Ter um filho deficiente é, como escreveu o Mainardi, fazer parte de uma minoria. E enquanto minoria, os nossos sonhos passam pela inclusão, pelo não preconceito, pela aceitação de nossos filhos na condição em que eles são. Já li artigos em que se fala na luta pela inclusão. Li outro, muito coerente, que ainda pretendo reproduzir aqui, que afirma veementemente: a inclusão é uma mentira. Concordo e discordo.
No último sábado estivemos eu, o Sandro e os meninos num aniversário infantil. Era ao ar livre e resolvi deixar o Caio sentado no jardim, em seu bebê conforto, próximo à cama elástica, onde as demais crianças pulavam e faziam folia. O Caíto gritava, balançava as pernas, curtia ao seu modo, junto com os demais. Numa dessas, a recreacionista se vira pra mim e pergunta: “Não quer pôr ele aqui?” Vacilei por uns segundos, espantada com a pergunta inesperada. E concordei, quase eufórica. Numa cama elástica ele não consegue se equilibrar, lógico. Mas o maravilhoso mano Yuri mais Milena, a recreacionista, o seguraram pelas mãos. Depois, sentado no colo do irmão. E assim eles pularam e se divertiram.
Óóóbvio que olhares estupefatos me viram colocá-lo no brinquedo. Ca-la-ro que teve alguém que comentou: “mas ele nem consegue...” sem sequer completar a frase. Não me importo. Meu Caio estava ali, brincando, feliz da vida, completamente inserido na festa infantil.
E aí pensei cá com meus botões: isto é inclusão de verdade. Eu incluo meu filho em todos os espaços possíveis, imagináveis ou não. Vai no escorregador, no balanço, na piscina de bolinhas e na cama elástica! Com ajuda, mas vai. Os olhares reprovadores ou curiosos sempre vão existir. O importante é o olhar que eu proporciono a ele com minha luta e meu amor. Se os outros acham que ele é diferente, a mim pouco importa. O Yuri também é diferente, por sua inteligência e doçura. Eu sou diferente, com minha teimosia em analisar tudo o que vivo, vejo, escuto. Somos todos diferentes, uns dos outros.
Dia desses, numa gostosa tarde que passei com minha amiga Teresinha, ela me conta que o marido, também deficiente visual, foi buscar a filha deles na escola (ela é colega de escola do Yuri). E a menina, toda alegre, apresenta pros coleguinhas: “Olha, esse é meu pai. Ele é cego”. E a Teka me conta que eles se emocionaram com a naturalidade que ela falou, como se dissesse: “Ele é loiro”.
É esta naturalidade que tento levar/empregar no nosso dia a dia. A inclusão existe? Um dia vai funcionar na prática e em sua totalidade, nas escolas e em todos os espaços de convívio social? Não sei, torço profunda e sinceramente para que sim. Mas na minha casa e nos espaços onde ando junto com meu Caio, ela existe. A inclusão mora dentro de mim e da minha persistência para que o mundo receba meu filho, no mínimo, com respeito. Sei que não é nem nunca será fácil. Mas ao contrário da cama elástica, eu não cedo. Não abro mão do direito que ele tem à vida. E isso significa o acesso à saúde, à educação e ao lazer. Nas mesmas proporções que toda e qualquer criança. Eu não peço para que ele seja incluído, eu o incluo. Porque sim, a inclusão mora em mim, dentro do meu peito. E pulsa freneticamente. Um dia mais para cima, outros um pouco mais para baixo. Mas insistente e fazendo meu menino feliz. Exatamente como a gostosa brincadeira na cama elástica.
No último sábado estivemos eu, o Sandro e os meninos num aniversário infantil. Era ao ar livre e resolvi deixar o Caio sentado no jardim, em seu bebê conforto, próximo à cama elástica, onde as demais crianças pulavam e faziam folia. O Caíto gritava, balançava as pernas, curtia ao seu modo, junto com os demais. Numa dessas, a recreacionista se vira pra mim e pergunta: “Não quer pôr ele aqui?” Vacilei por uns segundos, espantada com a pergunta inesperada. E concordei, quase eufórica. Numa cama elástica ele não consegue se equilibrar, lógico. Mas o maravilhoso mano Yuri mais Milena, a recreacionista, o seguraram pelas mãos. Depois, sentado no colo do irmão. E assim eles pularam e se divertiram.
Óóóbvio que olhares estupefatos me viram colocá-lo no brinquedo. Ca-la-ro que teve alguém que comentou: “mas ele nem consegue...” sem sequer completar a frase. Não me importo. Meu Caio estava ali, brincando, feliz da vida, completamente inserido na festa infantil.
E aí pensei cá com meus botões: isto é inclusão de verdade. Eu incluo meu filho em todos os espaços possíveis, imagináveis ou não. Vai no escorregador, no balanço, na piscina de bolinhas e na cama elástica! Com ajuda, mas vai. Os olhares reprovadores ou curiosos sempre vão existir. O importante é o olhar que eu proporciono a ele com minha luta e meu amor. Se os outros acham que ele é diferente, a mim pouco importa. O Yuri também é diferente, por sua inteligência e doçura. Eu sou diferente, com minha teimosia em analisar tudo o que vivo, vejo, escuto. Somos todos diferentes, uns dos outros.
Dia desses, numa gostosa tarde que passei com minha amiga Teresinha, ela me conta que o marido, também deficiente visual, foi buscar a filha deles na escola (ela é colega de escola do Yuri). E a menina, toda alegre, apresenta pros coleguinhas: “Olha, esse é meu pai. Ele é cego”. E a Teka me conta que eles se emocionaram com a naturalidade que ela falou, como se dissesse: “Ele é loiro”.
É esta naturalidade que tento levar/empregar no nosso dia a dia. A inclusão existe? Um dia vai funcionar na prática e em sua totalidade, nas escolas e em todos os espaços de convívio social? Não sei, torço profunda e sinceramente para que sim. Mas na minha casa e nos espaços onde ando junto com meu Caio, ela existe. A inclusão mora dentro de mim e da minha persistência para que o mundo receba meu filho, no mínimo, com respeito. Sei que não é nem nunca será fácil. Mas ao contrário da cama elástica, eu não cedo. Não abro mão do direito que ele tem à vida. E isso significa o acesso à saúde, à educação e ao lazer. Nas mesmas proporções que toda e qualquer criança. Eu não peço para que ele seja incluído, eu o incluo. Porque sim, a inclusão mora em mim, dentro do meu peito. E pulsa freneticamente. Um dia mais para cima, outros um pouco mais para baixo. Mas insistente e fazendo meu menino feliz. Exatamente como a gostosa brincadeira na cama elástica.
Incluir felicidade em todos os seus momentos. Se não da maneira convencional, do modo que conseguimos realizar. Esta é a minha luta. E o sorriso do Caio só comprova que sempre vale à pena.
P.S. Eu sei que disse que não retornaria ao assunto tão cedo. Mas quando coisas assim me acontecem, eu não me contenho.
28 comentários:
Dinha, fala sério, como é que alguém consegue ter preconceito e fazer esses comentários ridículos com uma criança linda dessa, se divertindo tanto.
Nossa que cena linda, a alegria dele é contagiante.
Beijos,
Rê
Dinha,
Ainda temos olhares reprovadores e de curiosos, mas com certeza a cada dia aumenta os olhares aprovadores.
Deu pra perceber o quanto ele se divertiu.
Muitos Beijos,
Denise RJ
Dinha de Deus! Cá estou eu debulhada em lágrimas de novo. Um beijo, minha querida. Vocês todos estão incluídos na minha vida e no meu coração de uma maneira que não tem volta, viu?
Linda, linda, linda! Linda a sua família, linda você, linda a sua luta, a sua coragem e a sua perseverança. Não desista e não se cale nunca. Todas nós do LV vamos segurar as mãozinhas do Caio para que ele seja um ser humano completo e viva plenamente a vida com a alegria que ele carrega em cada foto que você nos mostra. Você já reparou que nunca postou uma foto dele triste? Esse menino é pura luz! E deve isso à família maravilhosa que ele tem. Eu amo você!
Linda, linda, linda! Linda a sua família, linda você, linda a sua luta, a sua coragem e a sua perseverança. Não desista e não se cale nunca. Todas nós do LV vamos segurar as mãozinhas do Caio para que ele seja um ser humano completo e viva plenamente a vida com a alegria que ele carrega em cada foto que você nos mostra. Você já reparou que nunca postou uma foto dele triste? Esse menino é pura luz! E deve isso à família maravilhosa que ele tem. Eu amo você!
Dinha, outra chorona por aqui! Seu texto é tão carregado de sentimento, que não consegui conter as lágrimas! Você está certíssima: a inclusão está dentro de nós. E o Caíto também, bem dentro do meu coração!
Um beijo carinhoso, e vê se dá uma mordidinha naquele bumbum sensual do seu pequeno, por mim!
Dinha!!!! Estou aqui em lágrimas lendo esse seu texto maravilhoso!!! O Caíto é lindo, vc é uma mãe maravilhosa, vc tem uma família linda e fiquei muito feliz pela iniciativa da recreacionista em colocá-lo na cama elástica!! Não é sempre que vemos pessoas assim!!! E com certeza vc e sua família linda já estão super incluídos aqui dentro do meu coração... Apesar de te conhecer muito pouco, já foi o suficiente pra achar vc uma pessoa maravilhosa!!! Bjinhos Dri! :)
Dinha,
primeiro:amei seu post e fiquei super feliz de ver o Caíto na cama elástica.Fofa essa recreadora de ter tido essa idéia , né?!Linda por fora e por dentro.
E ,por favor, não pare de escrever sobre isso.
Acho que atitudes como as suas, tanto a de escrever sobre isso como a de incluir o seu filho é que vão fazer as pessoas reverem seus conceitos e "pré-conceitos" e mudarem seus olhares.
Não me contive e também fui as lágrimas!Mas o sorriso estampado no rostinho do Caio diz tudo!
Você , Yuri e o Caíto também estão incluídos no meu coração!
Dinha: segunda vez do dia que estou em lágrimas por conta das tuas palavras. Caíto está mais do que incluído na minha vida e no meu coração!
E, eu já te disse que te amo hoje? Não,
DINHA, AMIGA SECRETA LINDA, TE AMO! bjs
Dinha, como não comentar isso tudo o que escreveu??? Como não concordar com vc, como não me emocionar??? Me arrepiar??? Fico sem palavras pra dizer que vc é mais que tudo nessa vida, que vc, é super, super sim!!! Não se menospreze... que seus filhos são... perfeitos demais... é claro, tem sempre alguém que vai falar, mas ele não consegue, eu não consigo n coisas na minha vida, todos somos assim... E a menina filha do pai cego, ela ta certa, ele é cego, eu uso óculos, meu irmão usa tb... somos todos diferentes, graças à Deus... Linda a foto, lindo o Yuri que é mais que fofo... Qdo crescer, quero ser como ele, pode acreditar... Menina, a cada dia viro mais sua fã...
Beijos nesses tesouros!!!
E um bem grandão assim pra vc!!!
Até!!!
Bárbara - Vida de Mãe http://barbaraguarei.zip.net -
Dinha, minha linda e queridíssima amiga com certeza nos tornamos pessoas melhores com as mensagens que você nos traz, escreva sempre sobre tudo, você é uma daquelas pessoas raras que tem a capacidade de transmitir emoção e encantamento.
Este post é simplesmente lindo e envolve a atitude positiva de tanta gente, recreadores, você e o Sandro, o Yuri e nosso pequeno grande guerreiro e com certeza de outras pessoas que puderam presenciar uma cena tão linda!
Dinha, que coisa mais fofa esse menino brincando assim viu? E olha, escreve mesmo sobre inclusão, mas escreve muito que tá bom demais, seus textos são ótimos, eu adoro. Beijos.
dinha, vc tem o dom minha querida, de encantar e falar ao coração
beijos
dinha, vc tem o dom minha querida, de encantar e falar ao coração
beijos
Dinha, querida, que lindo seus filhos se divertindo! Você é valente, Deus está na sua vida.
Beijo e muito carinho
Lindo ele se divertindo, brincando a sua maneira.
A propósito, no post anterior, é um desaforo vc nos provocar com aquelas pernocas...
Beijos.
Dinha, que post lindo! não acho que deva parar de escrever não. Infelizmente nossa sociedade não está preparada ainda para lidar com "n" situações e a inclusão é uma delas. Mas é de pessoas assim como vc que precisamos para tentar reverter este quadro. Não desista, não desanime, nunca, por mais difícil que possa ser.
Adorei a atitude da monitora, essa sua garra que vc demosntra a todo momento. Este é o caminho. E ver a carinha de felicidade do Caíto realmente não tem preço.
Beijos nos três.
Dinha, terminei de ler o post com lágrimas nos olhos. Ainda mais quando vi a carinha de felicidade do Caio. Não tenho nem palavras... e precisa? Beijos
Dinha, não se contenha mesmo e nos presenteie sempre com textos maravilhosos e tão cheios de emoção e sabedoria. Seus filhos são lindos e são diferentes, como eu sou diferente, e daí? O que importa é ser feliz e poder ter acesso a tudo, se alguém se sente incomodado com isso, é proque tem sérios problemas e precisa se tratar. O mundo é muito grande e tem espaço pra todo mundo. Beijos
Dinha, Caíto está totalmente incluído no meu coraçãozinho! Bjs
Ai Dinha, chorei!
Chorei lendo o texto, e no final pra fazer transbordar meu pobre coraçãozinho já inundado de tanta emoção tu ainda coloca aquelas fotos lindas!
A prova de que toda a luta pela inclusão vae a pena! Vale tudo nessa vida pra receber essa alegria, essa satisfação de ver teus dois filhos perfeitos brincando e sendo felizes como toda criança merece ser!
Que o Pai Celestial continue abençoando vcs e te dando muito força pra lutar sempre por eles!
Beijos!!
Dinha, coisa mais linda do mundo o rostinho iluminado e feliz do Caio!! Ele estava amando de paixão a brincadeira, e é isso o que importa né? Deixa pra lá esses ridículos sem noção.
Beijos!
Sei o que sentes. E penso exactamente como tu. O meu menino é uma criança como todas as outras. Vai com a minha ajuda em tudo...e diverte-se muito. às vezes mais que os ditos normais. Não vamos deixar nem cansar de ser assim, pois não amiga?
Um beijo
guria, tive vinte e oito tipos de arrepios quando li o texto e vi as fotos.
lindo lindo lindo, tudo, ele , você, o yuri, a recreadora, todos.
e não para de escrever sobre isso não, viu? não pare de celebrar a vida, minha amada :)
Dinha, linda...
Não sei muito bem o que dizer, sem soar redundante, mas, que post lindo. Que fotos lindas também!
Beijos enormes!!!
Ai,ai que coisa mais gostosa esse garoto na cama elástica... Que coisa mais linda, esse amor de irmãos.. que coisa maravilhosa ter uma amiga como vc!!! Te amo, beijossssssss Bianca
Olá Dinha!!Meu filho é portador de esquizencefalia. Também sofremos com a inclusão. gostaria de trocar informações, experiências com vc.
Um abraço!!!
Jaqueline
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