segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Em 2014 teve...

2014 foi um ano intenso. E o qualifico como o ano do meu Renascimento. Forte afirmar isso, eu sei. Mas foi. Porque teve...




Calor danado sem praia. Medo de ficar sozinha. Reflexão. Ensaio sensual. Cumplicidade com minha mãe. Círculos Femininos. Amadurecimento. Muita maquiagem. Choro. Whatsapp. Medão. Vaidade. Escolhas. Espiritualidade e intuição. Insônia. Amor próprio. Muitas brigas. Um ano de Cuevas Medek Exercise. Novas amizades valiosas. Mantras. Amizades antigas fortalecidas. Regressão a vidas passadas. Tempo só pra mim. Uma Tarde Especial no Parque. Confidências. Show de rock. Campanha eleitoral. Entendimento. Valentina's Bar. Coragem. Amor clandestino. Dinha Doces. Quatro novas tatuagens. Facebook bombando. Litros de lágrimas. Várias jantinhas e bebidinhas cazamigas. Coluna estropiada. Sonhos. Unhas roídas. Chácara Kern. Tesão. Selfies. Curso de Reiki. Mais de oito meses sem crise convulsiva. Aceitação. Hidroterapia. Agenda atolada de deveres. Balada. Instagram. Refluxo. Projetos retomados. Coleção de esmaltes ampliada. Meditação. Cansaço. Flerte. Acupuntura. Filho aprovado para o terceiro ano do Ensino Fundamental. Cabelos soltos. Ansiedade. Filho se formando no Ensino Fundamental. Decisão. Libertação. Família. Recomeço. Fé.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Ele, que eu amo tanto...

Das coisas boas que essa virada do ano trouxe, foi a formatura de Yuri. Sim, meu primeiro bebê, já é um aluno qualificado ao Ensino Médio! Quando este blog nasceu - em função da chegada de Caio - Yuri ainda estava na Educação Infantil. Hoje, olho pra frente e vejo que daqui a 3 anos, posso ter um universitário em casa. Por onde mesmo andei, enquanto essa criança cresceu?

Algumas pessoas comentam que vivo em função de Caio. E que só publico sobre Caio. Mas quem convive conosco sabe o amor, o orgulho e, principalmente, a ADMIRAÇÃO que nutro por Yuri. Ele é meu grande parceiro de vida, não tenho dúvidas. É meu amigo. É meu fã, o que me deixa um tanto envaidecida por vezes. É um menino de um coração muito nobre, sensível e humanitário. 

Certa vez, uma psicóloga me fez ver que, se toda criança "perde" com a chegada de um irmão, Yuri perdeu muito mais. Bem além de ter que dividir tempo e atenção dos pais e da família com o novo membro. Perdeu a expectativa do irmão que ia jogar bola com ele, coisa que nunca pôde acontecer. Perdeu a urgência para todos os seus assuntos frente a um irmão com tantas intercorrências de saúde. Perdeu o dia do seu aniversário!!! Símbolo quase exclusivo de uma pessoa, o dia do seu nascimento, até isso Yuri teve que dividir...

E as raríssimas vezes em que houve revolta, posso contar nos dedos de uma única mão, foi mais do que compreensível. Ele sempre conseguiu expressar. Mas muito mais do que isso, cresce expressando o amor, a aceitação por este irmão que a vida lhe deu. E tocou sua vidinha com empenho...

Bolsista integral de uma escola particular, essa não foi uma caminhada fácil para nós. Quando nos mudamos, a van escolar nem entrava em nosso bairro e Yuri precisava caminhar 8 quadras para pegá-la. E lá ele se foi... correndo com as perninhas ainda curtinhas de uma criança de 6 para 7 anos, sob o sol do meio-dia indo acompanhar seus colegas. Um exemplo, apenas. Mas os obstáculos existiram e foram vários.

E tudo isso, meu filhão deixou pra trás agora dia 19. Venceu!
Como reafirmo tantas vezes, caminha para se tornar um grande homem - por seu caráter e seus valores. E me enche de orgulho e amor por sua simples existência. Sempre lhe agradeço por ter escolhido para ser sua mãe. 
















Parabéns, Yuri!
Eu sempre digo que acordo para vencer. 
Tu nasceu pra isso, filho, tenho certeza.
Te amo!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Das aprendizagens de 2014 (III) - eu sou uma bruxa!

2014 vai entrar pra (minha) história.
Eu diria que foi um ano transformador. Em tudo. Por dentro. Por fora. Do avesso. E, principalmente, na alma.
Foi quando decidi cuidar mais de mim e me olhar como prioridade, como já escrevi agorinha há pouco. E foi neste processo, que me (re)conheci por dentro.

Levando à sério os cuidados comigo, vivenciei fortes experiências com o reiki e a psicoterapia reencarnacionista. Vivi a magia e  força dos Círculos do Sagrado Feminino. Conhecendo minhas outras vidas, pude entender o tanto de mim. E pude começar a transformar alguns padrões de comportamento que me pareciam imutáveis. Me conectei de forma cada vez mais intensa e mágica ao Universo, entendendo sua energia, seus sinais, sua coerência (Está tudo certo! Ô lição valiosa do ano que está indo embora, que espero nunca mais esquecer).



Vou aceitando quem sou e com isso a intuição que sempre tive tão aflorada e da qual sempre tive tanto medo. Medo de ver algo ruim que não poderia mudar... E daí, quando entendo que nada é verdadeiramente ruim, que tudo vem para nos transformar... e que absolutamente nada do que nos está destinado pode ser alterado... eu percebo... está tudo certo! (Mais uma vez!)

Em outubro, recebi mais uma resposta grandiosa para tudo o que vivi intensamente em 2014. Fiz o curso de formação em Reiki I e II. Sempre com receio de "não dar conta", de não estar apta... E o Universo, esse lindo, sambou na minha cara com sua resposta tão veemente.



Agorinha, na finaleira do ano, mais sinais de que este aprendizado é só o começo de um caminho que se abre com toda a sua força e verdade. Que só falta eu assumir isso para meu próprio coração. Me conecto com o chão pisando na grama. Respiro profundamente o cheiro do mato. Semeio, planto, danço na chuva. E sim, sei que posso ver, sentir e vibrar no ontem, no hoje, no amanhã. E que é por aí que serei mais feliz, fazendo diferença em minha existência e em outras, com humildade e amor. Para 2015, sim, eu aceito. Assumo: me descobri bruxa. Não que esta seja uma estrada mais fácil. Mas é vibrante, enriquecedora, mágica. Como a vida deve ser. E agradeço ao Universo por esta consciência!




domingo, 14 de dezembro de 2014

Dos aprendizados de 2014 (II) - eu em primeiro lugar

Em 2014, mais do nunca, eu me amei, me descobri, me permiti. Mudanças profundas para quem sempre se achou vítima do mundo, inferior, incapaz... Em 2014, eu tive certeza de que não sou. E, principalmente, de quem sou - e aprendi a olhar dia a dia, para este ser com mais amor e complacência.

Escolhi com quem queria estar, aonde queria ir, o que queria fazer. Priorizei a minha alegria, o que me fazia bem, o que meu coração pedia. Gastei tempo e dinheiro comigo mesma. Satisfiz minha vaidade, meu prazer, minha carência afetiva, minha gula. Desisti de ser a Cláudia que me parecia ideal e investi em ser a Cláudia que sei que sou. E valeu muito à pena.

Experienciei na prática que só posso ofertar o melhor de mim aos outros, quando, antes, estou interiormente repleta deste melhor - que é estar em paz com cada uma das minhas escolhas (inclusive e principalmente, as mais difíceis). 

Como passei uma vida inteira sendo meu pior algoz, não foi um resultado fácil de se chegar. É uma trajetória percorrida com paciência, um passo de cada vez. Pensava nos meus filhos, nos momentos em que deixei de ser mãe, para ser somente eu - primeiro indivíduo e mulher. E vivi a verdade de que sim, quando eu sou uma mulher mais feliz, trago em mim as melhores ferramentas para ser uma mãe melhor, a mãe que eles merecem e precisam, porque o tempo que lhes doo é com todo o meu coração - feliz e leve por não fazê-lo por obrigação, mas pelo mais puro amor. Cuidando primeiro de mim para poder cuidar do outro. Amando e aceitando a mim, para poder aceitar e amar profundamente o outro.

Yuri cresce e se torna um homem e é meu grande parceiro de vida. Caio cresce igualmente, explorando o mundo e mostrando cada vez mais suas capacidades. E eu cresci - aqui dentro, num lugar onde só eu posso enxergar, mas que transborda aos olhos de quem percebe a pessoa segura e em paz que estou me tornando. 



Para 2015, seguem as lutas, os aprendizados. Virão os dias mais cinzentos, é certo, faz parte. Mas eles encontrarão uma mulher sem o menor medo de encará-los porque sabe que dá conta; porque sabe dar valor e peso devido a cada um dos acontecimentos da vida; e principalmente, sabe que prioridade mesmo é ser feliz. Esta é a nossa missão. E é por saber disso que tenho a convicção de que o melhor ainda está por vir. 

Assim seja!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Dos aprendizados de 2014 (I) - as diversas formas de lutar

Hoje, numa conversa com minha terapeuta, iniciei uma retrospectiva do meu ano de 2014. Logo a seguir, fui para um evento sobre Educação Inclusiva, a convite da Secretaria Municipal de Educação de Canoas. E estes dois fatos juntos me fizeram refletir – coisa que eu já vinha fazendo – sobre minhas ações, minhas lutas pela inclusão e acessibilidade.

Num primeiro momento, acho que fui mais “fraca” do que nos anos anteriores. Menos atuante. Tenho a impressão que comprei menos brigas, empunhei menos bandeiras. Não fiz postagens e deixei passar batido o dia do deficiente, da paralisia cerebral, da epilepsia... Mas aí, veio a revelação...

Continuo acreditando que informação é o caminho para que o preconceito diminua, as barreiras sejam quebradas e um futuro mais igualitário possa ser construído. Porém, pude perceber, que eu segui lutando. Do modo mais realista possível: vivendo.

Ser mãe de uma criança com deficiência é a minha realidade desde que Caio nasceu. E aí, eu que luto tanto para que ele seja visto primeiramente por sua infância, por sua individualidade, antes das próprias patologias, consegui fazer isso na prática! Em 2014, fomos à escola, às terapias de reabilitação, ao cinema, ao parquinho, na casa das avós, às festinhas de família e amigos... Em 2014, vivemos! A nossa rotina, as nossas atividades. Sem esbravejar tanto por isso,  pois é – afinal – a nossa rotina, a nossa realidade, o nosso destino.

Me parece que pode haver uma tênue linha entre aceitar e acomodar. Cada vez mais eu aceito. Sigo lutando por dias cada vez melhores para meu filho. E eles têm vindo. No seu ritmo. E no tempo que nos estava destinado. Ele inicia um processo lento, porém muito exitoso de alfabetização. Interage cada vez melhor, se faz entender pelos outros. Neurologicamente tem dado conta de um cotidiano puxado e atarefado e fechamos mais de 8 meses sem crise convulsiva, com a diminuição da medicação a um terço do usual nos últimos 2 anos.  Motoramente tem progressos significativos, adquirindo um controle cada vez maior de seu corpo e postura.

E eu vejo que estes são os resultados de uma luta travada com amor. De uma vida que não precisa ser levada com uma faca em punho todos os dias! Se estou vendo só flores? Conte-me você, pessoa “normal”, sem deficiência ou patologia crônica, sobre nunca ser vítima de preconceito, injustiça, mau atendimento em serviços públicos ou privados ou sobre como viver sem problemas rotineiros... Percebem? A vida não é bolinho para ninguém, os desafios estão aí para todos. Alguns em maior grau, outros em menor. Mas para todos. Igualitariamente. Como o mundo que idealizo...


Claro que, realisticamente, meu filho faz parte de um segmento da sociedade muitas vezes menosprezado e estigmatizado. Alguns caminhos que para muitos é tão natural, para ele sempre será mais difícil. E eu não estou com isso, erguendo a bandeira branca ao sistema. Certamente haverão os dias em que será preciso erguer a voz, tirar a peixeira da cintura, derramar lágrimas de sangue. Levante a mão aí quem nunca... Mas a gente não veio neste mundo a passeio. Não mesmo. E eu tenho descoberto que é muito mais legal quando a gente consegue lutar com um sorriso nos lábios.