sábado, 24 de outubro de 2009

O tempo não para

17 dias sem postar.
E fiquei completamente desatualizada de mim mesma!
Nesse período, tentei manter a fé na vida e tava rascunhando um post sobre nosso destino - com seus momentos de glória e desespero estarem escritos, límpidos e certos na trajetória de cada um. Mas aí caí num período de depressão braba - sem grana, cheia de dívidas, 10 meses desempregada, sem luz acenando no fim do túnel. Me senti a mais fracassada, infeliz e incapaz pessoa que habita esse universo. Percebi que tenho claro pra mim que o que sou hoje é alguém que se perdeu e muito de si mesma... na maioria das vezes, nem eu me reconheço.
Só que não tive muito tempo pra cultivar uma auto piedade...
Caio teve uma forte crise convulsiva, ficando 14 horas no oxigênio. Claro que eu sofri, surtei, morri de medo de tudo outra vez... O agravante dessa vez é que Caio começou a convulsionar durante a madrugada, enquanto dormíamos... E agora? Quem me diz que posso, devo dormir sem precisar ser denunciada ao Conselho Tutelar?
Bom, mas passou... por 3 dias e meio... e febre e uma nova crise de insuficiência respiratória nos levaram novamente à emergência na madrugada...
Ah, sim... e só pra ficar mais bonitinho... no meio dessa tempestade meu casamento estava tão sólido quando o Titanic... lá no fundo do oceano.
Mas Caio foi enfim diagnosticado, está em tratamento e tudo parece bem.
E depois de tanta turbulência eu decidi que chega!
Sei que sustos e medos ainda podem fazer parte do nosso cotidiano. Só que eu quero ser feliz! Apesar disso tudo. Ou com tudo junto, mas com a felicidade enfiada no meio!
Falei pra umas amigas: ou eu acredito que vai dar tudo certo, que todo mundo passa por perrengues (ok, alguns mais, outros menos) ou pego a pedrinha dos estúdios da Globo e me atiro no Ganges né?
E acho que a chave do que quero está comigo mesma... eu não sou da vertente que acredita que estamos aqui pra aprender? Então é o que quero fazer. Aprender com tudo. Sei que tem horas que vai doer, que vai ser barra... Mas eu não posso amarrar a minha felicidade, a dos meus filhos, com medo de que essas horas cheguem... É ruim, é phoda? É. Mas podia ser pior? Ah, mil vezes! Sei disso. Às vezes vejo isso, bem do nosso ladinho...
Sou muito atrelada a algumas marcas de infância... uma delas é uma música de uma estórinha infantil que eu ouvia na Coleção Disquinho (cêis lembram dela?)... "minha vida vai mudar, minha vida vai ser boa"... comecei a entoá-la seguidamente...
E não é que deu certo?
Essa semana, fez-se A luz naquele túnel que citei aí em cima. Quase um milagre acontecendo... justo quando eu decidi que podia ser feliz sem ele...
Então. Tudo tá mudando na minha vida e na dos meninos. Sei. Acredito. E agora tenho excelentes motivos para não duvidar que é pra valer!
Tomara mesmo que dê certo, porque, modestamente, a gente merece.
Mas de qualquer forma, acho que a lição está aprendida: é sempre mais generoso com a vida quando damos à ela mais o nosso sorriso e a nossa confiança, do que nossos lamentos...
Sempre gostei daquela passagem de Eclesiastes (3:1-8) que diz que há tempo para tudo na vida. Espero estar começando o tempo de colheita. Mas com a mão sempre no saco de sementes, afinal, já dizia o poeta Cazuza, o tempo não para. Ainda bem.

3 comentários:

Valmendel disse...

Que essa onda de felicidade não páre nunca! E que os momentos de angústia não te façam lamentar... tudo vai passar.

Mãe na Medida disse...

Dinha, quanto sufoco!
Mas a colheita, se Deus quiser está próxima.
Mudando de assunto...
...tava lendo a Contigo hj no salão (com a Ana Maria Braga na capa) e foi impossível não lembrar de vc e do Caio.
Tem a história de um juiz de direito que teve paralisia cerebral.
Achei muito legal a msg de Chico Xavier pra ele e no final qdo ele fala que a sociedade é que é limitada, despreparada.
Leia e depois me conte o que achou.
Bj em vc e nos meninos
DeBH

Alessandra disse...

querida amiga,
Que bom que a tempestade está passando e você consegue recuperar sua força. Sabe que eu torço muito pela sua felicidade né?
Um beijo enorme e todo meu carinho.
Ale