Eu sou uma
otimista. Procuro ver sempre a metade cheia do copo. E a vida me tem me provado
que não estou errada em ser assim.
Sou uma fã da
internet. Deslumbrada mesmo. Acho fantástica a interatividade que ela permite;
a quebra das barreiras físicas, sociais e geográficas. Sou uma apaixonada pelo
modo como as relações humanas têm se desenhado através dela. As redes sociais
me fascinam. Muito me ensinaram – foi através do “falecido” Orkut que entrei
nos primeiros grupos de pais de crianças com paralisia cerebral, portadores de
deficiência e pude começar a entender melhor o universo que eu e Caio teríamos
de enfrentar. É através de amizades feitas on line que encontrei terapias,
dicas de alimentação, de remédios, indicação de médicos.
Então, unindo estes
dois sentimentos, eu acredito no quanto a internet é benéfica. O quanto veio
para servir, unir, somar. Claro que, como tudo, sempre tem gente que faz mau
uso da ferramenta. Uma pena, mas é da natureza humana. Mas eu ainda penso que o
seu poder para fazer o bem é maior.
Há mais de quatro
anos fiz um vídeo contando a história do Caio e meu desejo de que ele pudesse
fazer equoterapia. Tratamento com cavalos que dizem é fantástico, especialmente
para casos como o dele, que não tem ainda o controle de tronco. Se Caio ainda
tem alguma chance de andar ou de, ao menos, vir a sentar sem apoio, ela passa
pela equoterapia. O problema, como em quase tudo que diz respeito ao suporte a
portadores de deficiência é o preço. Nossa chance seria o apadrinhamento por
uma empresa que, conforme a Lei 9.249, poderia abater o valor investido do
Imposto de Renda.
E lancei esse vídeo
por email. Encaminhei a todos os meus contatos, pedi que o replicassem mundo
afora. Nada aconteceu. Mas meu sonho não morreu. E motivada por recentes
reportagens sobre o assunto, mais uma vez trouxe o vídeo à tona, através do
Facebook. E em menos de 10 dias, aconteceu. Um amigo de uma amiga que
compartilhou o vídeo, empresário, ligado ao ramo de cavalos, se interessou e
entrou em contato. Mais uma semana, nos conhecemos pessoalmente e o sonho virou
realidade: Caio conseguiu um padrinho!
Desde então Caio
tem frequentado a Sociedade Hípica Porto Alegrense, na Cavalo Amigo. E eu ainda
estou flutuando! Mal posso acreditar que conseguimos, graças a um coração
generoso.
Caio já conseguiu a
banhita através de campanha feita na internet. Já foi Caipira da escola. Sonhos
que tínhamos e que não tínhamos condições de realizar. Mas já cantarolava Raul Seixas “sonho que se sonha só é só sonho que se sonha só, sonho que se sonha junto
é realidade”. E ver este sonho que me parecia tão grande, tão distante,
realizado, me faz ter um sonho ainda maior: uma ONG ou algo assim para outras
mães, outras crianças com deficiência. São tantas necessidades que a gente
passa. São medicações, alimentos especiais, equipamentos como a própria banhita. Necessidades que o governo não supre. Só lá na Hípica, 300 crianças aguardam a mesma benção que Caio, a de encontrar um padrinho que lhes proporcione esta terapia fundamental. Mas os exemplos vividos me mostram que existem pessoas que querem fazer o
bem, querem ajudar. Às vezes elas só não sabem como, ou por onde.
Como diz aquele
comercial de refrigerante que ficou célebre (e adorado na internet), os bons
ainda são maioria. Que bom!
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