sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Loteria

Coisas que eu vou fazer quando ganhar na Mega Sena acumulada (como a de hoje, que está em R$ 54 milhões):

- Morar numa casa com piscina;
- Comprar uma casa ao lado, pra minha mãe;
- Contratar uma empregada para cada uma de nós;
- Contratar um motorista particular pra ficar à disposição do Caíto e suas necessidades;
- Comprar um carro utilitário com bastante espaço pra família viver viajando;
- Deixar o Yuri fazer todas as atividades extra-curriculares que ele deseja - futebol, música, participar de CTG;
- Comprar uma casa em Santa Catarina;
- Ajudar instituições sérias que trabalham com crianças com PC, com doações mensais de alimentos e medicação;
- Criar um baita sítio com uma estrutura bacana pra recolher cachorros abandonados e dar-lhes tratamento, amor e moradia;
- Tirar 2 casais de amigos especiais do aluguel;
- Ter uma coleção de bolsas e sapatos;
- Freqüentar semanalmente o cabelereiro e fazer tudo o que tenho direito com minhas "quilinas";
- Promover o Encontro Nacional Mothern num resort chiquérrimo, com passagens e estadias à todas as minhas queridas amigas;
- Promover, dentro deste encontro, o Encontrinho Nacional de Filhotes Mothern;
- Fazer alguma filantropia com muito critério;
- Conhecer a França, o Egito e a Grécia;
- Ir mais ao cinema, comprar mais livros e DVDs - pra mim e pras crianças;
- Pensar na hipótese de um terceiro filho (mas para isso o prêmio não pode demorar muito);
- Manter os pés no chão, levando uma vida simples na sua essência, que é o que realmente permanece.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Utopia?

É com este olhar, de alegria e amor, que quero ver o mundo.
E que ele também possa nos ver, com tolerância e respeito.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Amor e Dor

Sim, eu amo loucamente meu Caio.
Sim, eu agradeço cada dia por ele estar vivo.
Sim, ele tem qualidades maravilhosas, é lindo, sorridente, amoroso.
Sim, eu viveria tudo outra vez para tê-lo comigo.

Sim, eu tenho fé, mas também tenho medo.
Não, eu não me arrependo de nada do que vivemos até hoje, das nossas escolhas, das nossas crenças.

Sim, me dói que ele tente sentar sozinho e andar e não consiga.
Sim, me dói cada vez que vejo a cicatriz da cirurgia em seu abdômen, ou sinto o dreno atravessando seu corpo.
Sim, eu choro quando vejo a vergonha ou o preconceito estampado em olhares curiosos.
Sim, eu detesto quando me perguntam na rua: “Ele é doentinho?”, “Ele tem problema?”.
Sim, eu odeio pensar que ele quer falar, quer interagir e está aprisionado num corpo que não responde às suas vontades.
Sim, eu tenho inveja de bebês sadios e de todas as situações corriqueiras que não vivemos no nascimento, aos 2 meses, 6 meses, 1 ano, hoje.

Sim, eu odeio ser cliente fixa da farmácia, dos anticonvulsivantes, “sócia” do pronto atendimento, íntima das atendentes do plano de saúde.
Sim, eu quis morrer porque fiz a carteira de passe livre para transporte público onde se lê “PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA”.
Não, eu não me orgulho da nossa agenda, de onde nunca saem os compromissos com fisioterapeuta, neurologista, eletroencéfalogramas de controle, tomografias do encéfalo.

Sim, dói todo dia e eu não consigo esquecer.
Sim, eu amo apesar de, acima de tudo, mais que tudo.

Alguém já disse uma vez, sabiamente: o amor é uma dor.
E eu sei disso.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Vai começar tudo de novo...

Ontem chego em casa e o Yuri tá atirado na cama, pernas e braços abertos, parece super cansado. Pergunto o que houve, como foi na escola. Ao que ele me responde: "Tá acontecendo de novo, mãe. Eu não consigo parar de pensar numa menina que me beijou no rosto. Acho que me apaixonei outra vez."

E eu não consigo parar de pensar que está acontecendo de novo, eu virando sogra!
Eu juro que vou me esforçar ao máximo para ser uma das exceções à regra "sogra é sempre jararaca", mas eu gostaria de ter mais tempo (tipo mais uns 8, 9 anos pela frente) pra me acostumar com a idéia...

Um anjo para mim

Mais de dois meses após uma difícil decisão, depois de juntar inúmeras peças de um quebra-cabeças, estou começando oficialmente uma importante luta. Estou confiante, mas peço a Deus que se faça o melhor.

Tempos atrás, resgatei aqui um livreto que gosto muito, com meditação de anjos para as diversas situações. Hoje, tomo a liberdade de dedicar um a mim mesma. Luz, clareza, verdade. É meu pedido para as pessoas envolvidas neste luta, que saibam ter o discernimento apropriado. É o que quero também pra mim e para o Caio, para que sejamos fortes o tempo que for preciso. Assim seja.

O anjo da Clareza

Quanto mais simples se torna a nossa vida, mais nos voltamos para a luz interior que surge para orientar corretamente a nossa ação. Isso é clareza, uma espécie de conhecimento interior que nos conduz com facilidade e leveza ao que é correto.

“A clareza de minha Alma flui através de mim quando penso, sinto e atuo no mundo”.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Pan e Parapan

É com profunda admiração e respeito que vejo o Brasil liderar, com larga vantagem, o quadro de medalhas do Parapan. Porque se a valorização do esporte, através de bolsas e patrocínios, já é difícil para atletas fisicamente “normais”, quem dirá aos PPDs.

E quando falo em admiração e respeito não me dirijo “à nação brasileira”, mas às histórias de superação individuais que certamente estão por trás de cada uma das 114 medalhas conquistas pelos atletas brasileiros até agora*.

Muito se fala em investimentos para a saúde e educação. Poucos se dão conta de que o esporte concentra em si ambas as oportunidades, tendo ainda a cidadania e a inclusão como bônus. E não falo somente em inclusão de deficientes físicos, mas na inclusão de classes sociais também, na interação de raças numa mesma equipe.

Eu já achei maravilhosa a campanha brasileira nos Jogos Pan-Americanos, considerando que alguns de nossos medalhistas vivem uma realidade cotidiana muito diferente do glamour momentâneo que a mídia lhes ofereceu. Grande parte de nossas medalhas são fruto de sacrifícios, de treinos sem apoio nem patrocínio, de calçados ou equipamentos inadequados, de longos trajetos percorridos a pé pela falta de uma simples passagem de ônibus. Mas são fruto maior do talento e do esforço de cada atleta.

E se vamos avaliar o Parapan então... faltam-me palavras. Nadador recordista com paralisia cerebral? Jogador de futebol sem uma perna? Atletas cadeirantes? Sim, é possível. Mas do que isso é emocionante. É certo que para cada um dos participantes do Parapan, tudo foi muito mais difícil. As barreiras impostas pelo preconceito e incredulidade certamente tornaram o caminho ainda mais árduo. Mas eles estão lá. E estão dando um show. São todos, de medalha no peito ou não, grandes vencedores.


* dados das 18h05 de 16/08/07.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Mas ELE é a minha luz!

Seu sorriso ilumina meus dias e aquece meu coração...

Nossa primeira incursão em outra esfera virtual.

Eu não sou só luz

Voltei a roer as unhas na última semana. Me chateio porque isso significa, pra mim, um retrocesso. Tive este péssimo hábito por mais de 14 anos, iniciando ainda na infância e me acompanhando até os 18 anos. Mas me chateio mais pela significação que ele traz nas entrelinhas.

Ando triste. E me condeno por estar triste. Faz parte do processo da terapia. Eu estava super bem, resolvendo as emergências e angústias do agora – filho, marido, emprego. Agora, estamos entrando num momento de resgate, bem mais profundo.

Volto a ser criança. E de lá trago muitas dores, muitas lágrimas, medos e traumas. Sei que eu não sou mais esta criança, mas ela ainda habita meu íntimo. E às vezes grita por mim, pedindo atenção.

Tenho pensando muito numa pessoa que fez parte deste meu período de vida. E nutro por ela meus piores sentimentos. Resolvi assumi-los, não como honrosos, mas também sem invalidá-los, pois são fruto da minha trajetória afinal:

- Eu odeio ela!
- Ela está doente e eu não tenho a mínima dó. Quero que se dane!
- Tenho raiva profunda do mal que ela me causou e a outras pessoas também (incluindo meu irmão).
- Eu não quero vê-la e não quero que se aproxime dos meus filhos de jeito nenhum! Não quero que toque neles, sequer que fale com eles.
- Tenho vontade de bater nela, mesmo sabendo que não adianta e que não é algo que eu vá efetivamente fazer. Mas bato mentalmente, seguidamente!
- Não me imagino a perdoando, em hipótese nenhuma.
- Se ela precisar de ajuda, não poderá contar com a minha.
- Não quero me culpar por esses sentimentos. Eu consegui transformar essa vivência traumática exatamente no exemplo do que meus filhos jamais terão em casa. Mas este é um mérito MEU e não deixo de ter raiva dela por tudo de ruim que ela me fez.

Dentro da evolução espiritual que busco, não consegui resolver esta história. Tento não me “açoitar” por isto, afinal somos todos luz e escuridão. Hoje eu estou na penumbra. Mas assumir e validar o que sinto como legítimo, me conduzirá à luz novamente, tenho certeza.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Ver a vida com outros olhos

Eu tenho uma nova amiga. Ela se chama Teresinha e nos vemos quase todos os dias, de segunda a sexta. Costumamos pegar o mesmo metrô de Porto Alegre para Canoas, no início da noite. E descemos na mesma estação.

Estou muito contente com minha recente amizade e fico triste nos dias em que nos desencontramos. A cada conversa vou descobrindo coisas em comum com a Teresinha: nossos filhos (ela tem uma filha de 4 anos) estudam na mesma escola. E temos muito pouco tempo para estar com eles, porque trabalhamos numa cidade e moramos em outra. Assim como eu, ela precisa se apressar para não perder o ônibus que a leva pra casa. Nós duas somos gordinhas. Descobri que temos a mesma idade (nascemos no mesmo mês!), temos gostos muito parecidos e crenças também. Brinquei com ela: "Menina, somos gêmeas separadas no nascimento"! Mas a Teresinha tem mais a me ensinar, do que eu a ela.

A Teresinha é deficiente visual. Mas não é isso que mais chama a atenção. É o seu sorriso. Lindo, espontâneo, cheio de vida.

Inicialmente eu a via uma vez por semana, quando ia pegar o Yuri na casa da minha sogra, nos dias em que ele faz judô. Pegávamos o mesmo ônibus. Aí comecei a reparar nela nos demais dias, quando nossos bairros diferentes nos levavam a embarcar cada uma num coletivo. Até que um dia, enquanto eu esperava o meu ônibus, eu a vi sozinha. Por menos de 1 minuto ela tinha perdido o seu ônibus e precisou esperar mais de 30 minutos o próximo horário. Fiquei com pena e passei a esperar a Teresinha na estação de Canoas, onde desembarcamos. Aí a conduzo mais rapidamente ao seu ônibus e depois pego o meu.

Fico feliz por tê-la conhecido. Não existe mérito nenhum no que estou fazendo. Os méritos são da minha nova amiga. Que me mostrou quão rabugenta eu era, ao correr desesperadamente a passarela de acesso, perder um ônibus e precisar esperar o próximo. Afinal, eu posso correr e ver o meu ônibus partindo! A Teresinha só sabe que o dela foi embora quando, depois de desviar de dezenas de pessoas e obstáculos, chega ao ponto da parada. Que me alertou como a vida fica mais fácil quando a gente encara tudo com um sorriso no rosto. A Teresinha me fez ver a vida com outros olhos. Me permitiu um olhar sobre a pressa e o egoísmo coletivos. Me oportunizou uma reflexão sobre acessibilidade no seu sentido mais profundo. Sobre o direito à cidadania. Sobre solidariedade ao alcance de todos. Não é preciso doar milhares de reais ou quilos e mais quilos de alimentos para ser solidário. Às vezes, um simples braço dado e 2 minutos do seu tempo são suficientes.

E eu estava errada. Eu não tenho porque ter pena da Teresinha. Tenho orgulho da mulher, esposa e mãe que sei que ela é. Da profissional que batalha. Da nova amiga que ganhei e que me traz, a cada encontro, tantas lições bonitas. Que me fez enxergar coisas aparentemente óbvias, que estavam ali bem no meu nariz. Mas que eu não tinha capacidade de ver. Obrigada, Teresinha! Deus te abençoe!

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Qual é a música - 4

Essa veio direto do CD que a Ju mandou pro Caíto. Quem foi criança nos anos 80 cantou com o Balão Mágico e Roberto Carlos. Olhando com a pureza infantil, é um lindo hino à amizade. E não tem fotinho acompanhando porque é impossível colocar amigos maravilhosos que tenho, sem cometer injustiças.
Assim deveriam ser as relações humanas, sempre. Valorizando a essência e não o aparente. Enaltecendo a tolerância e a aceitação das inevitáveis diferenças. Entendendo a amizade e o querer bem como os valores mais importantes da vida. Quem tem mais de 30, canta comigo!

Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
(Parece mesmo estranho, hein?!)
Também um bico de pato
E um jeitão de sabiá
Mas se é amigo
Não precisa mudar
E é tão lindo
Deixa assim como está

E eu adoro, adoro
Difícil é a gente explicar
Que é tão lindo

Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
(E orelhas de camelo, né tio!?)
Mas se é amigo de fato
A gente deixa como ele está

É tão lindo, não precisa mudar
É tão lindo é tão bom de se gostar
E eu adoro, é claro
Bom mesmo é a gente encontrar
Um bom amigo

São os sonhos verdadeiros
Quando existe amor
Somos grandes companheiros
Os três mosqueteiros
Como eu vi no filme

É tão lindo, não precisa mudar
É tão lindo deixa assim como está
E eu adoro e agora
Eu quero poder lhe falar
Dessa amizade que nasceu
Você e eu
Nós e você
Vocês e eu
É tão lindo

- Tio...
- Hein?!
- É legal ter um amigo, né?
- É maravilhoso!Mesmo que ele tenhaBigodes de foca e até um nariz de tamanduá
- E orelhas de camelo tio, lembra?
- Orelhas de camelo?
- É tio!
- É mesmo, orelhas de camelo!Mas é um amigo, né?
- É...
- Então não se deve mudar.
(É tão lindo - Al Kasha / J.Hirschom / versão: Edgard Poças)

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Qual é a música - 3

Pro meu guerreiro. Temos várias: Como é Grande o Meu Amor por Você também foi compartilhada com ele; Força Estranha é linda, Sempre Assim foi meu "hino" pra agüentar a UTI Neo. Cantei, inclusive, alguns hinos religiosos. Mas teve uma especial. Esta eu cantava segurando sua minúscula mão ainda em tempos de incubadora. Inicialmente era pelo refrão. Depois descobri que ela tem TU-DO a ver com a gente e nossa história.

(Mesmo com a carinha suja de chocolate, ele não é lindo?)

Meu coração sem direção
Voando só por voar
Sem saber aonde chegar
Sonhando em te encontrar
E as estrelas que hoje eu descobri
No seu olhar
As estrelas vão me guiar

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos dentro de mim
E vivesse na escuridão

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração

Hoje eu sei
Eu te amei
No vento de um temporal
Mas foi mais
Muito além
Do tempo de um vendaval

Dos desejos num beijo
Que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos dentro de mim
E vivesse na escuridão

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração

(Se eu não te amasse tanto assim – Herbert Vianna e Paulo Sérgio Valle)

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Qual é a música - 2

Essa é do meu Fifo, o Yuri, primeiro amor incondicional da minha vida. Têm outras também que tem tudo a ver, Como é Grande o Meu Amor por Você que cantei desde o dia que me soube grávida até horas antes do parto; tem Frisson, linda; tem Velha Infância, perfeita pra amor de mãe e filho. Esta, a Dê, literalmente cantou a pedra no comentário do post anterior, foi uma das primeiras que ele me cantou na íntegra numa apresentação da escolinha há um par de anos atrás. Era o que ele queria me dizer. É o que tento lhe falar, todos os dias. E o trecho do poema do Eça de Queiroz recitado pelo Arnaldo Antunes no meio da música, sublinhei uma parte... tudo a ver com maternidade (também)!


Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você
Isso me acalma
me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver

Hoje contei pra as paredes
Coisas do meu coração
Passeei no tempo
Caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão
É um espelho sem razão
Quer amor fique aqui

Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu gostar em você
Isso me acalma
me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver

Hoje contei pra as paredes
Coisas do meu coração
Passeei no tempo
Caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão

É um espelho sem razão
Quer amor fique aqui
Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
É o amor quem está aqui

Amor I love you
Amor I love you
Amor I love you
Amor I love you

"Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma,e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"

Amor I love you
Amor I love you
Amor I love you
Amor I love you


(Amor I love you – Marisa Monte e Carlinhos Brown)

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Qual é a música - 1

Eu adoro música. Minha mãe quis muito me ensinar a gostar de música clássica, mas não deu. Tenho o ouvido “ruim”. Gosto mesmo é de cantar junto. E freqüentemente, associo uma música bem pop (pra não dizer povão) a situações e pessoas queridas.
Essa foi a que lembrei dia desses e que me fez começar esta série...
Começo com a minha, que adoro há anos e que tem tudo a ver com a Cláudia que estou cultivando nos últimos tempos.



Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir
É preciso chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

(Tocando em Frente – Almir Sater e Renato Teixeira)

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Errar é humano

Todo mundo erra. É da natureza humana sermos falhos. E me parece óbvio que ninguém erra intencionalmente. O errado mesmo é quando o que era uma eventual fatalidade é fruto de descaso. Todo mundo erra. Até mesmo os médicos. Porque, antes de tudo, são humanos. Mas infelizmente nem mesmo eles sabem disso.

Conversando com a fisioterapeuta do Caio me choco ao saber que as estatísticas apontam que mais de 90% dos casos de paralisia infantil ou neonatal têm origem no erro médico. Dá pra visualizar que a cada 100 crianças, mais de 90 são absolutamente sadias e normais até se defrontar com a imperícia de um profissional médico? Deste universo, menos de 10 têm seqüelas neurológicas decorrentes de doença, acidente ou má formação. São vítimas de um erro praticamente irreparável: o pecado da soberba.

Pela minha vivência com o Caio, em dois universos bem distintos - um hospital público (mas de grande referência nacional, inclusive com uma UTI Neonatal certificada em nível sul americano) e um plano de saúde privado, convivi em ambos com dois tipos bem distintos de médicos: profissionais maravilhosos, dedicados, que se envolvem com o paciente e sua família e lhe decifram o universo (ou tentam, juntos) de prognósticos e terapias; e um grupo de médicos que se acham superiores, que trazem em si o conceito cavernoso de que o título de “doutor” lhes confere uma aura quase divina, desacreditando em tudo o mais ao seu redor e deixando bem claro ao que está sendo atendido de que eles, os médicos, são onipotentes e oniscientes e que o paciente só está à sua frente porque não é normal, porque tem uma doença.

Acredito piamente que o erro médico é fruto maior e direto desta arrogância. Desta auto-estima inflada. Desta prepotência que, na grande maioria das vezes, desacredita em Deus. E aí, também entra um mérito que brilhantemente me alertou a maravilhosa neurologista do Caio, quando falávamos do já “famoso” neurocirurgião que me disse que não deveria esperar nada do meu filho, porque era um caso sem perspectiva nenhuma de melhora – acreditar em Deus é algo extremamente pessoal, mas ao lançar uma frase desta força, o médico está desacreditando em sua própria profissão e nos recursos disponíveis.

Eu e o Caio tivemos a infelicidade de passar pelas mãos de médicos que não quiseram me ouvir, que não deram atenção ao meu histórico gestacional e aos manuais de conduta. E isto ocasionou sua paralisia cerebral. Mas também tivemos a benção de encontrar profissionais excepcionais, com os quais compartilho a evolução do Caio e meu grande aprendizado, como mãe e pessoa.

Eu erro. Em casa, no trabalho, em minhas relações, em meus julgamentos. Por descuido talvez, por ansiedade muitas vezes, mas nunca por prepotência. Sei da minha nata condição de imperfeita. Se 90% dos nossos médicos pudessem se ver assim, humanos antes de doutores, com a humildade de se saberem aprendizes constantes do dia-a-dia, lidando com amor com o instrumento maior de suas profissões – que é a vida do próximo, estou certa de que os níveis de erro médico poderiam ser inversos ao que acontece hoje. Porque seriam ocasionados por seres humanos e não por pretensos donos da verdade.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Em Gramado

Atendendo à pedidos (em especial à sogra do Yuri, Karol) e também pra extravasar minha corujice...

Eu e meus 2 homens favoritos.


Caíto todo alegre curtindo um café colonial no colo do pai.

Eu e meu parceirão, fazendo um brinde (com muito suco de uva)!

Eu e meu lindão no Lago Negro - repararam no novo corte de cabelo dele?

Eu e meus 3 homens favoritos...

Meu top model à beira do Lago...

Lindão, curtindo o passeio!

A duplinha dinâmica!

Chegou a noite... o e sorriso do Yuri não esmocereu!