Ele teve uma sinusite em maio que, apesar de todo acompanhamento médico, ainda mantém sequelas até hoje. No feriado de 20 de setembro seu refluxo veio a milhão! E, para ajudar, nosso clima não tem sido dos melhores também, oscilando muito. O resultado é uma recém descoberta faringite... Nessas aventuras, ele perdeu quase um quilo e voltou à faixa amarela da tabela de peso... alerta... afff!
Essas intercorrências, apesar de relativamente corriqueiras na vidinha do Caio nunca são bem assimiladas pelo meu coração materno. Tudo que é simples ou normal para qualquer criança (ainda que mães sempre sofram ao ver o mínimo desconforto do filho) adquire proporções gigantescas em nossa rotina, considerando o quadro do Caio. Tenho muitos medos, medo de perdê-lo, tristeza de ver suas dores e nada poder fazer...
Como a paralisia cerebral dele foi causada por prematuridade e anóxia no parto mais imperícia médica, nessas horas eu sempre penso se poderíamos ter feito algo, cinco anos atrás, para impedir que ele passasse por essas provações... Sim, eu sei, uma das grandes missões da minha terapia e da minha vida é parar de buscar culpados... mas esses são os sentimentos que, volta e meia, me atormentam.
São nesses momentos que vejo quão fundamental são as amizades que fiz na internet, no Orkut e na blogosfera... compartilhando experiências, sonhos, anseios, com outras mães de crianças com pc. Relembro da amiga que teve gravidez de risco diagnosticada desde o início, acompanhamento médico especial, todos os recursos à disposição... e nada disso impediu a paralisia em seus dois filhos! Não que eu me alegre com isso ou diminua minha dor durante os períodos de crise do Caio. Mas servem para eu relembrar porque eu tenho aquela minha fé quase inexplicável...
Maktub!
Estava escrito!
Caio é o filho que me estava destinado desde sempre, meu filho amado e especial.
Nossa luta foi escolhida por ambos e juntos vamos matando um leão por dia.
Esta escrito que teríamos momentos difíceis, mas que também saberíamos saborear, depois da tempestade, cada motivo para sorrir.
E é o sorriso do meu guerreiro o meu maior alento. Porque ele é constante, persistente, valente como o próprio dono dele.
Às vezes é barra. Mas estava escrito que daríamos conta. Que ele, meu Cainho, viria para me dar lições infinitas. De que haveriam dias melhores e piores. Mas que tudo, absolutamente valeria à pena.
Quando olho seu sorriso não tenho a menor dúvida disso.
Makutb.
Ainda bem!
