Sem minimizar o significado que Yuri trouxe à minha vida, com a descoberta da maternidade e as mais lindas emoções dela advindas, tenho plena certeza que minha vida se divide em antes do Caio e após o Caio. E não falo isso simplesmente porque Yuri foi um bebê ímpar, daqueles que dormia a noite toda desde sempre e nunca teve um dia de cólica sequer. Não escrevo isso pensando na diferença de chegada de um e outro, de todo o medo e dor que tive que enfrentar nos dias iniciais do Caio. Penso em mim, no quanto cresci. No quanto deixei pra trás a menina que eu sempre achei que era. Sem falsa modéstia, na mulher determinada que descobri e sigo descobrindo, a cada adversidade que passamos.
E aí fiz a conexão.
Eu dei à luz, Caio.
Caio me traz a luz de um novo mundo.
Onde vou à fundo nas questões. Onde exerço minha fé em sua potência máxima.
Numa dimensão que aprendi realmente a valorizar as pequenas coisas, a felicidade simples. Ou, como costumo dizer, para quem é ansiosa nata, ele me fez ver que às vezes, quando nada acontece, é porque está tudo como deve estar, em seus devidos lugares.
Caio me trouxe a luz de um amor que eu não me sabia capaz de ter.
Me traz a luz da curiosidade em aprender sempre sobre sua patologia, sobre tratamentos, possibilidades... Me transformou, ainda que de forma não tradicional, numa eterna estudante.
Me trouxe a luz da gratidão, da humildade.
Transformou a ex-antissocial da pré-escola numa pessoa um tanto comunicativa - vide este canal, o blog.
E é a luz da verdade que quero.
Sempre.
Sem medos.
Mas com segurança, com coerência, com alguma justificativa.
Digo isso porque, passado o choque inicial - que eu já nem me justifico, me dou direito a viver as emoções que nossa luta traz em sua totalidade; na hora de sofrer, respeito minha dor sem questionar - das últimas notícias, vamos à luta. De novo.
Fui atrás de um neurologista especializado em epilepsia, do qual tenho as melhores referências. Ele trabalha no Instituto do Cérebro da PUC-RS, é um grande estudioso do tema. Atualmente em Londres, em pesquisas, me atendeu por email com uma grande gentileza e interesse. E me indicou uma colega sua, também especializada em epilepsia infantil, na qual tem a maior confiança e com a qual compartilha vários estudos.
Amanhã iremos ao encontro dela.
Atrás de uma luz que nos mostre qual o melhor caminho a seguir.
Seja qual ele for, estou pronta.
Armada pelo amor e pela força que Caio me ensina.
Mas cheia de fé de que as coisas realmente vão ficar ainda mais iluminadas e especiais.
Assim seja!
"Olha lá, filho, todo um futuro à nossa frente!"
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