Eu nem vou entrar muito no mérito de julgar Michael Jackson ou rotulá-lo porque acho que ele foi uma personalidade bastante controversa. Na minha humilde opinião ele foi um gênio, um grande talento do show business. Mas também foi vítima de circunstâncias e de uma vida pessoal muito infeliz. Ponto.
O que eu não consigo aceitar bem é esse cruel bombardeio em cima de seus filhos. A cada novo clique na Internet, um novo furo de reportagem. Michael Jackson não era o pai biológico dos filhos. Michael nunca registrou legalmente os filhos. O ex-dermatologista de Jacko é apontado com o doador do sêmen que deu origem à Prince Michael e Paris.
Primeiro. Eu nunca acreditei que as crianças eram filhas biológicas do astro pop. Mas, fossem ou não, isso não me diz respeito. Segundo e fundamental. Prince Michael I, Paris Michael e Prince Michael II são os filhos legítimos de Michael Jackson. São porque foram criados por ele desde seus nascimentos. São filhos porque tiveram o homem, a pessoa Michael, como referência paterna. E nada é mais forte do que essa ligação pais e filhos. Nada mais verdadeiro do que esse amor. Nada mais sagrado. Ainda que não exista um único gene de Michael em qualquer uma das três crianças, elas acabaram de perder seu pai. Provavelmente um pai amado. Muito certamente essas três crianças encontram-se tristes, com sensação de medo do futuro e desamparo. Perderam neste momento a pessoa mais importante de suas vidas.
Alguns podem argumentar que Michael era estranho, um tanto neurótico por máscaras e tal. Mas foi neste mundo que as crianças cresceram. Com raríssimas exceções, pai e mãe são nossos ídolos de infância. Mesmo que não sejam pop star. Mesmo que às vezes nos maltratem. Mesmo que sejam geniosos.
Eu perdi minha mãe de criação aos 18 anos. Eu sabia que não era sua filha biológica – até porque mantive o contato com minha mãe de fato. E não fui adotada legalmente, por restrições da minha própria mãe biológica. Mas jamais aceitei que alguém dissesse que eu não fui a filha de quem me criou e amou por 13 anos. Ela é até hoje o meu referencial de mãe, da mãe que tive e da mãe que quero ser para meus filhos. Por isso, sou muito solidária à dor que os filhos de Michael Jackson devem estar sentindo. Acho que eles deveriam ser poupados neste momento, porque certamente eles perderam muito mais do que a maioria das pessoas especula.
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