Eu
me cobro porque não tenho sido assídua aqui no blog. Sinto que ainda tenho
coisas a compartilhar e que, às vezes, se perdem na correria natural do
dia-a-dia. Mas eis que de repente, começo a ver a coisa sob outra ótica.
O
Meus Frutos nasceu especialmente para compartilhar minhas angústias, medos,
dúvidas, ao descobrir que meu filho tinha paralisia cerebral. Antes dele, eu
tinha um blog que iniciou como os textos de uma redatora frustrada no exercício
da sua profissão. Que foi pega de surpresa por uma gravidez não planejada que
virou a tônica do blog. E que mudou radicalmente o foco ao entender,
finalmente, que meu menino era sim, deficiente. E aí surgiu o Meus Frutos,
cheio de fé, mas cheio de incertezas e curiosidades, buscando caminhos a
trilhar.
Tenho
muito, muito carinho mesmo por este cantinho e por como ele mudou minha vida
com amizades, com troca de experiências e com o amadurecimento compartilhado
com outras histórias. E então me pego vendo que o foco está outra vez mudando.
Os Frutos crescem, amadurecem e vamos aprendendo a saboreá-los.
Disse
isso dia desses pra minha ex-terapeuta reencarnacionista: se eu acho que existe
um assunto bem resolvido atualmente na minha vida é a minha relação com o Caio.
Ou melhor, com a condição do Caio. Entendi, aceitei, processei internamente
como as coisas são. Não foi fácil, não foi da noite pro dia. Só de blog já vão
exatos 7 anos... Mas hoje não me vejo mais tendo as angústias existenciais de
outrora. Como vai ser? Seremos capazes? Seremos felizes? Hoje sei que sim, como
qualquer experiência que nos está destinada na vida, vamos conseguir seguir.
Isso não significa que eu esteja 100% resolvida. Acho que insegurança faz parte
das relações humanas, faz parte de cada indivíduo. Não tenho uma fórmula pronta
de como criar o Caio para a vida, mas então me dou conta de que esta fórmula
também não existe para Yuri, meu outro filho, não deficiente, mas testando toda
a minha capacidade de adaptação agora que a adolescência chegou com tudo.
Ainda
tenho medo de perder o Caio, ainda gostaria de uma cura pra epilepsia, ainda
sonho com uma melhor reabilitação motora que o ajude a se comunicar melhor,
talvez sentar sem apoio, quiçá andar. Mas soube desvincular minha felicidade
destes objetivos sonhados. Meu objetivo maior é ser e fazê-lo feliz HOJE. Na
condição em que ele está. O que, para uma pessoa thunder ansiosa como eu, é um
passo gigantesco.
Acho
que o diferencial é que consegui compreender que também tenho medos e
incertezas sobre como lidar com meu filho adolescente, em como direcionar minha
vida profissional e financeira, minhas amizades e relações pessoais... Assim é
sempre. Como eu costumo brincar, se não houvessem essas dúvidas existenciais,
eu já não precisaria estar mais nesta dimensão.
E também aprendi que as coisas são assim. A epilepsia não é mais novidade. As crises imunológicas também não. Ou seja, aprendemos a lidar com as coisas "ruins", sem precisar sair alardeando cada momento de crise. E o mesmo também vai acontecendo com as coisas boas. Na escola, por exemplo. Este, que é seu segundo ano, não tenho detalhado tanto. Porque embora ainda me apaixone e me encante pelo trabalho maravilhoso de inclusão que está sendo feito, já não é mais novidade. Esta é, com suas dificuldades e alegrias, simplesmente a nossa vida. Exatamente do jeitinho que ela é ou está agora.
E também aprendi que as coisas são assim. A epilepsia não é mais novidade. As crises imunológicas também não. Ou seja, aprendemos a lidar com as coisas "ruins", sem precisar sair alardeando cada momento de crise. E o mesmo também vai acontecendo com as coisas boas. Na escola, por exemplo. Este, que é seu segundo ano, não tenho detalhado tanto. Porque embora ainda me apaixone e me encante pelo trabalho maravilhoso de inclusão que está sendo feito, já não é mais novidade. Esta é, com suas dificuldades e alegrias, simplesmente a nossa vida. Exatamente do jeitinho que ela é ou está agora.
Então
decido que vamos vivendo e aproveitando um dia de cada vez. E os problemas de
hoje, deixaram de ser o foco. Ainda tenho a cabeça fervilhando de planos e
ideias, mas eles não me angustiam. Me motivam a acordar amanhã.
Sei
que ainda tenho o que compartilhar. Sei que haverão os momentos de choro, de
pedir colo, de solicitar a ajuda dos universitários. Mas a lição mais
importante deste meu sumiço, talvez seja esta: a vida voltou para o seu eixo. E
a vida é urgente. Quando dá, a gente corre pra cá e compartilha. Ou então,
vamos apenas vivendo.
Beijo
grande, obrigada a todos que permanecem por aqui.
Amor,
Dinha
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