Então que eu, que me julgo super antenada em algumas questões, vejo também o quão ingênua posso ser. Caio matriculado no jardim, educação infantil, ensino regular, começou as aulas 6 (SEIS) meses após sua inscrição porque eu sou brasileira e não desisto nunca, achei que agora tudo seriam flores.
Ha-ha-ha!
Só o que me resta.
Pessoal que me acompanha por aqui e pelo facebook tá vendo a peleia. Já são mais de 30 dias desde o meu pedido à Secretaria de Educação, amparado em parecer pedagógico de suas professora e monitora mais laudos de pediatra, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional que o acompanham, solicitando sua permanência por mais um ano na educação infantil.
Primeiro, o departamento de educação infantil, leu, pensou e chegou à conclusão que não era de sua alçada este assunto, passou para o CEIA - Centro de Educação Inclusiva e Acessibilidade. Este, por sua vez, como subdepartamento da Secretaria, leu a solicitação, achou (disse mas não escreveu) o pedido coerente mas afirmou que não tinha autonomia para uma decisão deste porte. O pedido foi encaminhado então à direção do departamento de inclusão. Que ficou com a papelada por mais de 10 dias, leu e deu um parecer: quem tem que decidir é o departamento de educação infantil!
Como assim? Estamos andando em círculos!
Na verdade, todo este episódio lamentavelmente me confronta com aquela verdade que já sabemos, nua e crua: a inclusão inexiste para algumas pessoas. Não é necessária, é trabalhosa, dispendiosa.
Todos sabem dos medos que tive no início do Caio na escola. E todos também viram como fomos felizes! Que serviço lindo, que inclusão de verdade sua escola faz. Passados 6 meses de convívio escolar, Caio é amado, aceito por colegas, professores, funcionários. É popular. Tem apresentado sinais claros de desenvolvimento cognitivo, motor e social. É um feliz estudante!
Eu não imaginei que sua inserção no grupo escolar fosse tão fácil. E é triste ver que os entraves burrocráticos, de funcionários públicos que fazem jus a má fama da categoria, estão tentando impedi-lo de seguir seu caminho. Querem que ele vá a todo pano para a primeira série do ensino fundamental. Ou, não tendo condições para, que vá logo para uma escola especial. Argumentam que se permitirem que ele fique agora, aos 6 anos, ainda aos 9 ou 10 estaremos desejando ele na educação infantil! Façam-me o favor! Parecem que torcem para que ele não seja apto ao ensino regular. Não querem lhe dar o tempo necessário para ele mostrar suas capacidades, desenvolver melhor suas potencialidades. A escola especial, que o rejeitou ano passado, entende que a paralisia cerebral não é necessariamente uma condição de incapacidade mental. Os gestores do nosso ensino regular estão com uma tremenda resistência em investir, em apostar, em pagar pra ver.
Eu não imaginei que sua inserção no grupo escolar fosse tão fácil. E é triste ver que os entraves burrocráticos, de funcionários públicos que fazem jus a má fama da categoria, estão tentando impedi-lo de seguir seu caminho. Querem que ele vá a todo pano para a primeira série do ensino fundamental. Ou, não tendo condições para, que vá logo para uma escola especial. Argumentam que se permitirem que ele fique agora, aos 6 anos, ainda aos 9 ou 10 estaremos desejando ele na educação infantil! Façam-me o favor! Parecem que torcem para que ele não seja apto ao ensino regular. Não querem lhe dar o tempo necessário para ele mostrar suas capacidades, desenvolver melhor suas potencialidades. A escola especial, que o rejeitou ano passado, entende que a paralisia cerebral não é necessariamente uma condição de incapacidade mental. Os gestores do nosso ensino regular estão com uma tremenda resistência em investir, em apostar, em pagar pra ver.
E o que mais me aborrece é que ninguém quer ser o pai da criança. Ninguém quer dizer SIM ou NÃO ao Caio e nosso pedido. É um jogo de empurra-empurra. Uma triste omissão de seus papéis na sociedade e no sistema educacional do município.
Já tive várias conversas pessoais com nosso prefeito porque eu previa que alguma dificuldade poderia atravessar nosso caminho. Ele já sabe muito bem quem é o Caio, sua história e como tem sido ativa sua participação na escola. Mas de nada adianta ele apoiar a inclusão em sua totalidade, se seus departamentos e secretarias subordinadas não seguem a mesma cartilha. Se preciso for, muito em breve, ele me reencontrará pessoalmente para tratar deste tema.
O lado positivo é que a própria escola comprou a briga junto comigo. Solicitaram à diretora que, na sua programação de vagas 2012 fizesse duas listas de Jardim: uma com o nome do Caio, outra sem. Ou seja, não resolveram nada. Ela se negou. Disse que a vaga é dele até alguém assumir oficialmente e com justificativa posição contrária. Eu agora estipulei um prazo. Dizem que dia 22 a diretora do departamento infantil retorna de férias. Anotem: dia 25 estarei na frente dela cobrando uma posição. Porque estão querendo nos matar no cansaço outra vez, tal e qual ano passado, quando o inscrevi em dezembro para que somente em maio ele fosse chamado. Não vai acontecer de novo. Além de escaldada, essa luta é fichinha diante de tantas outras que já travamos. E das que sei que ainda teremos pela frente. Mas se tem uma coisa que nunca vai acontecer, é meu filho deixar de ter a mesma oportunidade de crescimento das demais pessoas pela omissão de uns. Ah, isso não! Porque se omitir é muito fácil. "Não fui eu". Quero ver é ir a luta e dar a cara à tapa. Isso sim é para os fortes. E é o que eu e Caio somos.
Um comentário:
Muito bem Dinha, não desista, insista, persista. Nós sabemos das capacidades de nossos filhos. Se o mundo se recusa a ver, os "educadores" também, os "burrocratas", idem, isso não irá nos derrubar. Somos mais fortes, nossa luta é digna, é séria. Sabes o quanto te admiro e te apoio. Estou na torcida para que o Caio logo logo consiga sua vaga na mesma escola, é necessário, nós bem sabemos.
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