blogspot.com/2012/01/segue-em-paz.html e imagino a tua dor. como ficou? ele partiu?
beijos