Eu já sei - e sempre digo - que sou minha pior carrasca. A pessoa que mais me julga (e o faz impiedosamente). Nos últimos tempos (este ano), especialmente ao longo deste último mês, me sinto numa tristeza grande ao achar que estou falhando como mãe - que afinal, é ao que tenho me dedicado quase full time.
O que eu quero dizer é que não tem sido fácil ser mãe de um adolescente. Na lista de mea culpa, estão minha impaciência com as bobices típicas da idade, minha intolerância com a preguiça-mor que invade o corpo do meu filho. E por mais que eu saiba que são coisas "normais" desta fase, me chateio porque os defeitos prevalecem sobre os valores que tentei passar. Ou seja: eu também fui uma adolescente boba (menos que os atuais, eu acho), preguiçosa, insolente. Mas a autoridade da minha mãe era maior do que as minhas vontades. E não era por medo de castigo, de apanhar (coisa que nunca aconteceu). Era por respeito a ela, a sua trajetória como minha mãe, a sua dedicação, a nossa relação como um todo. E quando não vejo meu filho repetir esta minha linha de pensamento, eu tenho a certeza de que, em algum ponto, eu estou falhando gravemente.
Daí não sei dizer se é o cansaço natural do dia-a-dia, a minha porção estressada e perfeccionista por natureza... o fato é que me irrito, e brigo, e xingo, e grito, e falo o que não quero falar. E em seguida já estou ajoelhada no milho, me autoflagelando por tamanho pecado - o da mãe que não tem paciência com os filhos 100% do tempo.
Penso no lado do meu filho. Penso no quanto ele é uma pessoa boa. Nas qualidades que têm, que acho tão importantes e tão em falta nos dias de hoje. No quanto é solidário, em como se preocupa e se emociona com o bem estar do próximo, mesmo que ele nos seja um desconhecido. Já vi seus olhos marejarem ao verem alguém pedindo comida na rua e já presenciei ele querendo doar a roupa do próprio corpo para outro. E essa solidariedade, essa capacidade de doação me parecem tão conflitivas com o legítimo aborrescente que tenho em casa... Que penso que a aborrescência, passa, mas eu não gostaria de que ele perdesse essas virtudes que fazem dele um rapaz lindo também por dentro.
É, tá sendo phoda impôr limites e respeitar sua individualidade ao mesmo tempo. Aceitar de que os tempos são sim, outros. Que a geração dele pensa muito diferente da minha. E que mesmo que ele tenha sido gestado dentro de mim, ainda assim é uma pessoa à parte, com sua natural singularidade.
Tenho medo de em algum ponto estarmos nos perdendo em nossa relação. Acho que não sei ser nem bem a mãe-autoridade (não autoritária), nem bem a mãe-parceira... Boto esta reflexão na mesa com a esperança que lê-la, relê-la, racionalizá-la, me faça ir por algum caminho que me pareça o mais acertado. Mas, à medida que os filhos crescem, eu realmente me pergunto: alguém disse que seria fácil?
Um comentário:
Meu nome é António Batalha, estive a ver e ler algumas coisas de seu blog, achei-o muito bom, e espero vir aqui mais vezes. Meu desejo é que continue a fazer o seu melhor, dando-nos boas mensagens.
Tenho um blog Peregrino e servo, se desejar visitar ia deixar-me muito honrado.
Ps. Se desejar seguir meu blog será uma honra ter voce entre meus amigos virtuais,mas gostaria que não se sinta constrangido a seguir, mas faça-o apenas se desejar, decerto irei retribuir com muito prazer. Siga de forma que possa encontrar o seu blog.
Deixo a minha benção e muita paz e saúde.
Postar um comentário