Eu
sabia da existência de um espaço com brinquedos adaptados a cadeirantes num
parque muito freqüentado em minha cidade. Mas, pelas correrias de sempre, ia
protelando o momento de ir conhecer com o Caio. O pipocar de fotos de
playgrounds adaptados no Facebook atiçou ainda mais a minha curiosidade.
Pessoas de todo o Brasil e, até mesmo da minha cidade, clamando por um lugar
assim para nossas crianças brincarem. E aí eu percebi que privilégio que temos,
já que Caio e eu temos um lugar assim, bem pertinho da nossa casa. Passada a
pneumonia, usamos uma linda tarde de sol como motivação para fazermos um
piquenique e desfrutar de todos os espaços do nosso Capão do Corvo.
Já
fui lá em outras ocasiões e é sempre uma delícia. Caio adora o contato com a
natureza, colocar os pés na grama, pegar plantas com as mãozinhas. Mas, desta
vez, meus focos eram os brinquedos.
Eu,
com síndrome de gata escaldada, me aproximei com receio do gira-gira adaptado,
onde várias crianças sem deficiência brincavam e pulavam. Imaginei que a
presença do Caio e sua cadeira de rodas iria constrangê-las e elas talvez
esvaziassem o brinquedo. Graças a Deus que o preconceito vive é na cabeça dos adultos
(até mesmo na da mãe de um cadeirante). As crianças não só abriram espaço para
ele, como começaram a puxar conversa, perguntando o nome dele, perguntando se
poderiam lhe fazer carinho... O que vi foi a sequência mais linda de inclusão
na sua essência mais pura. Naquele momento Caio se tornou tão somente mais uma
criança a brincar! Riu muito, se segurou nas laterais do brinquedo com as
demais! E o pai que girava o brinquedo achou melhor rodar mais devagar, mas eu
afirmei que poderia fazê-lo normalmente. E Caio adorou! Eu, confesso, fiquei
enjoada ao ver aquela roda girando velozmente... Caio gargalhava! E eu tive que
usar toda a minha força pra não chorar ali na frente de todos...
Depois,
fomos ainda ao balanço adaptado. E, novamente, ele brincou. Simples assim.
Muito
bom saber que isto é possível. Torço para que esta iniciativa, do vereador
Dario Silveira (PDT Canoas) chegue a mais lugares – preferencialmente a todas
as praças da cidade. Um lugar onde a infância tem seu espaço respeitado. Onde não
é preciso clamar por acessibilidade ou inclusão, porque todas as crianças se
fazem iguais em seu direito de brincar e serem felizes.
Nós,
agora, vamos “virar fregueses”.
2 comentários:
Em primeiro lugar linda a iniciativa de qm teve a ideia segundo de qm criou e todos agradecem qm construiu.Mas não vamos misturar politicagem por favor o maior mérito e das crianças q iram poder desfrutar da mesma forma de uma criança normal sem diferenças....parabéns pra canoas se evoluindo aos poucos...
Obrigada pela visita Daniela. Mas não vejo politicagem em reconhecer os esforços de políticos que, afinal, fazem a diferença na vida das pessoas quando enxergam as minorias ou trabalham em prol da verdadeira igualdade. Estes, como são raros, sempre terão meu reconhecimento. Um abraço, volte sempre!
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