quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Mão cheia

A chegada de 2010, efetivamente, me deu um susto. Que números grandes ele me traz! Yuri, meu primeiro bebê, vai completar 10 anos! Já começa a esboçar alguns comportamentos pré-adolescentes, pra regozijo da minha cabelereira, que precisará cobrir meus fios brancos com mais afinco.
E aí, até pela obviedade da data, olho pro Caio.
Aquele que me parece, tantas vezes, o meu bebê constante...
Cinco anos!
Ah, tanta coisa me passa pela cabeça e pelo coração... Uma mãozinha cheia, me lembra uma amiga. Longe de ser um bebê, um menino.
Cinco anos são um troféu incomensurável para quem, me disseram, não completaria uma semana de vida.
Mas cinco anos também são cansativos, quase exaustivos, pra uma luta tão grande, incessante. Por mais que as batalhas sejam travadas com muito amor, tem horas que o fôlego falta...
Cinco anos... e parece que ainda não conseguimos viver tantas coisas simples, pequenas.
Cinco anos... e já recebemos lições tão grandiosas, já tivemos momentos absolutamente mágicos de envolvimento, sintonia, fé.
Cinco anos. E eu ainda quero tão mais. Mas sim, eu me pergunto: quantos anos mais precisarei esperar.
Cinco anos. E eu agradeço cada dia, cada hora, cada minuto, cada oportunidade que tivemos para estar juntos.
Eu queria que tudo fosse diferente às vezes. Mas não me arrependo de nada do que fizemos até agora. E não trocaria essa montanha russa de emoções tão contraditórias pela calmaria do vazio tedioso.
Das poucas certezas que carrego desses cinco anos juntos, duas me são incontestáveis, saltam aos olhos: Caio é feliz. E sabe que é muito amado. Então, acho que estou cumprindo legal minha missão.
O grande desafio é meu mesmo. É ver minha criança crescer e entender que por mais que ele não tenha o desenvolvimento intelectual ou a coordenação motora à altura da sua idade, ele não está estacionado. Tem vontades, tem preferências. E cresce. Preciso crescer no mesmo ritmo, todos os dias.
Tento não me culpar pelas expectativas do coração materno sonhador.
Sim, eu ainda carrego muitas esperanças.
Mas, acima de tudo, meu peito é sempre e cada vez mais cheio de amor pelo dono dos cinco dedos mais fofinhos e amados da minha atualidade.


Quando comecei a pensar nesse post, por exemplo, pensei numa foto. E como ela seria? A mão do Caio esticadinha para ilustrar os cinco dedinhos? Ou uma foto mais antiga, da mão ainda cheia de “furinhos” meigos do bebê que ele não é mais? Ou repetiria aquela com o colorido abdutor de polegar? Não, meu Caio não é mais nenhum desses. É um menino curioso, alegre, que adora um computador. E com seus dedos descoordenadinhos, mas esforçados, teimosos, é que o dono dessa mãozinha cheia enche meu coração de quentinho e meus dias de tantas cores.

2 comentários:

Anônimo disse...

Dinha, acompanho seu blog há anos e nunca fiz um comentário. Só queria dizer que admiro você demais - não só porque você é uma mãezona e tanto, mas também porque escreve bem pra chuchu. E o Caio é a coisa mais linda, com esse sorriso dele.

disse...

Adorei a foto. Ela diz tudo sobre como esse menino cresceu! O bom é que continua lindo como sempre. Bjão