quinta-feira, 20 de abril de 2017

Razão X Emoção: quem ganha o duelo?

Nas escolhas da vida, um dilema comum: Agir com a razão, pesando prós, contras e racionalizando ao máximo nossa decisão? Ou deixar-se levar pelas emoções envolvidas, permitindo a nosso coração dar a batida final do martelo?

A razão serve para trazer o máximo de assertividade. A razão traça metas, cria estratégias, foca num objetivo. Calcula, pondera, projeta, estima. Busca aferir elementos palpáveis para que nossas decisões ou atitudes nos sejam as mais benéficas possíveis.

A emoção comanda nossos movimentos. Nos impulsiona no ímpeto, na paixão, na visceralidade. Ou nos trava, no medo, na insegurança, nos traumas. Mas permite ao nosso coração sentir aquele frio na barriga, suor nas mãos e batidas descompassadas no peito que tornam inesquecíveis os momentos por ela comandados.

O outro lado da moeda: a racionalidade excessiva pode nos privar justamente de viver emoções incríveis e únicas. Emotividade em demasia pode nos conduzir em barcas furadas, em atitudes intempestivas, em dramas desnecessários. Quantas vezes nos pegamos querendo fazer algo e nossa emoção de medo nos travando? Ou sabendo, racionalmente, qual o “caminho certo” e nosso coração nos puxando para outro?

Então, qual o ponto de equilíbrio? Eu diria que passa pelo autoconhecimento, para distinguir em quais momentos cada um deve prevalecer. E na carona do autoconhecimento, a conexão com nossa intuição. Como quase tudo na vida, não há receita de bolo pronto.  A neurociência tem derrubado o mito de que é a racionalidade que diferencia os humanos de outros seres. A conclusão é a de que um cérebro que não consegue sentir, não sabe decidir. Daí o reconhecimento do termo inteligência emocional. O caminho é trabalhar com ambos, pois ambos fazem parte de nós. Aprender a prever a conseqüência de nossas escolhas e nos responsabilizarmos por elas. Analisar nossos sentimentos e expressá-los na forma de autoconfiança e coragem. Certeza nunca teremos, pois cada momento de decisão é único e tentar tirar dele o frio na barriga é, talvez, tirar o tempero da vida.


(O tema de hoje me foi proposto por uma leitora do Meus Frutos. Quer ver abordado aqui algum assunto específico? Escreve pra mim: claudiapalestrante@gmail.com)

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