sábado, 29 de dezembro de 2012

Retrospectiva - Parte 1 - Reflexões

Ainda que eu acredite mesmo que ano novo é todo dia. Que a cada amanhecer ganhamos novas oportunidades de reescrever nossa história, de mudar de estrada, de repensar as escolhas... De qualquer forma a coletividade trabalha a favor desta energia de virada e eu também acredito, embarco junto! É hora de olhar pra trás e pesar como foi 2012.

Acho que foi um excelente ano. Perfeito? Não. Só felicidade? Não. Mas foi um ano justo, sem falsa modéstia. Onde comecei a ver florescer os frutos que plantei e cultivo há um par de anos. Foi, especialmente, um ano onde me vi mais equilibrada. Olhei mais pro meu  umbigo e não, não foi egoísmo - foi amor próprio e como é bom! 

Do ponto de vista profissional, estou cavando espaços, tentando achar o ponto de equilíbrio entre a maternidade, o tempo disponível, meu nível de auto-exigência e um chefe que me aceite. Dentro disso, vou desenvolvendo projetos nos quais acredito muito. E mantenho a fé. Meu espaço está cada dia mais perto de ser conquistado.

Com os filhos, foi aquela coisa de sempre: montanha-russa. Mas, salvaram-se todos! 

Yuri em rebeldia pré-adolescente, conseguiu passar de ano e, apesar dos ranços da idade, consigo vê-lo crescendo com as qualidades que tanto admiro preservadas. Me preocupo quando vejo espelhados nele defeitos que julgo serem tão meus. Não por repúdio ao defeito em si, mas por medo de vê-lo sofrer. Tento mostrar os caminhos, mas quem vai caminhar é ele... C'est la vie! Passou para o oitavo ano, meio no tranco, mas sei que tem potencial para ir longe e irá. Agorinha, finaleira do ano, viaja pela primeira vez, para fora do Estado sozinho... Vai encontrar primos e tios em Santa Catarina. Me assusto. Me orgulho. É o ciclo da vida se cumprindo, sou eu dando asas cada vez maiores ao meu primeiro pássaro.

Para Caio, no geral, o ano foi 10, foi mil! Se consolidou na escola e nossa aposta de "repetir" o Jardim deu muito certo. Ele amadureceu, destravou a língua, está cada vez mais adaptado a novos ambientes, pessoas. Conseguimos o apadrinhamento para a tão sonhada equoterapia e aí, é neste sonho que deposito a realização de outro grande: que ele consiga, ao menos, sentar sem apoio, controlar melhor o pescoço. As crises convulsivas se mantiveram, trocamos de médico, de remédio, agora de médico de novo. Porque, eu tenho pulga no traseiro e não confiei, não gostei... vou adiante! Irresponsabilidade? Negação? Por enquanto tudo tem dado certo e estou confiante que 2013 e o novo tratamento, no Instituto do Cérebro da PUC-RS vai trazer ainda mais alegria àquele rostinho tão lindo. Ele terminou o ano se formando e agora rumamos ao primeiro ano do Ensino Fundamental.

Tristezas e frustrações aconteceram, mas eu sofri menos. Porque sei que fazem parte da vida. Ao mesmo tempo, me permiti chorar e vivenciar ao máximo minha dor nos momentos em que me pareceu necessário. Mas vivi mais forte. A cada dia que passa sei que sou forte. Me sinto mais ciente do meu papel no mundo e gosto dele. Claro que dúvidas existem, a bipolaridade (às vezes tetra, às vezes octa) persiste... mas afinal, se tivesse tudo perfeitinho, eu já poderia ter subido desta encarnação, não é mesmo?

Amigos novos chegaram, mais antigos voltaram, outras amizades se fortaleceram. E me deixaram a certeza do porque eu ainda acredito nas pessoas do bem.

Enfim, foi um ano bacana.
Não me despeço dele com tristeza, com aquele sentimento de já vai tarde.
Ao contrário. Sou grata às emoções e aprendizados que ele me proporcionou. 
Foi um prazer te conhecer, 2012.

Ano passado, um pensamento de Isaac Newton que me moveu dizia que "Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento". Fui paciente. Daí veio mais um pensamento, que dizia "Seja a mudança que você deseja ver". E tentei mudar muito do meu olhar sobre o mundo e as pessoas. E tive a impressão que, em resposta, o mundo e as pessoas passaram a me olhar de um modo que eu aprecio mais.

Para 2013, meu mantra é seguir plantando, seguir pacientemente cultivando, fazendo mudanças quando necessário ou aceitá-las com tranquilidade. E aí acho que vai ser mais fácil viver igual cantarolava Vinícius...

"É melhor ser alegre
que ser triste
Alegria é a melhor
coisa que existe."

Nenhum comentário: