Então que, como eu tinha compartilhado aqui, a sexta-feira passada foi de correrias.
Caio começou sua adaptação na escolinha inclusiva com ênfase em artes. Chegou sonolento, pois o início da tarde costuma ser seu horário de sesta e eu já me preocupei. Chorou um pouco antes de inicar a chamada. Pediu mamadeira. Por ser uma escola voltada à portadores de deficiência, há uma relativa flexibilidade. Então ele entrou na salinha mamando. Mas, para minha alegria, durou bem pouquinho... Com a professora começando as atividades, ele logo não quis mais o seu leite e entrou muito fácil nas brincadeiras. Riu, assoprou uma flauta, deu gritinhos de feliz. A professora me disse que, assim, de orelhada, ele tem um grande potencial. Mostrou prazer em estar ali, se integrou facilmente, aceita toque, beijos, se esforçou para se comunicar. Caio saiu de lá cheio de sorrisos e dentro do meu coração, eu estava igualzinha...
Daí fomos para a segunda etapa, que foi conversar com a chefe da psicopedagogia clínica do Unilasalle (universidade privada, em minha cidade). E a hidro não era bem hidro, era um projeto de natação que a pessoa precisa ficar em pé sozinha. Então não deu pro Caio. O projeto de hidro terapêutico mesmo acontece de março a dezembro, com os acadêmicos dos cursos de fisioterapia e afins. Daí, para o Caio, só para março do ano que vem - nesse período deve estar concluída a piscina da ACADEF, então é algo que só bateremos o martelo mais adiante.
Mas a ida ao Unilasalle foi extremamente produtiva.
Na sala, me receberam a psicopedagoga e uma funcionária da secretaria de Educação do município. E elas me questionaram que o Caio já deveria estar numa escola, o que ele faz de terapias e estimulação, etc.
(Abre parênteses: Fiquei uma porção chateada, pois descobri mais uma vez que o Caio não faz "tudo" o que poderia estar fazendo. Haveria indicação dele estar fazendo estimulação precoce desde bebêzico, e outras atividades... Como sempre, por mais curiosa e ativa que eu me ache, o desconhecimento, a falta de orientação é ainda é uma das maiores barreiras que o deficiente e sua família encontram. Comentei que descobri que Caio tinha pc com quase 1 ano. Que ele só começou fisioterapia após 7 meses de muita insistência minha... Enfim. Me entristeço pensando se perco uma precioso tempo por falta de informação... mas o que está feito, está. Foco em acreditar que Deus faz tudo a Seu tempo, como tem que ser. Fecha parênteses).
Então, alguns telefonemas, e Caio foi encaminhado, com vaga assegurada para uma escola estadual de educação especial para o ano letivo de 2011, para um projeto de estimulação global. A psicopedagoga me disse que o foco dessa escola é estimular a criança para que ela desenvolva melhor sua percepção sobre o mundo ao redor, forme conceitos, estabeleça relações. É um preparatório para que ela ingresse numa escola regular com reais condições de mostrar um bom acompanhamento (dentro de suas condições, claro). Ela disse algo que veio ao encontro de um dos meus medos de colocar o Caio "de cara" numa escola regular... de nada adianta a criança caminhar, por exemplo, se ela não souber perceber o que acontece ao seu redor. Caio dá importantes sinais de que consegue, acredito que essa experiência vai ser bem enriquecedora.
Hoje à tarde vou no CRE formalizar sua matrícula e encaminhar o pedido ao transporte que a prefeitura disponibiliza.
Para 2011 então ficaremos assim, inicialmente: seguimos com a fono, fisio e t.o. Devemos iniciar a hidroterapia. Caio segue no espaço inclusivo Legato, afinando suas sensibilidades de comunicação através da arte. E vai para a escola Nei Gomes, começar seu preparo efetivo para uma escola regular em 2012.
Na outra ponta, segue a feliz saga do cocô.
O que era um sofrimento, com direito à muito choro, constipação de mais de quatro dias, se transformou como um passo de mágica.
Eu andava muito preocupada, pois o Caio só funcionava com supositórios e, mesmo assim, com muuuita paciência. Estava com medo de que seus intestinos estivessem "viciados", quase parados. Mas, agora, vemos a coisa por uma ótica muito positiva. Caio tem ido ao banheiro até duas vezes por dia. Menos de um minuto sentado no vaso e problema resolvido com direito à muitas risadas da parte dele. Começamos a perceber que era ele que não queria mais fazer cocô na fralda. Que segurava tudo o que podia e não podia.
Ontem ele estava sentado e daqui a pouco começou a ficar muito incômodo, me chamando.
Como eu estava ocupada concluindo o almoço, conversava pedindo calma... Quando fui ver, tinha havido um pequeno escape e ele lutava para não ficar sentado em sua cadeira. Levei ele ao banheiro e foi aquela festa do "tchau, cocô!".
A questão da higiene e da própria sociabilidade dele fica muito beneficiada por esse importante passo, mas ainda mais, nos sinaliza sobre sua capacidade de raciocínio e auto-controle. Agora, falta só lhe ensinar a palavrinha mágica, para pedir efetivamente cada vez que ele quiser ir ao banheiro. Mas o passo maior já foi dado, para nossa imensa alegria.
Caio começou sua adaptação na escolinha inclusiva com ênfase em artes. Chegou sonolento, pois o início da tarde costuma ser seu horário de sesta e eu já me preocupei. Chorou um pouco antes de inicar a chamada. Pediu mamadeira. Por ser uma escola voltada à portadores de deficiência, há uma relativa flexibilidade. Então ele entrou na salinha mamando. Mas, para minha alegria, durou bem pouquinho... Com a professora começando as atividades, ele logo não quis mais o seu leite e entrou muito fácil nas brincadeiras. Riu, assoprou uma flauta, deu gritinhos de feliz. A professora me disse que, assim, de orelhada, ele tem um grande potencial. Mostrou prazer em estar ali, se integrou facilmente, aceita toque, beijos, se esforçou para se comunicar. Caio saiu de lá cheio de sorrisos e dentro do meu coração, eu estava igualzinha...
Daí fomos para a segunda etapa, que foi conversar com a chefe da psicopedagogia clínica do Unilasalle (universidade privada, em minha cidade). E a hidro não era bem hidro, era um projeto de natação que a pessoa precisa ficar em pé sozinha. Então não deu pro Caio. O projeto de hidro terapêutico mesmo acontece de março a dezembro, com os acadêmicos dos cursos de fisioterapia e afins. Daí, para o Caio, só para março do ano que vem - nesse período deve estar concluída a piscina da ACADEF, então é algo que só bateremos o martelo mais adiante.
Mas a ida ao Unilasalle foi extremamente produtiva.
Na sala, me receberam a psicopedagoga e uma funcionária da secretaria de Educação do município. E elas me questionaram que o Caio já deveria estar numa escola, o que ele faz de terapias e estimulação, etc.
(Abre parênteses: Fiquei uma porção chateada, pois descobri mais uma vez que o Caio não faz "tudo" o que poderia estar fazendo. Haveria indicação dele estar fazendo estimulação precoce desde bebêzico, e outras atividades... Como sempre, por mais curiosa e ativa que eu me ache, o desconhecimento, a falta de orientação é ainda é uma das maiores barreiras que o deficiente e sua família encontram. Comentei que descobri que Caio tinha pc com quase 1 ano. Que ele só começou fisioterapia após 7 meses de muita insistência minha... Enfim. Me entristeço pensando se perco uma precioso tempo por falta de informação... mas o que está feito, está. Foco em acreditar que Deus faz tudo a Seu tempo, como tem que ser. Fecha parênteses).
Então, alguns telefonemas, e Caio foi encaminhado, com vaga assegurada para uma escola estadual de educação especial para o ano letivo de 2011, para um projeto de estimulação global. A psicopedagoga me disse que o foco dessa escola é estimular a criança para que ela desenvolva melhor sua percepção sobre o mundo ao redor, forme conceitos, estabeleça relações. É um preparatório para que ela ingresse numa escola regular com reais condições de mostrar um bom acompanhamento (dentro de suas condições, claro). Ela disse algo que veio ao encontro de um dos meus medos de colocar o Caio "de cara" numa escola regular... de nada adianta a criança caminhar, por exemplo, se ela não souber perceber o que acontece ao seu redor. Caio dá importantes sinais de que consegue, acredito que essa experiência vai ser bem enriquecedora.
Hoje à tarde vou no CRE formalizar sua matrícula e encaminhar o pedido ao transporte que a prefeitura disponibiliza.
Para 2011 então ficaremos assim, inicialmente: seguimos com a fono, fisio e t.o. Devemos iniciar a hidroterapia. Caio segue no espaço inclusivo Legato, afinando suas sensibilidades de comunicação através da arte. E vai para a escola Nei Gomes, começar seu preparo efetivo para uma escola regular em 2012.
Na outra ponta, segue a feliz saga do cocô.
O que era um sofrimento, com direito à muito choro, constipação de mais de quatro dias, se transformou como um passo de mágica.
Eu andava muito preocupada, pois o Caio só funcionava com supositórios e, mesmo assim, com muuuita paciência. Estava com medo de que seus intestinos estivessem "viciados", quase parados. Mas, agora, vemos a coisa por uma ótica muito positiva. Caio tem ido ao banheiro até duas vezes por dia. Menos de um minuto sentado no vaso e problema resolvido com direito à muitas risadas da parte dele. Começamos a perceber que era ele que não queria mais fazer cocô na fralda. Que segurava tudo o que podia e não podia.
Ontem ele estava sentado e daqui a pouco começou a ficar muito incômodo, me chamando.
Como eu estava ocupada concluindo o almoço, conversava pedindo calma... Quando fui ver, tinha havido um pequeno escape e ele lutava para não ficar sentado em sua cadeira. Levei ele ao banheiro e foi aquela festa do "tchau, cocô!".
A questão da higiene e da própria sociabilidade dele fica muito beneficiada por esse importante passo, mas ainda mais, nos sinaliza sobre sua capacidade de raciocínio e auto-controle. Agora, falta só lhe ensinar a palavrinha mágica, para pedir efetivamente cada vez que ele quiser ir ao banheiro. Mas o passo maior já foi dado, para nossa imensa alegria.
Agora, aqui em casa, é sempre assim!
2 comentários:
Dinha, querida!
Caminho também pela trilha da inclusão, sou estudante de pedagogia do 8º semestre e estagio na area como monitora de uma criança com TDAH. E sabe qual a verdade? A faculdade não me ensinou tanto como ele!
Todos os dias vejo o quanto a inclusão ainda está numa realidade distante do que deveria ser, muitas vezes até excluindo ao invés de incluir. Já vi a diretora de uma escola olhar para um aluno de inclusão (é assim que são chamados na maioria das escolas)e dizer que ali não era escola para ele, que procurasse outra...
Desse dia em diante eu senti que precisava fazer algo e decidi que essa será a area que vou seguir dentro da Pedagogia. Nossas crianças merecem!
Abraços, querida!
Laís
Li esse post e sei lembrei que estou devendo post sobre o cocô lá no blog... lá em casa foi uma novela... muito choro, mil estratégias, uma deram errado e uma deu certo. Lu parou de usar fraldas com mais de 9 anos... nossa, foi difícil demais por isso sei que o Caio deu um enoooooorme passo e eme emociono com isso e fico muito feliz!!!
Estou adorando as notícias e saber sobre a rotina nova do Caio!
Beijos em vc e no Yuri!
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