sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Amor doente

É completamente horrorizada que vejo no telejornal a notícia de pais, em Seattle, nos EUA, que estão impedindo a filha de 9 anos, com graves problemas motores e mentais, de “crescer”. Alegando as dificuldades que a menina, praticamente em estado vegetativo desde o primeiro ano de vida, teria para ser carregada e tratada, para sair às ruas, eles vêm fazendo junto a uma equipe de 40 profissionais médicos um tratamento hormonal para que ela pare de crescer. E ainda considerando os inconvenientes dos seios e da menstruação, além do risco dela ficar grávida se vier a sofrer algum tipo de abuso sexual, mandaram-lhe extirpar o útero e as mamas. Ela foi mutilada! E os digníssimos pais atestam que fizeram tudo isso em nome do amor que sentem pela filha, para lhe oferecerem mais qualidade de vida.

Estão querendo enganar quem, com essa ladainha?

Esse posicionamento, pra mim, foi uma comprovação violenta de egoísmo, despreparo e sei-lá-mais-o-quê... me faltam palavras!

Tenho um filho especial, no sentido mais amplo da palavra. Um menino doce a quem sonho um futuro ainda muito lindo. Mas esse menino, com quase 1 ano e oito meses, não consegue sempre sentar sozinho. Ele não caminha. Às vezes, quando brinca, os brinquedos lhe caem das mãozinhas com pouca coordenação motora, sem que ele nada possa fazer. Ele quer ficar de pé e não consegue. Ele quer agarrar um objeto e nem sempre tem firmeza para tal. Ele anda de carrinho e em nosso colo. O colo que darei a ele a vida inteira, se preciso for.

Amo meu filho, tenho orgulho dele e o exibo pra todo mundo – as constantes fotos aqui no blog comprovam isso. Jamais terei vergonha de sair com ele às ruas, ainda que ele tenha 20 anos e não caminhe. Jamais tentarei impedir qualquer crescimento mínimo que ele venha a ter – físico ou mental. Ao contrário, cada mínimo progresso, que o deixe mais próximo de uma criança, um jovem e um adulto sadio, são nossas imensas vitórias.

Amo meu filho incondicionalmente. Assim precisa ser sempre, entre mães e filhos, doentes ou sãos, gordos ou magros, bonitos ou feios. Assim precisa ser entre toda a humanidade, um amor com tolerância, generosidade, doação. Qualquer outro sentimento diferente dessa grandiosidade é apenas um amor muito doente. Exatamente como o dos pais da inocente Ashley.

11 comentários:

Anônimo disse...

Pois é Dinha, qd eu vi essa notícia até tremi por dentro, não consigo tirar isso da minha cabeça. Médicos simplesmente mutilando uma garotinha s/ nenhum motivo????!!!!!!!!
Eu admiro muito o orgulho que vc tem do seu filho e entendo perfeitamente a sua indignação, pq é exatamente o que eu estou sentindo nesse momento.
Só posso pedir a Deus que essas pessoas sejam punidas c/ o devido rigor de suas mãos qd chegar a hora e que um dia isso tudo que está acontecendo no mundo c/ as criancinha indefesas deixe de acontecer.
Beijos e desculpe por ter falado demais.

Anônimo disse...

Dinha querida:
Te conheço virutalmente há muito pouco tempo, mas tenho um carinho, respeito e admiração imensos por você. Espero que o mundo tenha mais Dinhas e menos pais como estes para que meus filhos ao lado do seu Caio possam viver num mundo melhor que o atual...

É só ver a vivacidade e o olhar do Caio (que infelizmente só conheço de fotos) para sabermos o quanto este menino lindo ainda irá crescer e se desenvolver...

Desculpe pelo exagero de discurso, mas é que adoro você!

Rose disse...

Dinha, concordo com cada vírgula que você escreveu. E mais, acho que pais que não aceitam um filho especial (ou que não se sentem bem com isso) tampouco seriam capazes de amar filhos sadios. Por que amor de mãe/pai deve ser incondicional, independente de como é o filho... pois mesmo antes de os filhos nascerem, mesmo antes de saberem se são bonitos ou não, já os amamos. E quando nascem, não dá pra separar tipo esse tem olho azul então eu amo, esse tem pele escura e eu não o amo tanto. Isso é ridículo, filho é filho e nosso amor por eles tem que ser incondicional. Eu sei que você sente isso, eu também sinto. Mas infelizmente tem pais que não sentem. Beijos.

Anônimo disse...

Os pais da Ashley esqueceram de pensar que o Hitler dizia a mesma coisa dos ciganos e deficientes. Centenas de mulheres foram esterelizadas à força, às vezes apenas por serem míopes e terem notas baixas.

O ser humano tem o direito de ser como é.

Anônimo disse...

Dinha, faço das palavras da Denise as minhas também. É só olhar as fotos do seus bonecos e ver o quanto eles são amados... parabéns pela sua força e dedicação... Um bom fim de semana para todos!

Anônimo disse...

Eu cada dia mais admiro sua força, sua coragem, a união dessa família linda e o exemplo de superação que seu guerreiro nos dá a cada nova notícia sobre seu desenvolvimento.
Sobre esse caso, Vc classificou bem - DOENTE, não a criança, mas a família que fez com que ela passasse por tudo isso. Terrível!
Cheiro, minha linda! Saúde pros seus filhotes!

Anônimo disse...

Dinha, vc como sempre me emociona.
Beijos!

Fairuce disse...

Dinha querida, eu tambem vi essa noticia e fiquei igualmente chocada... fiquei pensando aqui comigo, que estou querendo tannnnto um filho... qdo perdi meu bebe ano passado, me falaram que era melhor do que ele nascesse com problemas. Eu disse que nao era nao, que ele poderia vir como fosse, seria meu filho e eu iria ama-lo, alias ja amava muito.
Mas, tem certas coisas que so Deus pra explicar neh?? Nos resta pedir por essas pessoas, pra que a Luz entre em suas vidas e elas entendam que amor eh amor, em qualquer lingua ou situaçao!!
Mil beijos querida, e otimo 2007 pra ti!!

Anônimo disse...

Dinha, relamente é de ficar indignada essa noticia e você mais do que ninguém tem todo o direito de falar a respeito, e esse seu post é uma declaração de amor ao Caio.
Que diga-se de passagem esta cada dia mais fofucho!
E o Yuri versão banguela ta show!.
Bjs

Anônimo disse...

Dinha, vc disse tudo. Eu acho que uma mae dessa sim merecia ter tido o utero extirpado na infancia. Revolta, muita revolta. Beijo querida!

Anônimo disse...

Aplausos!!